26

1.3K 192 84
                                    

CAPÍTULO VINTE E SEIS:

꧁ Esquece o que eu disse! ꧂

Adhara Black-Lupin

Fico ali parada e encarando o fogo dançando na lareira. É lindo, hipnotizante e mágico. Posso ficar aqui para sempre sem nunca me enjoar da vista.

Está tarde e a minha comunal está vazia, mas não sinto uma gota de sono. Faz dias que não durmo direito, e queria saber quando que isso vai mudar, mas se depender de mim, pode ser que fique desse jeito mesmo.

É dia quatro de outubro, meio da semana, e o que aconteceu ultimamente? Nada. Absolutamente nada.

Eu continuo indo nas mesmas aulas, continuo andando com as mesmas pessoas e escrevo as mesmas novidades para os meus pais em minhas cartas. Estou imersa no tédio, só que não é isso que está me incomodando tanto a ponto de não conseguir dormir direito.

É a escola? Meus afazeres como estudante de último ano? Como as provas estão chegando, faria total sentido. Mas não. É algo dentro de mim, algo extremamente irritante e difícil de conter. Angústia, talvez? Não sei. Pode ser, pode estar emaranhado com todos os outros sentimentos confusos e torturantes.

Tem sido silencioso, sabe?

Gina e Luna estão quase namorando, então passam mais tempo a sós do que qualquer coisa. Ian não fala mais comigo nem olha mais na minha direção. Aspen está sempre ocupado com outras amizades e com seus estudos, não quero atrapalhar. E Brandon? Ah, ele é o pior de todos, porque sei que ele está ali, sei que está me olhando e sei que não fará nada contra o silêncio, porque eu o afastei.

Por que é que ele tem que considerar o que eu falo logo quando quero que desconsidere? Só que eu não vou lhe contar isso, é óbvio. Porque sei que não vale a pena e pode acabar piorando tudo para mim.

Não quero sentir essas coisas; a saudade ou a solidão, mas aqui estão elas duas, uma de cada lado do meu corpo. Me abraçando com força e de forma sufocante. Vão.embora.

As detenções acabaram há quatro dias. Minerva foi nos visitar e como deve ter percebido que Brandon e eu estávamos calados e separados até demais, decidiu nos libertar. O único que sentiu alívio com isso foi Snape. Nem mesmo ele estava suportando o silêncio — para que fique mais evidente ainda como anda sendo desconfortável.

Eu abraço minhas pernas contra o peito e fecho os olhos, encostando a testa nos joelhos. O vermelho do fogo ficou gravado em minhas retinas e posso vê-lo mesmo com as pálpebras fechadas.

Respiro fundo e solto o ar lentamente. Queria poder desligar meus pensamentos, mas Brandon Potter é quem está segurando o controle. Penso nele todas as noites sem pausa. No seu sorriso maroto, seus olhos e seus cachos. Sua ignorância e malícia. Nos seus braços e lábios. Nos teus beijos e sua raiva e em como esses dois funcionam tão bem juntos.

Sinto falta das suas mãos em mim, da forma selvagem que ele me desejava. Inferno, até das suas pegadinhas toscas. Não brigamos mais. Sinto falta disso também.

Eu não acredito que vou fazer isso de novo.

Me sento corretamente e pego de novo o Mapa do Maroto que havia largado de lado, o pousando no meu colo. Apanho minha varinha e a coloco no meio do pergaminho velho.

REBELLION, Brandon PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora