Desperdicei morangos

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Yumi Tanaka se encontrava novamente nos lençóis da cama king size do platinado Hayakawa localizada na fraternidade Akatsuki. O Sol já atravessava a janela, mas não a incomodava graças à grossa cortina cinza pendurada em frente ao objeto de vidro.

— Eu odeio não saber o que fazer — ela olhava fixamente para o teto — Não acredito que ele teve uma recaída depois de um ano, ele até parou de ir nas reuniões do N.A. e tava segurando a barra bem — suspirou e fechou os olhos — Eu deveria ter insistido para que ele continuasse indo às reuniões.

Hidan suspirou, estava fazendo um trajeto de selinhos pela barriga da mulher até chegar em seus seios, que estavam cobertos por um sutiã de renda verde. O platinado tampou a boca da mulher com uma das mãos e a olhou.

— Não vou conseguir ficar de pau duro nunca se você continuar falando do Ren.

A ruiva deu risada e tirou a mão de sua boca.

— Eu não tô no clima — foi o bastante para que o homem suspirasse e se jogasse ao lado da Tanaka — E se ele tiver uma overdose de novo?

— Vocês levam ele pro hospital.

— E se ninguém achar ele a tempo? — sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao pensar naquilo.

Hidan permaneceu em silêncio, não sabia o que responder e também não gostou da hipótese sugerida. Observou a mulher se sentar e vestir-se novamente, calçando também seus tênis antes de se levantar.

— Preciso ir — ela disse.

— Tem trabalhos pra corrigir? — ele se referiu ao trabalho de professor auxiliar que a ruiva havia aceitado quando seu professor de programação fez a oferta.

Yumi sorriu de canto e negou.

— Corrigi eles ao decorrer da semana, preciso entregá-los — deu uma última arrumada no cabelo e se abaixou para selar seus lábios com os de platinado, que estava com ambas as mãos atrás da cabeça e seu edredom cinza acolchoado cobrindo apenas o necessário para que se Yahiko entrasse no quarto não sairia dali com traumas.

— Já posso sair por ai dizendo que fodo com uma professora ou ainda é muito cedo? — ele perguntou rente ao rosto da mulher e recebeu uma risada fraca dela.

— Sempre vai ser cedo demais para você dizer isso, até porque se um dia você disser, vai parar de foder essa professora.

Hidan fez uma cena como se tivesse sido baleado no peito, o que fez a ruiva sorrir enquanto descia as escadas com o casaco pendurado no braço olhando o celular para checar as horas e perguntar para Mahina como estavam as coisas no apartamento de seu primo.

A loira respondeu rapidamente, já que estava acordada fazia um tempo, o qual passou observando a feição pacífica do Ren adormecido que tinha ao seu lado. As sobrancelhas grossas e arqueadas agora pareciam menos intimidadoras, mas ele continuava extremamente bonito. Os olhos do homem começaram a se mexer e as sobrancelhas franziram-se um pouco, indicando que o mesmo estava acordando.

Ele abriu os olhos inchados e encarou o teto por alguns segundos até que sua mente ligasse por completo. Desviou o olhar para a menina que tinha ao seu lado e inalou fundo para não jogá-la no chão , acordar com alguém o encarando nos olhos era algo que Ren nunca havia experenciado, e agora torcia para ter sido a primeira e última vez.

— Que susto, Hina, puta merda — fechou os olhos e posicionou a mão no peito.

— Desculpa — desviou o olhar para a tatuagem que o homem possuía no ombro e começou a contorná-la com seu dedo indicador.

— Ei, vem cá — ele a puxou até que seus rostos estivessem na mesma altura e selou seus lábios.

Mahina sentiu uma das grandes mãos do homem a tocar de uma forma diferente, pecaminosa, então se afastou, sentou-se na cama e ofereceu um sorriso para que ele não achasse que fez algo de errado, ele não havia feito, pelo menos não naquele momento. O erro dele foi ter voltado aos seus antigos hábitos sem pensar no quanto isso custaria a ela, aos seus amigos, a todos. Sabia que esse pensamento era o mais egoísta que já havia imaginado passando por sua mente, mas esse seria seu segredinho consigo mesma.

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