Acordei de ressaca

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Todos que compareceram à festa do dia anterior estavam um caco. Talvez alguns estavam melhores que outros, mas a maioria sentia a cabeça latejar e o mundo acabar cada vez que um feixe de luz vazava dentre suas cortinas.

Para começar a explicar a situação, vamos primeiro para o motivo das ressacas, sejam morais ou literais; a fraternidade que havia dado a festa, a Akatsuki.

Bem, não é de se surpreender que eles eram os que se saíram melhores daquela noite, com exceção de Zetsu que nem havia dormido ainda e estava com o arquinho de auréola de anjo que roubara de Konan no meio do evento observando Kakuzu fazendo a contagem do dinheiro ganho com o evento, a maioria dormira bem, até mesmo aqueles que haviam tido seus quartos invadidos por estranhos sedentos por um pouco mais de privacidade para compartilhar com seus companheiros.

Um dos que estavam em melhores condições com certeza era Deidara. Ele não havia bebido muito, na verdade quase nada. Não curtia muito bebidas alcoólicas, seja pela queimação incômoda na garganta ou o gosto que não agradava suas papilas degustativas, seja um ou seja outro, sua perdição definitiva em toda e qualquer festa com certeza era energéticos. Tomava tantos copos da bebida que sentia todos os seus órgãos pulando como pop rocks, assim como ele.

Mas agora estava sereno, dormindo como um anjo até ser acordado com uma cotovelada em sua barriga.

— Deidara.

— Humf? — franziu as sobrancelhas ainda com os olhos fechados.

— Já é de manhã, precisa ir pro seu quarto.

Fez um barulho de choro fingido, afundando o rosto na cabeleira avermelhada.

— Deidara! — exclamou em tom baixo, mas o suficiente para despertar um pouco mais o loiro. — Alguém pode te ver saindo daqui.

— Seria tão ruim assim se eles descobrissem? — indagou cansado.

Deidara e Sasori começaram a ficar havia pouco tempo, mas nesses poucos meses ambos se questionavam mentalmente o porquê não haviam tomado uma atitude antes. Sasori começou a olhar para o mais novo com outros olhos primeiro, achava graça de como o loiro era a personificação da expressão "vermelho de raiva" e poderia passar horas ouvindo o que o outro tinha a dizer sobre arte, mesmo com esse assunto sendo o pivô da maioria de suas brigas, parecia um adolescente apaixonado, mas não queria que ninguém descobrisse sobre os dois. Pelo menos não antes dele se assumir para os outros.

Sasori apenas olhou para o mais novo, que suspirou e se sentou.

— Tá tá, eu sei que seria. — passou as mãos no rosto e deu um longo bocejo que estava guardado nas profundezas de sua alma.

Mesmo não tendo sido o primeiro a se engraçar pelo outro, Deidara com certeza tinha se apaixonado mil vez mais intensamente. Um sorrisinho, nem que seja mínimo, imperceptível pelos outros, se formava em seus lábios sempre que Sasori entrava no mesmo cômodo em que ele estava. Como todos já sabiam de sua sexualidade, sua vontade era de posicionar o mais velho em seu colo e continuar o que quer que estava fazendo com o queixo apoiado no ombro do mesmo, mas não podia. Respeitava o tempo do ruivo, sabia como era difícil assumir-se definitivamente e o tanto de conflitos internos que rondavam a mente de qualquer um nesse momento, mas não tinha como não admitir, se relacionar em segredo por tanto tempo era um saco.

Se levantou e começou a pegar suas peças de roupa que estavam espalhadas pelo chão. Quando terminou de coletá-las, vestiu apenas a boxer branca e se aproximou de Sasori que o observava ainda enrolado nos lençóis. Não disse nada, apenas abaixou-se e selou seus lábios com os dele, sentindo mãos segurarem seu rosto.

— Tem certeza de que não temos tempo pra uma rapidinha?

Sasori afastou seus rostos e franziu as sobrancelhas, queria dar risada, mas estava tenso demais.

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