Hidan nunca quis um livro

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Algo estava errado. Algo estava muito errado e Mary tinha plena certeza disso. Hiroki nunca demorava mais de uma hora para respondê-la, e naquele dia isso havia acontecido como em alguns outros, nos quais ela ignorou o motivo mesmo sabendo qual era. Mas dez vezes já era demais.

Andava determinada para o apartamento do homem, seus cachos balançavam como se externassem todo o ódio que sentia. Não faria vista grossa dessa vez, nem morta. Uma coisa era o ruivo ficar com outras garotas quando os dois não tinham nada sério, mas agora que eles namoravam, ela não iria mais aturar isso.

Dentro do apartamento no qual a morena estava prestes a entrar, Hiroki recebia um oral de uma garota que conheceu na noite passada, quando foi ao lugar em que Stella trabalhava após um show de sua banda. A garota loira não foi identificada, e ele pouco se importava, assim era melhor, não tinha como chamá-la pelo nome errado e iniciar um drama desnecessário. Sua mão direita ditava a velocidade dos movimentos da mulher como ele queria, mas essa sessão prazerosa foi interrompida por batidas violentas na porta.

O Tanaka empurrou a loira com mais força do que o planejado, o que a fez cair no chão.

— OUCH! — colocou a mão na cabeleira loira.

— Shi shi shi shi — o homem colocou o dedo indicador em frente aos próprios lábios enquanto subia sua calça — Fica aqui, tudo bem? Tenta não respirar alto.

— O que... — ela parou de falar no momento em que o ruivo saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Caminhou lentamente até a porta, talvez se seus passos fossem silenciosos o bastante, sua namorada pensaria que não havia ninguém no apartamento.

— Hiroki Tanaka, eu sei muito bem que está aí, posso sentir o cheiro de baseado recém aceso! Abre a porra dessa porta agora! — bateu mais vezes na porta. A esperança do homem havia sido esmagada por uma rocha chamada realidade.

Sua avó, um cachorro sendo atropelado... Nada disso ajudou o homem conter sua ereção, então apenas abriu a porta com um sorriso no rosto torcendo para que Mary não percebesse.

— Oi, a...

— Não me venha com essa — ela o empurrou da entrada e entrou no apartamento, analisando o local todo à procura de algo suspeito.

Na sala não havia nada, apenas o baseado recém aceso que emanava o cheiro que sentia do lado de fora, mas aquilo não era motivo para desconfiar dele, não tem como desconfiar da rotina de alguém.

— O que tá fazendo? — ele a seguiu com os olhos, a mulher andava até a cozinha.

Mary não o respondeu, apenas analisou o "cômodo". Louças sujas pela falta da presença de Agnes na casa já que a mulher estava vivendo a fase "lua de mel" de seu relacionamento, alguns maços de cigarros pela bancada e duas cervejas. Duas.

— Onde ela tá? — pegou as duas garrafas e encarou o homem.

— Quem?

Ela riu sem humor nenhum.

— Onde. Ela. Tá.? — levantou as sobrancelhas — Eu não vou perguntar de novo, Tanaka.

— Não confia em mim?

— Sabe que a resposta é não — jogou com força as duas garrafas no lixo e andou até o corredor.

— Ei, ei, ei — segurou os braços da mulher, a virando para si — Quer conversar comigo?

— Que cheiro é esse? — franziu as sobrancelhas.

— Que cheiro?

— Cheiro de vadia — escancarou a porta, ouvindo o grito assustado da mulher loira que se escondia ali. Riu insanamente. — Da última vez a garota sabia correr pelo menos.

𝐄𝐮 𝐧𝐮𝐧𝐜𝐚...Onde histórias criam vida. Descubra agora