Fui madrinha de um casamento

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O nervosismo de Sasori era desesperador. Nada estava certo, absolutamente nada. O nó de sua gravata foi seu maior inimigo até que sua madrinha fora chamada às pressas para que o ruivo não descontasse sua raiva em um objeto inocente. Konan observava o mais baixo andar de um lado para o outro, seu cabelo roxo tinha apenas algumas flores que Zetsu cultivou o enfeitando, e seu vestido amarelo areia — sim, amarelo areia, Sasori venceu a discussão sem nem dizer uma palavra sequer, apenas com o olhar mandão e autoritário que lançou ao seu noivo.

— Sasori, já estou ficando tonta de tanto você rodar pelo quarto — a dona dos cabelos roxos reclamou.

O homem parou e respirou fundo, com os olhos fechados e as mãos levantadas, a pose padrão de alguém que estava prestes a perder a cabeça.

— Não sei o que te incomoda, você já se assumiu mesmo — ela deu de ombros.

— Vocês saberem é uma coisa, mas a faculdade inteira saber é outra bem diferente — sua voz estava mais fina do que o normal, ele estava prestes a ter uma síncope.

— Talvez seja uma oportunidade para você fazer amizades com outros gays, sabe? Se enturmar. Podia começar com os amigos do Deidara — péssima escolha dizer isso, se a mulher pudesse voltar no tempo, nunca deixaria essas palavras saírem de sua boca.

O ruivo a olhou boquiaberto, parou de arrumar desnecessariamente a gola de sua camisa social e franziu as sobrancelhas bem devagar.

— Você sabe que eu odeio gays, todos eles com seus “meh” e “bleh” — ele fez careta enquanto imitava a imagem que tinha dos homossexuais.

Konan riu nasalado e se esticou na cama, o amigo era a primeira pessoa que se contradizia tanto.

A madrinha de Deidara não estava precisando lidar com um noivo hipernervoso ou comentários absurdos, apenas com o nó da gravata de seu namorado, a dobradura no tecido insistia em entortar assim que ela abaixasse as mãos.

O apartamento que a via mais que seu próprio dormitório estava com mais visitas do que ela. Seus tios a avisaram de última hora que iriam passar o final de semana fora pelo trabalho de sua tia e não confiavam em deixar Karin sozinha depois da festa escondida que a ruiva deu da última vez que ficou com a casa só para ela. Mahina aceitou, quero dizer, apenas buscou a prima mais nova no portão do campus, já que fora avisada do favor pedido a si quando a outra Uzumaki já estava a caminho. Mas tudo bem, já estava acostumada a cuidar de seus primos mais novos e gostava disso. Desde seus cinco anos era encarregada de cuidar da Karin de dois. E depois de um ano Isaac se juntou à equação.

Karin Uzumaki era como qualquer outro adolescente, não era tão difícil de entreter, uma comida gostosa e uma televisão ligada era o necessário para que ela sentasse quieta no sofá por horas.

— Pronto! — Mahina sorriu se abaixou as mãos. Nada estava pronto. O nó continuava horripilante, mas ela havia perdido a paciência.

Ren sorriu de canto e desfez o nó assim que a loira saiu de vista. Ele não usaria a gravata, apenas deixou a mulher gastar tempo ali, pois ela insistiu. O Yamazaki enrolou a gravata com uma mão e a colocou em cima da bancada antes de Agnes ir buscar um copo d’água. A mulher se apoiou na pia e encarou Ren enquanto secava o copo lentamente.

Ele percebeu e a olhou, iniciando um contato visual tenso e desconfortável. Agnes terminou de beber a água e suspirou, cruzou os braços e sua expressão era uma incógnita, o homem sabia que não era boa coisa, mas não sabia o que era.

— Por que vi Mahina comer uma panqueca de ursinho e morangos cortados em formato de coração no café da manhã de um dia da semana passada?

Ren arqueou as sobrancelhas.

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