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        Meu pai e minha mãe viveram para mim todos esses anos e, dificilmente, se ausentaram ou viajavam sozinhos. Então, achei legal que eles aproveitassem um pouco mais a vida.

           — Que notícia maravilhosa, mãe.— Fui até a cozinha, peguei uma enorme garrafa de água e arrastei para o meu quarto. Coloquei a banheira para encher enquanto ela falava sobre os detalhes da viagem. Depois que ela desligou, tirei toda minha roupa e mergulhei na água quentinha. Primeiro, eu precisava fazer o meu corpo voltar ao normal. Depois, eu iria pensar em como sobreviver a vergonha de ter tomado o primeiro grande porre da minha vida com Christopher Uckermann. 

         Quando senti que meu corpo estava mais relaxado, saí da banheira e coloquei uma roupa confortável, a essa altura, eu já tinha bebido toda a garrafa de água. Sequei meus cabelos e prendi num coque, coloquei uma camisola de seda com estampa de pequenos sorvetes coloridos. Olhei-me no espelho e sorri, era bonito e infantil ao mesmo tempo. Voltei para a sala, peguei o controle da iluminação, fechei as cortinas, e sintonizei no Netflix. Meu sábado seria curtindo uma ressaca daquelas. Justo eu, que condenava minha melhor amiga por isso. Fui até a cozinha e preparei um saco de pipoca gigantesco. Peguei uma caixa de suco e, quando estava quase chegando na sala, a campainha tocou, a única pessoa autorizada a subir era a Ellen. E achei estranho ela aparecer esse horário, pois só acordava sábado no final da tarde. Caminhei até a porta e atendi e, para minha surpresa, não era ela, e sim o Ucker. 

            — Oi.— Falei sem graça. Ele usava uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca, e a roupa ficou tão perturbadora quanto o jeans que costumava usar.

              — Esqueceu isso lá em casa.— Abriu a mão e mostrou meu par de brincos. 

              — Ah, obrigada por trazer.— Ucker olhou para minha pipoca e para o meu suco e deu um leve sorriso.

               — Ressaca?— Mordi o lábio e confirmei, eu estava morta de vergonha.

               — Pois é.— Falei e fitei o chão.

                — Vai me convidar para entrar ou vamos ficar aqui na porta?— Sério que ele queria entrar?
Não bastava ter me visto daquele jeito ontem?

                 — Ah, claro, entra.— Dei passagem, e Ucker passou por mim, não desatenta a forma como ele olhava para o meu decote e para as minhas pernas. Fomos direto para a sala, e ele viu que eu estava pronta para ver TV.

                — Sala escurinha, pipoca, Netflix. Só estava faltando eu.— Revirei os olhos para ele e afundei no sofá, ele fez o mesmo.

                — Ucker, desculpe-me por ontem, eu nunca perdi o controle daquele jeito e estou...

               — Não peça desculpas, você não fez nada demais, apenas bebeu e se divertiu.— Será que ele achava isso mesmo? Ou estava falando só para eu me sentir melhor?

                 — É que é não lembro de muita coisa, e odeio me sentir assim.

                  — Não se sinta mal, apenas bebeu, dançou. Falou que eu cheirava bem e dormiu.— Arregalei os olhos e cobri o rosto com as mãos.

                  — Eu sou um desastre.— constatei e peguei o controle da TV.

               — Relaxe, Dulce, isso acontece com todo mundo. Não fique se martirizando.— Assenti e passei pelas séries e filmes sem saber exatamente o que queria ver.

                — O que gosta de ver, Ucker?— Virei o corpo para fitá-lo e percebi que ele estava falando com alguém pelo celular.

                — Comédia ou ação.— respondeu sem olhar para mim e fiquei incomodada pelo fato dele estar falando com outra pessoa.

                  Mas que diabos está acontecendo com você, Dulce?

           Escolhi um filme de comédia e também comecei a mexer no celular. A história foi desenrolando e Ucker soltava cada gargalhada gostosa, me fazendo rir também. Eu jamais acreditaria se alguém me falasse que, algum dia, eu estaria curtindo uma ressaca com Christopher Uckermann, em um sábado à tarde, vendo filme e comendo pipoca.

              — É normal essa sensação de culpa e tristeza?— Perguntei quando as letrinhas do final do filme começaram a subir.

              — É, sim, mas amanhã tudo volta ao normal, se bobear, vai querer sair de novo.

           — Não mesmo, nunca mais quero me sentir tão mal.— Ucker não falou nada e voltou sua atenção para a TV, era estranho a presença dele ali. 

              Ontem, em nenhum momento, ele avançou o sinal, simplesmente me tratou com gentileza, cuidou de mim quando fiquei bêbada e agora estava vendo um filme, tão despreocupado como se estivesse na presença de uma amiga.

               Ah, meu Deus, é isso, ele quer ser meu amigo!

               E a constatação me deixou furiosa, o que eu tinha de diferente das outras garotas? E aquele papo de me levar para a cama? Teria sido apenas brincadeira? Eu já não sabia mais o que pensar, e me sentia confusa em relação a ele.

                Outro filme começou, e Ucker não demostrava intenção de ir embora, olhei com o canto dos olhos e fiquei admirando aquele homem ao meu lado. Christopher Uckermann não era apenas bonito, havia um ar de mistério em suas feições. Sua capa de civilidade escondia alguma coisa que eu ainda não sabia identificar.

                  — Pare de me olhar assim.— Ops, fui pega em flagrante.

                   — Assim como?— Me fiz de desentendida.

                   — Eu sei que está se questionando, Dulce, eu também estou.

                Ahn? O quê? Do que ele estava falando? Será que, além de todas as qualidades, ele ainda sabia ler pensamentos.  

Olá meninas, uma ótima semana pra vocês 😚

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Olá meninas, uma ótima semana pra vocês 😚

The CEO who loved me (adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora