— Vamos beber o quê?— Perguntou, se sentando em uma das banquetas altas e apoiou os cotovelos no balcão. Demorei para responder, e ele ficou me encarando de um jeito divertido.
— Qual é, Dulce? Vai me dizer que não bebe? Ou que vai pedir um vinho?— Olhei em volta e muito provavelmente eles teriam vinho, mas me transformaria em uma aberração se pedisse uma taça.
— Que tal uma cerveja?— Sugeri, e ele negou com a cabeça.
— Duas doses de tequila, por favor.— Ele berrou para o garçom, e eu arregalei os olhos. Segundos depois, as doses já estavam à nossa frente.
— E então, Dulce, vai amarelar?— A voz desdenhosa dele me fez lembrar que eu nunca tinha bebido tequila na vida, mas ele não precisava saber disso. Peguei uma dose e virei de uma vez só, sentindo o líquido queimar por dentro do meu corpo, até chegar ao meu estômago.
— Esqueceu do sal e do limão.— Olhei para o prato ao lado.
— Eu gosto assim.— Menti descaradamente, sentindo meu estômago queimar. Que diabo de bebida é essa?
Ucker bebeu a sua dose tranquilamente, com a serenidade no olhar de quem estava acostumado a viver no álcool, feito cobra de laboratório.
— O que fazemos agora?— Era uma pergunta idiota, mas eu era uma estranha no ninho e não sabia o que fazer com a tonturinha gostosa que estava me dando.
— Bebemos mais uma dose?— Ele perguntou, e eu estreitei os olhos.
— Está querendo me deixar bêbada?
— Não, não curto mulheres bêbadas.— Engoli em seco.
— Então, vamos dançar, deixe a tequila para depois.— Saí arrastando Ucker entre as pessoas, e paramos no meio da pista. Ali ele não era o Christopher Uckermann filho de um bilionário conhecido, ali ele era apenas uma pessoa normal, dançando e rodopiando com a sua amiga levemente alcoolizada.
— Você dança bem.— Falei enquanto ele me girava de um lado para o outro. Eu sentia meu corpo leve, e uma sensação deliciosa de felicidade estava tomando conta de mim.
— Está a fim daquela segunda dose ainda?— Perguntei, Ucker sorriu e me arrastou para o bar, bebemos mais uma dose.
CHRISTOPHER VON UCKERMANN
Dulce era totalmente o meu oposto. Eu conseguia ver em seu comportamento que foi criada para ser o troféu da família, assim como meu pai sonhava que eu fosse. Essa garota estava tão focada em agradar os pais que estava esquecendo de viver a vida. E claro que eu tentei dar um empurrãozinho para que ela curtisse uma noite diferente. Mas me surpreendi ao sair do banheiro e vê-la dançando em cima de uma mesa de sinuca. Uma plateia de homens e mulheres batia palmas e assobiava para ela. Dulce não dançava de forma vulgar, muito pelo contrário, estava leve e feliz, parecia uma garota da sua idade que não carregava o peso de um sobrenome nas costas. Seus olhos encontraram os meus, estavam alegres e brilhantes.
— Vem, Ucker? Sobe aqui!— Neguei e fui até ela, a peguei pelas pernas e tirei de cima da mesa.
— O show acabou, galera.— Falei e as pessoas me vaiaram e voltaram para a pista de dança. Coloquei ela sentada na mesa de sinuca e pedi uma garrafa de água para o garçom.
— Beba, ou vai se sentir horrível amanhã.— Ela pegou a água e sorriu.
— Você está me surpreendendo, Sr. garanhão.— Falou meio arrastado e sorrindo. Seus olhos estavam com aquele brilho de quem estava levemente alcoolizada.
— Ah, é? Surpreendendo em que sentido?— Ela mordeu os lábios, abriu um pouco as pernas e me encaixou entre elas. Depois, encostou o rosto no meu peito e ficou rindo.
— Você cheira tão bem.— Falou num fio de voz, senti que seu corpo estava amolecendo, fui obrigado a segurá-la em meus braços.
— Dulce?— Chamei e segurei em seu rosto, percebi que ela tinha dormido ou desmaiado. Parecia tão serena que eu ainda apostava que estivesse dormindo. Ótimo, Ucker! Deixou a garota bêbada, e agora?
DULCE MARÍA ESPINOSA SAVIÑÓN
Acordei sentindo minha boca seca e um mal-estar que começava no meu dedo mindinho e ia até o último fio de cabelo. Era uma sensação horrível, meu corpo não reagia.
Abri os olhos e senti meu estômago revirar.
Eu estava em um quarto moderno e masculino e, quando meu cérebro processou a palavra masculino, eu lembrei de Christopher Uckermann. E flashes de memória começaram a surgir feito raios na escuridão. Fechei meus olhos quando uma lembrança em especial veio com força.
"Está querendo me deixar bêbada?"
"Não, não curto mulheres bêbadas."
Obriguei meu corpo a levantar e, graças a Deus, ainda estava de roupa. Óbvio que ele não faria nada comigo naquele estado deplorável. Passei os olhos pelo quarto e achei meu tênis ao lado da cama. Coloquei eles e saí pela cobertura, entrei em três corredores errados antes de achar a sala, o silêncio anunciava que Ucker ainda estava dormindo, peguei meu celular no bolso e constatei que já se passava do meio-dia.
Legal, Dulce! Passou a noite na cobertura do garanhão e nem se lembra como chegou aqui.
Caminhei cuidadosamente até a porta e saí. E minha vergonha era tanta que estava pensando seriamente em voltar pra Londres e passar o resto da vida enfiada na propriedade dos meus pais.
E, falando neles, meu celular começou a tocar quando entrei no meu apartamento. Era minha mãe.
— Bom dia, dona Blanca.
— Boa tarde, né, filha? Revirei os olhos para mim mesma.
— É verdade! Desculpe, é que acordei tarde hoje. Ainda não almocei.
— Filha, seu pai e eu faremos uma longa viagem, vamos aproveitar que você está em Nova York e conhecer alguns lugares pelo mundo, mas sabe que pode nos ligar a qualquer momento, certo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
The CEO who loved me (adaptada)
Fanfiction+ 18 | Dulce María Espinosa Saviñón sempre foi muito racional e nunca se rendeu diante de um rosto bonito e um corpo musculoso, até conhecer Christopher von Uckermann, um playboy lindo e charmoso que está disposto a quebrar sua mais importante regra...