Cansei de contemplar os pombinhos e resolvi ir embora. Ele não me seguiu. Melhor assim.
Diferente do que eu pensei, a música não voltou a ficar alta. Então, ou eu tinha estragado os cabos de som, ou ele estava tentando se redimir comigo.
Cheguei à empresa disposta, muito disposta.
Eu adorava quando o dia começava cheio de problemas, as pessoas me achavam louca por gostar disso. Elas não entendiam que eu estudei para isso a vida toda, ia para empresa com meu pai desde muito cedo. O mundo corporativo me fascinava, era incrível olhar os balanços e gráficos de uma grande empresa e encontrar a veia do problema. Meus pais morriam de orgulho e, de certa forma, eu também. Eu gostava do que tinha me tornado, não havia espaço para erros ou falhas, eu queria ser a filha perfeita. E estava cumprindo meu papel com louvor.
Depois de sair de uma reunião, caminhei pela empresa e, como sempre, os funcionários achavam alguma coisa para fazer. Era difícil tocar um negócio com tão pouca idade, mas fiz minha postura de durona se espalhar rápido. Eles tinham que temer a minha presença ou pelo menos respeitá-la. E as duas coisas estavam acontecendo. Meu intuito nunca foi ficar amiga dos funcionários, os tratava com respeito, mas mantinha certa distância de intimidades e coisas que não eram sobre trabalho.
Encerrei o dia no setor administrativo do banco e fui caminhando para casa. Morava a poucos quarteirões da empresa e aproveitei que estava de saltos confortáveis para andar um pouco. Eu amo Nova York, é meu lugar preferido no mundo. Durante o caminho, eu fui observando a agitação daquela cidade que nunca dormia. As luzes, as cores. Tudo me fascinava, as pessoas pareciam tão alheias a tudo, algumas até falavam sozinhas.
Quando virei na rua que dava acesso ao meu prédio, senti uma gota de chuva no meu vestido imaculadamente branco. Olhei para rua e vi algumas poças de água. Pelo visto, tinha chovido bastante. Parei em frente aos portões de vidro do imponente prédio onde morava, para digitar a senha e entrar. Escutei o barulho do portão sendo liberado no mesmo instante em que um carro entrou na rua cantando pneus, era um modelo esportivo, mais precisamente um Bugatti. O motorista foi desacelerando e meus olhos de águia viram que se tratava de Christopher von Uckermann, ele também percebeu que eu estava parada no portão, deu um sorrisinho cínico e voltou a acelerar sua máquina, só então percebi o que ele faria, Ucker avançou sobre uma poça de água enquanto eu gritava em câmera lenta um: "Nãoooooooo." Minha voz foi interrompida pelos jatos de água lavando o meu rosto e molhando o meu vestido.
— Seu infeliz, você me paga.
Gritei descontrolada enquanto ele entrava com seu carro no estacionamento subterrâneo. Digitei a senha novamente e entrei, passei pelo porteiro que ficou
impressionado com o meu estado, ele deveria ter visto toda a cena.— Boa tarde sen...— Virei para ele feito a menina do exorcista, e ele se calou. Parei em frente
aos elevadores e, quando fiz menção de apertar o botão, as portas se abriram. Ucker estava lá, de
braços cruzados, contendo a vontade de gargalhar. Passou os olhos pelo meu corpo e fez uma cara de safado.Meu Deus, como eu odiava esse homem!
Entrei e fiquei de costas para ele. Apertei o botão do meu andar e alisei o meu vestido totalmente destruído e manchado. Tentando ser civilizada, eu não iria berrar com ele, eu não desceria do salto, eu não era assim. Concentrei-me na minha respiração e, finalmente, o elevador começou a subir.
— Seu vestido está transparente.
Olhei para o espelho na lateral do elevador e percebi que a
droga do vestido era mesmo transparente. Eu poderia colar as costas na parede e colocar a bolsa em frente ao corpo, mas para quê? Ele já tinha visto tudo mesmo.— Dane-se. — falei e cruzei os braços no peito enquanto ele me olhava com semblante divertido.
— Você é muito marrenta, garota! Deve estar precisando de um sexo quente e suado, podemos resolver isso e tirar todo esse estresse.— Abri levemente a boca e arregalei os olhos sem acreditar que ele estava sendo tão direto e promíscuo.
— Nem que você fosse o último homem da face da Terra e a continuação da espécie humana
dependesse de nós.— Ucker levantou as duas sobrancelhas e ficou surpreso com a minha resposta.— Sou tão ruim assim?— Perguntou e as portas se abriram no meu andar. Saí, e ele colocou a mão para impedir que o elevador fechasse.
— Você não faz o meu tipo. Não gosto de playboys desocupados que vivem para festas e
mulheres. A vida é muito mais que isso, Ucker. Você é a personificação de tudo que eu mais odeio. Então faça a gentileza de ficar longe de mim.Ele levou a mão ao coração, como se tivesse levado um tiro. E as portas quase se fecharam. Mas ele voltou a colocar a mão para impedir.
— Dulce, se, em três meses, você não estiver nua na minha cama, eu não me chamo Christopher von Uckermann. — Arregalei os olhos do tamanho do mundo e soltei uma gargalhada.
— Veremos, garanhão.— Virei as costas e escutei as portas do elevador se fechando.
Boa madrugada meninas 🤍Perdoem a demora 🥺
Para compensar, logo postarei mais dois ☺️
VOCÊ ESTÁ LENDO
The CEO who loved me (adaptada)
Fanfiction+ 18 | Dulce María Espinosa Saviñón sempre foi muito racional e nunca se rendeu diante de um rosto bonito e um corpo musculoso, até conhecer Christopher von Uckermann, um playboy lindo e charmoso que está disposto a quebrar sua mais importante regra...