Sollaria Hopper nunca foi uma garota fácil de lidar, talvez por causa da sua complicada família, uma mãe que abandonou ela, um pai agressivo, uma irmã que odeia brigas e um irmão problemático, o qual era bem parecido com ela. Mas fora isso, ela tent...
Chapter Six — Stay With Me "A polícia" Sollaria's point of view
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A delegacia cheirava a café queimado, desespero mofado e uma arrogância institucional que fazia meus dentes rangerem. Eu nunca gostei da polícia, eram sombras inúteis que apareciam depois que o estrago estava feito, fazendo perguntas que não levavam a lugar nenhum, mas a visão de Bruce no colchão, seus olhos vazios, não me deixava escolha, eu tinha que tentar mesmo que fosse como sussurrar num furacão.
Então fugi da escola, meu o coração um tambor de guerra no meu peito, e marchei até a delegacia com a determinação de um soldado indo para uma batalha perdida, e lá o Delegado Brown, um homem com a cara inchada de quem vivia de rosquinhas e desdém, me recebeu com um suspiro de tédio, mesmo assim eu despejei tudo, os pesadelos, o pressentimento gelado sobre o Vance, a visão nítida de Bruce... Minhas palavras saíam em um turbilhão, carregadas de uma urgência que deveria ser contagiosa.
Ele ouviu, sim, com a mesma expressão com que se olha para uma criança contando sobre um monstro debaixo da cama.
- Sollaria - interrompeu, sua voz um condescendência viscosa - Não é possível que você só esteja... estressada? A situação do seu irmão é muito difícil, é normal a mente pregar peças
Algo dentro de mim estalou. Um estalo seco e perigoso.
- O quê? - minha voz saiu mais baixa - Vocês não estão me ouvindo!
- Estamos te ouvindo - ele disse erguendo as mãos em um gesto falso de pacificação - Mas às vezes, quando estamos sob grande estresse, a mente pode criar peças para dar sentido ao caos
A raiva, minha velha companheira, começou a ferver, subindo da minha barriga como ácido
- Isso não explica o sonho com o Bruce! - gritei, minhas mãos se cerrando nos joelhos até os nós dos dedos ficarem brancos
- Bom... o ele desapareceu poucas horas depois de você ter falado com ele no jogo - argumentou, como se estivesse falando com uma criança irracional - Deve ser assustador saber que o sequestrador estava tão perto de você e dos seus amigos. É natural que o seu subconsciente...
- E MESMO ASSIM VOCÊS NÃO CONSEGUEM PEGAR ELE! - eu explodi, levantando-me da cadeira de um salto - NÃO IMPORTA QUANTAS CRIANÇAS DESAPAREÇAM! QUANTAS FAMÍLIAS VOCÊS VÃO DEIXAR APODRECER AQUI DENTRO?
- Nós estamos fazendo o possível para achar o seu irmão e as outras crianças - ele disse, sua paciência começando a rachar
- O possível? - ri, um som amargo e quebrado - O que vocês têm? Balões pretos no local do sequestro? Grande pista, hein? Devem ter uma equipe especializada em análise de hélio!
O efeito foi instantâneo. O rosto do Sr. Brown esvaziou de toda a cor. Ele se ergueu lentamente, seus olhos, agora afiados como estilhaços de vidro, fixaram-se em mim.