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Dulce Maria

Formar-me com louvor em Cambridge não era apenas um desejo meu, mas também dos meus pais. Certamente, dei essa alegria a eles e, em troca, ganhei uma viagem com tudo pago para Ibiza, uma ilha no leste da Espanha. Seria o sonho de qualquer garota da minha idade, mas não o meu. Ficaria mais feliz visitando museus em Paris que presenciando as bebedeiras e orgias desse lugar.

Limpei as gotas de água que um idiota respingou em mim ao pular na piscina e suspirei fundo. Eu só teria que ficar nesse lugar horrendo por mais três dias e aí estaria liberada para seguir meus planos de morar em Nova York. Sim, esse era o meu sonho. E também a recompensa por ter ficado todos esses anos ao lado dos meus pais em Londres. Alguma coisa em mim gritava alto, eu precisava sair da Inglaterra e encontrar o meu caminho, queria sair debaixo das asas protetoras do meu pai e voar.

- É tão ruim assim? Ganhar uma viagem com tudo pago para o paraíso? - Abaixei meus óculos escuros e encarei minha amiga Ellen que estava na espreguiçadeira ao meu lado.

- As praias são bonitas, mas acho horrível toda essa gente bêbada e praticamente nua. - A sinceridade sempre foi uma qualidade ou defeito muito aparente em mim.

- Sério, Dulce, você parece uma velha de setenta anos presa em um corpo de vinte e um.- Revirei os olhos, arrumei os meus óculos e voltei a minha atenção para o meu livro da Jane Austin. Já havia lido umas três ou quatro vezes, mas não me cansava. Era inspirador e cativante a forma como ela escrevia.

- Eu vou sair hoje à noite, vamos, Dulce, são seus últimos dias na Espanha. - Eu estava há uma
semana na ilha e só aproveitava os bares e restaurantes durante o dia. Ellen virava a noite dançando e bebendo em boates. Eu sabia que seria assim, por isso, pedimos quartos separados. Eu gosto de acordar cedo e aproveitar o dia, esse negócio de ficar de ressaca não é comigo.

- Não vou, obrigada. - Ela revirou os olhos e voltou a atenção para o celular. Graças a Deus, ela havia feito novos amigos no primeiro dia. Então eu me livrei de ter que acompanhá-la em suas noitadas.

E, antes que vocês me julguem e me achem chata e enjoada, quero deixar claro, sou o tipo de pessoa que não se acha obrigada a fazer algo que não gosta apenas para agradar aos outros. As únicas pessoas para quem abro exceção são os meus pais e olhe lá.

Depois de um dia de piscina, eu me sentia cansada, mesmo assim, me obriguei a tomar um banho e ficar apresentável, queria jantar em um bom restaurante. E, depois, voltaria para o meu quarto para dormir o sono dos justos.

Escolhi um vestido de tecido leve e sandálias sem salto e com pedras. Meus cabelos eram naturalmente lisos, mas eu gostava de fazer grandes cachos nas pontas, amava o efeito que isso causava. Fiz uma maquiagem bonita e saí para encontrar com a minha amiga. Ellen estava vestida para arrasar, vestido branco colado ao corpo e saltos. Eu admirava a sede insaciável que ela tinha pela vida noturna, pois eu só queria comer um bom prato de comida e voltar para o hotel.

Ela escolheu um restaurante que mais parecia uma boate. Música alta, pessoas dançando e bebendo como se o mundo fosse acabar. Magnatas fazendo disputa de quem comprava as bebidas mais caras e em maior quantidade. Uma clara demonstração arcaica de quem mijava mais longe.

- Nunca mais deixo que escolha o restaurante. - resmunguei assim que nos acomodamos em uma mesa.

- Relaxa, Dulce, esse restaurante é o esquenta oficial de todas as boates. Vai me agradecer quando começarem a chegar os caras mais gatos e ricos da ilha.- Ellen já havia quebrado a cara tantas vezes com esse tipo de homem e, mesmo assim, não havia aprendido a lição.

Fizemos nossos pedidos e decidi beber um vinho branco e gelado para começar a noite. Não demorou para os homens "gatos e ricos" começarem a chegar. Eu conseguia distinguir de longe um magnata verdadeiro das cópias que tentavam se passar por um. Ellen acreditava tanto no meu faro que acabei me tornando um tipo de controle de qualidade, segundo ela.

- Ah, meu Deus! - Falou exaltada e quase engasguei com a cara de espanto que ela fez para mim.

- O que foi, Ellen? Quase me matou do coração.

- Disfarça, Dulce, você não acredita em quem acabou de entrar por aquela porta.

- Me conhece bem para saber que não vou me virar, então desembucha.

Percebi que ela endireitou o corpo na cadeira e passou a mão pelos cabelos. Um claro gesto de uma fêmea querendo chamar a atenção de algum macho alfa e dominante. Então me obriguei a olhar, já que ela não conseguia sair do seu estágio hipnótico. Descansei minha taça lentamente na mesa e me virei, dei de cara com grupo de homens parados na porta do restaurante. Aguardavam uma mesa, comecei a fazer minha habitual leitura corporal. Um deles era loiro e alto, olhos castanhos e usava roupa leve e confortável, todos os outros seguiam o mesmo estilo. Havia apenas um que não consegui visualizar o rosto, pois estava de costas, falando com o seu segurança particular.

- Quem são eles? - Perguntei ao me virar para Ellen, que continuava vidrada no grupo de
rapazes.

- Christopher von Uckermann.

- Quem?

Boa leitura!!

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Boa leitura!!

Olá lindas,vim trazer uma história de um livro que eu lir e amei. E tenho certeza que também vão amar. Deixo o primeiro capítulo. Vou tentar att todos os dias.

Sobre a minha, não desisti, vou att essa semana também.

Beijos!

The CEO who loved me (adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora