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- Não... não... não!- Hunter resmungou.

Aquela música maldita estava atravessando a fina parede que dividia sua oficina do salão de beleza ao lado, mais uma vez sua concentração era tirada dele. Hunter queria entender porque sempre era a mesma música?
Não havia uma explicação lógica do porque a pessoa ao lado insistia constantemente na mesma melodia, seria um sinal de demência?

- Hunter?- Kevin chamou sua atenção.

Ele olhou para o garoto que olhava de volta para ele com uma expressão curiosa.

- Vá trabalhar.- ele resmungou voltando a encarar a parede.

- O que tem de errado com a parede?- Kevin se aproximou dele parando ao seu lado.

- Essa música irritante está passando por ela outra vez. - ele reclamou impaciente.

- Quando ligarmos as máquinas isso não vai ter importância, nem vamos ouvir.- Kevin tentou argumentar mas Hunter continuou firme em sua irritação.

- Esse não é o problema.- Hunter revirou os olhos.

- Qual é o problema?- seu ajudante insistiu.

- Eu vou saber que está lá...

- Você parece um doido.- Kevin reclamou até ouvir um rosnado irritado de seu chefe e se afastar lentamente. - Hunter o salão acabou de abrir precisa de clientes para se manter, vai ver as mulheres gostam de música.

- Eu tenho que ser punido para que seja lá quem possa ter clientes?- o homem voltou a resmungar.

- Se eu fosse você me daria bem com a nova vizinha nunca se sabe quando vai precisar de um novo corte de cabelo.- Kevin deu de ombros distraído com seu equipamento de segurança.

- Eu já tenho quem corte meu cabelo.- Ele respondeu tranquilo pela música finalmente ter chegado ao fim.

- A barbearia do Joe vai ser fechada.- as palavras do menino o pegaram de surpresa.

- O que disse?- Hunter perguntou incrédulo.

- O velho Joe está cansado e pretende se aposentar.- Kevin respondeu ainda concentrado em suas luvas.

- Ele não pode se aposentar.

O velho Joe era um dos anciãos de seu bando o homem que cortava o seu cabelo desde a infância assim como fazia com todos os meninos e meninas de sua alcateia, era mais que uma preferência era tradição para ele.

- Sei que não gosta de mudanças Hunter, mas não tente fazer ele mudar de ideia.

- Eu não tenho problema nenhum com mudanças.- ele se defendeu.

Kevin apenas apontou para a parede divertido quando a música voltou a tocar.

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Amélia riu quando a senhora de cabelo colorido em sua frente começou a lhe contar sobre sua última viagem de cruzeiro, ela não costumava ser muito chegada em pessoas mas a senhora Elisa sempre a fazia se sentir a vontade. A idosa não era só muito gentil como divertida e sempre trazia para o seu pequeno salão uma tropa de senhoras que enchiam o ambiente.

Amélia sabia que aquelas mulheres não precisavam de um tratamento de beleza todos os dias, mas a maioria delas iam até lá para não se sentirem tão sozinhas e uma parte dela também apreciava a companhia. Elisa havia notado desde o primeiro dia que a viu que Amélia não estava muito bem financeiramente e que não sabia por onde começar sua vida então a senhora havia feito dela seu projeto pessoal.

Todas aquelas mulheres se juntaram para ajudar Amélia a abrir um negócio, todas as tortas e bolos que Elisa a presenteava foram tudo que ela tinha para comer nos primeiros meses e agora que ela estava começando a ter um pouco de lucro Amélia fazia questão de poder pagar por todo o equipamento que lhe fora doado.

Com unhas bem pintadas e cabelos hidratados, Amélia queria cuidar de suas amigas da melhor forma que pudesse. E aquela ela era sua linguagem de amor, mesmo que uma parte dela ainda tivesse medo de nutrir tais sentimentos.

Perigo Ardente - Série Lobos De Lakeville Livro 4Onde histórias criam vida. Descubra agora