"Os sons dos carros do lado de fora na pista assustaram Amélia o suficiente para que ela abrisse os olhos, ela olhou em volta preocupada. Todos os outros passageiros do ônibus pareciam dormir tranquilamente, do lado de fora de sua janela havia apenas carros dirigindo no escuro da noite confiando apenas na luz de seus faróis. Ela sentiu vontade de voltar a dormir, apesar de seu assento não ser muito confortável o cansaço cobrava muito de seu corpo agora exausto, ela havia passado por muito em tão pouco tempo que talvez se entregar ao sono não fosse uma má ideia.
A medida que seus olhos perdiam a batalha contra o sono ela sentiu que o ônibus diminuía sua velocidade, quando de repente uma parada brusca lhe roubou o seu ar. Amélia sabia que havia algo de errado quando as portas do transporte abriram bruscamente e uma sombra surgiu no corredor, andando ao lado das diversas poltronas sem sequer olhar para o lado se guiando diretamente até ela. Aquelas velhas botas sujas de lama que ela tanto conhecia se aproximando cada vez mais, ele havia a encontrado!
Um grito ensurdecedor escapou de seus lábios..."
Amélia despertou sentindo uma forte dor em seu peito, sentada em sua cama com sua cabeça apoiada contra a fria parede ela tentava respirar fundo e controlar as batidas de seu coração. Todo o seu corpo estava encharcado de suor, a noite fria soprava contra a sua pele em uma singela provocação. Ela estava com frio ao mesmo tempo em que sentia todo o seu corpo ferver, havia algo real no temor que invadia o seu peito. Mas Amélia apenas tentava se convencer de que estava segura.
Logo ela teria que se levantar para ir ao trabalho, e só Deus sabia o quanto a casa que ela havia alugado era distante da cidade quando o seu meio de transporte era uma velha bicicleta que havia sido dada por uma "quase" amiga. Amélia não queria criar raízes em nenhum lugar, a ideia de estar pressa outra vez a assustava. Por isso ela mantinha as pessoas atrás de um fino véu, ela se permitia ter experiências, compartilhar momentos, mas jamais nomearia alguém daquela pequena cidade com algum título de importância.
Não importava o quão simpáticas as pessoas fossem, o quão gentil e adoráveis elas poderiam ser. Amélia não podia se dar ao luxo ainda de se sentir segura. Ainda não... não quando os pesadelos ainda invadiam sua mente daquela maneira tão sórdida. Ela precisava sobreviver.
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Hunter estava exausto havia um certo burburinho do lado de fora de sua casa o tirando do sério quando tudo que ele desejava era assistir uma maldita partida de futebol, ele tentou lutar contra o desejo de rosnar com os filhotes do lado de fora, assustando as crianças o suficiente para que elas fossem escolher outro lugar para brincarem.
Ele sabia que eles estavam ali de propósito, sabia que era costume os filhotes se desafiaram entre si a pregar peças no ancião mais ranzinza do bando. Céus ele fazia isso quando era um filhote, mas agora com os seus quarenta e três anos tudo que ele queria era se sentar tranquilo em sua poltrona, assistir TV e se empanturrar de frango frito até pegar no sono ali mesmo. Ele coçou seu queixo irritadiço, ele não era um ancião ranzinza era? Nem ao menos era tão velho para levar essa fama.
Tudo bem que ele havia gritado com os filhotes algumas vezes, mas não era culpa dele se eles estavam jogando bola atrás de sua casa. Sem falar nos ovos podres que suas janelas haviam recebido, o lobo de Hunter rosnou em seu peito impaciente. Aquelas pestes mereceram a bronca e se seus pais tinham uma opinião diferente que os ensinassem a não irritar os mais velhos. Decidido a dar a atenção que aqueles pequenos demônios tanto pediam Hunter se levantou de sua poltrona, abrindo a janela de sua sala rapidamente ele colocou seu rosto para fora rosnando para as crianças naquele velho tom que só mesmo um macho adulto poderia.
Ele ouviu os passos rápidos dos meninos que corriam assustados para a floresta tentando se esconder, Hunter sorriu internamente ele conhecia bem o rosto de cada garoto atrevido que jogava ovos em sua casa. Conhecia ainda melhor os seus pais.
- Criaturinhas irritantes.- ele resmungou entediado.
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Perigo Ardente - Série Lobos De Lakeville Livro 4
FantasyHunter estava bem levando sua vida pacata na pequena Lakeville onde nada de novo acontecia e todos os seus vizinhos de porta eram calmos e tranquilos, uma vida calma era o que o lobo mais reservado do bando dos Lakes desejava. Isso até uma música es...