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CAPÍTULO NOVE:

꧁ Na frente da criança não! ꧂

Quando fecho a porta do meu dormitório, tenho vontade de quebrar alguma coisa, mas não quero acordar os outros. Isso não é bom. Isso não é nada bom. Adhara e eu não nos falamos há três dias e agora vejo que vamos ser obrigados a ficar juntos por muito mais tempo. Eu não suporto olhar para ela, quando a encaro sinto tanta raiva que nem consigo respirar direito.

Não tem como dar certo. Vamos acabar matando um ao outro.

Sem saber com resolver esse caso em minhas mãos, esfrego o rosto e vou para o banheiro querendo tomar um banho frio para ver se minha cabeça esfria. Preciso pensar com clareza, mas eu nunca sei o que posso acabar fazendo quanto se trata de Adhara.

Eu encurtei e muito minha resposta para a diretora, penso. Esqueci de falar como Lupin é irritante com suas piadas sem graça, como ela anda com o propósito de ser graciosa e só consegue parecer uma boba. Odeio como ela é desastrada e odeio quando ela me responde. Eu não suporto aquela garota.

Quando a banheira se enche, me afundo debaixo d'água depois de prender a respiração. Fico com os olhos fechados enquanto penso em todas as vezes que ela riu de mim e todas as vezes que eu ri dela.

Nós fomos feitos para isso. Nos damos bem nos odiando. Me sento na banheira e fico parado, encarando a água.

Amanhã, preciso dar um novo pet para Aspen.

[...]

Meu amigo só ficou sem falar comigo por um dia. Seu luto tão breve por Spider indicou que ele também não teve tempo de se apegar ao aracnídeo, mas mesmo assim, com a culpa pesando em meus ombros, tenho que tapar esse buraco dele de alguma forma. Não temos permissão para ir a Hogmead ainda, e mesmo que eu quisesse, não poderia porque meus dias são ocupados por aulas e minhas noites por castigos com aquela maldita.

Tive que contar tudo para o meu pai. Agora espero que ele me mande de resposta algum bicho de estimação porque é chato ver Aspen encarando a caixa de Spider antes de dormir.

É quinta de manhã e eu fico olhando as grandes portas do Grande Salão a espera da minha coruja. É provável que minha mãe saiba agora que me encrenquei, mas contanto que eu não receba um berrador, acredito que ficarei bem. Nós dois sabemos que não é a primeira vez que a desaponto e com certeza não vai ser a última.

É mais deprimente para mim do que eu deixo aparecer.

— Procurando alguma coisa, Brandon?— minha atenção se volta para Ian, que foi o único colega de quarto que desceu comigo para tomar café da manhã. Ele me encara do outro lado da mesa, uma expressão curiosa. Esquisita.

Agora que o conheço um pouquinho mais, o comparo com Luna Lovegood. Não que seja uma coisa ruim, mas esses dois não são muito normais.

— É. De preferência receberei uma encomenda hoje.— dou de ombros voltando a olhar para a porta. Nada de correio. Pode ser que não chegue tão cedo. Tento controlar minhas expectativas.

Solto um suspiro e volto a me servir com alguns ovos mexidos.

— Posso saber o que é?

Não.

— Um pet para o Aspen, quero repor o que eu matei.

— Não foi culpa sua.— ele assentiu com veemência.— Foi um momento... curioso aquele...— o garoto cerra os olhos, pensativo. Deve ter sido muita coisa para quem nunca viveu com Adhara e comigo. O resto dos nossos amigos meio que estão acostumados.

REBELLION, Brandon PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora