Amélia estava se preparando para partir, pegando todo o dinheiro do caixa e checando em sua bolsa se ela tinha o necessário para pegar o próximo ônibus para bem longe, ela estava pronta para deixar Lakeville para sempre quando alguém bateu na porta de seu salão a assustando.
Ela olhou para a porta de vidro e então viu um grande homem do outro lado.- Estamos fechados!- ela gritou preocupada.
- É uma emergência.- o homem insistiu.
- Eu lamento mas não posso atender você agora.- ela respondeu o ignorando e voltando a mexer na sua bolsa.
- Eu não posso voltar outra hora, eu...- o homem de repente estava na sua frente, ela havia esquecido de trancar a porta.
- Céus!- ela exclamou assustada derrubando sua bolsa e tudo que estava dentro no chão.
Amélia rapidamente se abaixou para juntar suas coisas seguida pelo grande homem, algo se revirou dentro de Amélia. Ela não sabia exatamente o que era mas a sensação havia deixado todo o seu corpo desperto.
- Eu não quis assustar você.- o grande homem disse calmamente. - Eu preciso mesmo de um corte de cabelo.
- Como eu disse estamos fechados.- ela voltou a repetir e pela primeira vez ela de fato olhou para o homem a sua frente.
Algo nos olhos azuis dele fez seu coração acelerar em seu peito, ele era bonito de um jeito que ela nunca havia visto antes. Aquele homem não usava nenhuma roupa de marca e elas também não eram aparentemente novas, mas algo nele fazia a velha calça jeans suja de gracha que ele usava parecer algo único vindo diretamente de Paris apenas para cobrir sua pele. Ele tinha uma blusa branca que parecia estar coberta por algum tipo de pó ou fuligem, pelo cheiro ela imaginava que fosse serragem de madeira. Ela tentou ignorar as primeiras coisas que seus olhos curiosos haviam notado como os seus braços fortes quase rompendo a costura de sua camisa surrada e suas coxas grossas diante dela, o belo rosto de expressão um tanto quanto severa que ela podia jurar que era ainda mais belo quando suavizado com um sorriso.
- Eu acabei de sair do trabalho.- ele começou envergonhado e Amélia logo se sentiu mal, ela provavelmente o encarou por muito tempo até ser mal interpretada. - Talvez eu possa voltar outro horário.
- Não!- Amélia exclamou de repente surpreendendo não só o homem a sua frente como a si mesma também.
Algo dentro dela parecia retorcido com a ideia de vê-lo partir e apesar de tentar ignorar esse sentimento tão repentino havia uma certa dor que se negava a ser silenciada enquanto ainda havia uma chance dele ir.
- Seu cabelo...- ela tentou pensar em uma desculpa para o seu comportamento enquanto era observada atentamente. - Parece que foi atacado por um inimigo durante o sono.
- Quase isso, mas eu estava acordado e infelizmente dei consentimento para essa barbaridade.- ele resmungou parecendo verdadeiramente arrependido e ela riu.
- Eu acho que deveria rever os seus critérios.- ela deixou escapar e logo se arrependeu do que disse.
Nunca era algo inteligente provocar um homem e ela estava sozinha com um muito maior do que ela, quem poderia ajudá-la se ele estivesse furioso e ofendido?
Mas quando o homem estendeu a mão em sua direção foi apenas para ajudá-la a se levantar, mesmo que Amélia já tivesse esquecido que ainda estava no chão ao lado de sua bolsa.
- Eu espero que possa me salvar das minhas péssimas decisões.- ele sorriu para ela provando a sua teoria que sua expressão fechada poderia ser suavizada.
- Eu vou tentar.
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Perigo Ardente - Série Lobos De Lakeville Livro 4
FantasyHunter estava bem levando sua vida pacata na pequena Lakeville onde nada de novo acontecia e todos os seus vizinhos de porta eram calmos e tranquilos, uma vida calma era o que o lobo mais reservado do bando dos Lakes desejava. Isso até uma música es...