𝐄𝐮 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚...

Vandalizei um carro

No dia seguinte, Mahina se encontrava largada em sua cama, não tinha nem se dado o trabalho de colocar um pijama, era como se um caminhão tivesse a atropelado. Em compensação, teve uma das melhores noites de sono de sua vida, sentindo-se completamente revigorada, mesmo acordando no susto por um barulho alto vindo de algum aparelho móvel.

Sentou-se na cama, esfregando os olhos e percebendo que nem os calçados havia tirado, e o cheiro de tabaco tinha se impregnado em seus cabelos. Quando seus olhos se tornaram aptos a focarem novamente, viu sua colega de quarto enrolada em sua toalha de banho com os cabelos úmidos e as pernas cruzadas enquanto mexia no celular. A ruiva logo percebeu Mahina sentada em sua cama com os olhos absurdamente inchados e bloqueou o celular.

— Te acordei? – obtendo uma resposta positiva, morde o interior da bochecha. — Foi mal.

— Não tem problema. – sorriu e olhou ao redor, ainda tentando se situar completamente no ambiente. — Que horas são?

— Quase meio dia.

Mahina arregala os olhos surpresa. Sempre tivera a mania de acordar tarde ou tirar sonecas durante o dia, tinha sono a toda hora e eram poucas as vezes que sentia que dormira o bastante, mas nesse dia queria acordar um pouco antes do meio dia, talvez ler um livro encostada numa árvore ou ir conhecer a biblioteca do campus.

Dirigiu-se ao banheiro após pegar uma muda de roupa de sua parte do armário e trancou a porta, despindo-se logo em seguida e entrando debaixo da água quente, tão quente que sentia sua pele arder um pouco, e ela adorava banhos assim. Focou em tirar o cheiro de tabaco e escovar muito bem os dentes, já que estava cansada demais para escová-los na noite anterior.

Saiu do banheiro com o cabelo metade seco metade úmido, havia ficado sem paciência para secá-lo por completo, suas madeixas que acabavam em sua cintura davam trabalho às vezes.

— Quer almoçar? – Yumi se levantou, pronta para sair do quarto com ou sem Mahina.

— Quero sim. – a loira sorriu e pegou seu celular e carteira antes das duas saírem do quarto, já que a Tanaka havia se trocado nesse meio tempo que a outra ficou no banho. Percebendo que estavam se aproximando cada vez mais do portão do campus, franziu o cenho. — Não vamos almoçar aqui?

A ruiva negou com a cabeça: — Geralmente de final de semana o pessoal tá voltando e eu não quero trombar com ninguém que eu não goste.

Mahina apenas assente e continua seguindo a amiga, ainda era muito receosa com a mesma, na verdade, tinha um pouco de medo dela e de sua carranca mal-humorada.

Andaram e andaram até a mais baixa bater os olhos em um restaurante de comida brasileira e implorar para que comessem lá, chacoalhando a ruiva por um dos braços e pulando de felicidade ao ver que poderia experimentar comidas que nunca havia comido. A ruiva aceitou, levemente contrariada, mas aceitou. Faria de tudo para que Mahina parasse de chamar a atenção das pessoas ao redor.

Entraram no estabelecimento que era aberto e se serviram das bandejas postas para que os clientes se alimentassem do que mais gostavam, ou das coisas que mais agradavam seus olhos. Assim que se sentaram, a loira avistou uma cafeteria do outro lado da rua toda decorada na paleta marrom.

— Ah! Depois vamos ali! – apontou através do vidro como se fosse uma criança de cinco anos e Yumi revirou os olhos.

— Quer ficar sentada e comer direito?

O sorriso da loira desmanchou-se rapidamente e a mesma pôs-se a arrumar-se na cadeira. Balançava os pés que estavam pêndulos enquanto separava cada fragmento da maionese caseira que pegara, era muita informação para si.