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CAPITULO DEZOITO:

꧁ Cai fora ꧂

Brandon Evans Potter

Não achei que ela levaria meu conselho a sério, mas fico feliz que o tenha feito, porque agora tenho uma desculpa para beber e chamar alguém para se trancar no banheiro comigo.

Ao menos, é o que eu espero que aconteça quando eu descer para a comunal, assim que conseguir usar o banheiro. Bato na porta, desesperado para que Aspen saia logo.

— Anda, antes que eu arrombe a porra dessa porta, Aspen!

— Calma, tá cagado!?— ele retruca. Dou outro murro na porta e começo a andar de um lado para o outro na frente da mesma.— Sabe, que bom que Adhara mudou de ideia de novo. Amo o quão determinada ela é. Disse que não ia ter festa e agora vai ter festa.

— É. Grande coisa, sai logo do banheiro.

— E tipo— ele continua como se eu não tivesse dito nada.— não é estranho que ela tenha mudado de ideia tão em cima da hora? O garanhão do Ian deve estar mexendo mesmo com a cabeça dela.

— Está mexendo tanto que ela não queria sair só com ele.— resmungo, impaciente.

— O que disse?

— Nada! Só tô falando pra você abrir essa maldita porta.

— Estou saindo! Finalizando o cabelo.

Reviro os olhos e insinuo que vou me matar enforcado com minha gravata. Santo Merlin, eu odeio Aspen Greengrass e sua vaidade.

— Será que a gente vai ver eles se beijando?— ele pergunta, meu estômago se embrulha como se eu fosse vomitar.— Tipo, é estranho pensar que Adhara vai perder o bv com o Ian.... nada contra, é claro, mas eu estava apostando que seria com você.... cara, é claro que ele vai dar um jeito de beijar ela hoje à noite. Ele só tem cara de lerdo, mas tem muita atitude, hein!

— Ele tá é assustando ela com toda essa atitude.— esse assunto está começando a me irritar.

— O que disse?— Aspen pergunta, colocando a cabeça para fora do banheiro. Com pressa, agarrei-lhe o braço e o tirei a força de lá, indo mijar com a glória de Merlim.

Solto um suspiro, aliviado.

— Por que é que você está tão resmungão hoje? Pensei que queria que tivesse uma festa.

— Eu queria. E não estou resmungão.— reviro os olhos.

— Então tá... aposto cinco galeões que eles se beijam depois do parabéns.

— Ela não vai beijar ele! Ela nem gosta dele!— falo em alto e bom tom para que ele não continue a me acusar de resmungar. Tendo terminado minhas necessidades, saio do banheiro depois de lavar as mãos. Aspen está me encarando com a sobrancelha levantada, e com Kitty no colo. É uma péssima ideia segurar um gato preto vestindo um terno branco, mas eu não vou avisar.

— E por que ela aceitaria ir num encontro com ele se não gosta dele?

— Porque ela é assim! Adhara não sabe dizer não para as pessoas com quem ela não tem intimidade. Ela fica muito educada e tímida quando está desconfortável, e Ian é tonto demais para ler nas entrelinhas. Ele nem a conhece! Não se deu tempo para sacar que a última coisa que ela quer é ficar a sós com ele.— vou para a frente do espelho dar um nó na minha gravata, irritado.

— Você sabe disso porque a conhece?— Aspen pergunta, debochado.

— Não é só isso. A gente conversou ontem à noite.

Ele me encarou por cima do meu ombro, através do meu reflexo.

— Isso é novo. Vocês conversaram? Sem azarações nem nenhum tipo de flerte?

Franzo a testa, sem entender.

— Eu a Adhara nunca flertamos.

Aspen ri e bate na própria testa duas vezes.

— Não, claro que não. Só implicam com tudo o que o outro faz, o que, na minha humilde opinião, é um flerte pesado.

— Do que você tá falando?— me viro para ele.

— Vocês dois viram crianças quando estão juntos, Potter. E advinha como garotinhos chamam a atenção das garotinhas que eles gostam? Exato!— ele nem me deu tempo para pensar— Eles puxam o cabelo delas.

Começo a balançar a cabeça.

— Eu não gosto da Lupin.— nego calmamente.

— Ai Brandon, assume logo essa porra!— ele joga a mão livre para cima e arregala os olhos— Você quer ser ele. Quer estar no lugar do Romanoff hoje e quer beijar a sua arqui-inimiga que no fundo todo mundo sabe que é apaixonado por ela.

Fico calado, encarando meu melhor amigo. Minha garganta apertou e meu estômago se comprimiu por pura raiva.

— Eu não gosto dela.— repito.

Aspen suspira e vai deitar Kitty em sua cama.

— Você é mais inteligente que isso. Ou eu que coloco muita moral em você.— ele dá de ombros e bate na própria roupa para se livrar dos pelos do gato dele.— Só... pensa a respeito.

— Você anda querendo me fazer pensar muito ultimamente.— pontuo.

— É nosso último ano, Brandon.— ele sorri em meio uma careta. Isso o chateia e talvez até assuste um pouco, eu posso ver— Ano que vem, se tudo der certo, nós não nos veremos com muita frequência porque a vida adulta vai sugar nosso tempo e aí.... vamos mudar.— seu sorriso forçado some e ele se mostra genuinamente preocupado— Esse ano prometi para mim mesmo que vou fazer o máximo que puder, por mim mesmo e pelos outros. Vou falar o que estou pensando e dar mais abraços nos outros. E, como seu melhor amigo, quero o melhor pra você.

— E o melhor para mim, na sua humilde opinião, envolve a Lupin?— levanto a sobrancelha. Aspen assente.

— Vocês são doidos. Tipo, bastante mesmo.— sopro uma risada e reviro os olhos— Mas no caso de vocês, tenho certeza que amor e ódio andam de mãos dadas. Acredito que darão certo quando aceitarem isso.

Fiquei pensativo. Não queria, mas fiquei. Foi confuso o que ele disse.

— Ela é uma boa pessoa.— ele continua, aproveitando que eu estou pensativo— Vocês podem tirar o melhor um do outro...

— Tá, entendi, corta esse papo.— o interrompo, não querendo tornar isso numa sessão de terapia.

— Abusei, né?

Umedeço os lábios e balanço a cabeça em concordância.

— É. Já deu.

— Obrigado, falei o suficiente, mesmo assim.— ele abre um sorriso largo como se tivesse feito exatamente o que queria.

O que não deve significar coisa boa pra mim.

— Vem cá, garotão!— ele se aproxima e me prende num abraço apertado, dando tapinhas nas minhas costas. Não sou muito fã de abraços, então não retribuo, ficando duro como uma pedra. Nossa conversa não tocou meu coração e eu não me sinto particularmente carente. Odeio abraços aleatórios e desnecessários. Ninguém morreu.

Os segundos se passam.

— Aspen.

— Oi?— ele pergunta, ainda mergulhado no seu mundinho.

— Cai fora.

— Ok.— Aspen desmancha o abraço e bate nos meus ombros— Te amo, maninho.

Ele sai do quarto antes que eu responda. Olho para o gatinho preto na cama e ele já está me encarando.

— Seu dono é maluco.— depois disso arregalei os olhos e saí, mais maluco sou eu, de ficar falando com um gato. Mas do gato eu gosto. O Kitty é maneiro.

REBELLION, Brandon PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora