Sollaria Hopper nunca foi uma garota fácil de lidar, talvez por causa da sua complicada família, uma mãe que abandonou ela, um pai agressivo, uma irmã que odeia brigas e um irmão problemático, o qual era bem parecido com ela. Mas fora isso, ela tent...
Chapter Thirteen - Stay With Me "Plano infalível?!" Sollaria's point of view
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Dias se passaram. A memória da humilhação não havia sumido, ela estava soterrada sob uma camada de resignação silenciosa, como a poeira que se acumulava no chão do porão, mas num cantinho daquele inferno, nós tínhamos criado um refúgio, um jogo.
A luz fraca que entrava pela janela alta era nossa tela. Finn estava sentado de costas para mim, e eu, com o dedo indicador, desenhava lentamente em suas costas.
- De novo - ele pediu, concentrado, seus olhos fechados
Eu sorri e tracei as letras com cuidado: E-S-T-R-E-L-A
Ele franziu a testa, a língua aparecendo no canto da boca num jeito que eu achava ridiculamente fofo
- Estrela! - ele disse, abrindo os olhos e virando-se para mim com um sorriso vitorioso
- Tá trapaceando - acusei, sem conseguir conter meu próprio sorriso.
- Não tô! Sua letra 'L' é muito enrolada, é fácil
- Mentiroso. Sua vez - eu virei de costas para ele, oferecendo minha nuca
Seu toque foi diferente do meu, onde eu era lenta e deliberada, ele era mais hesitante, quase tímido. A ponta do seu dedo deslizou pela minha pele, entre as vértebras, causando um arrepio que nada tinha a ver com o frio, e eu fechei os olhos, me concentrando apenas naquele rastro quente.
Ele escreveu uma palavra mais longa. Letra por letra, tentando decifrar. P-E-R-S-E-V-E-R-A-N-Ç-A.
- "Perseverança" - sussurrei, e senti seu dedo parar, como se surpreso por eu ter acertado
- Como você...?
- Porque eu sou genial!
- Você é mesmo Sollaria Blake
Foi nesse momento, nessa frágil bolha de intimidade, que a tranca girou, a porta se abrindo com um rangido habitual, e Grabber entrou, mas desta vez, ele não anunciou sua presença. Ele simplesmente parou no vão da porta, observando, nós nos afastamos num instante, como crianças pegas em flagrante.
- Bem, bem, bem - sua voz escorreu- O que temos aqui? Os pombinhos estão se arrumando?
Ele deu uns passos lentos, seus olhos saltando de Finn para mim, e então para o espaço mínimo que ainda nos separava.
- Um jogo? - perguntou inclinando a cabeça - Que jogo adorável. Deve ser tão... tátil!
Ele se agachou de repente, ficando à nossa altura, o cheiro dele, suor, couro e algo artificialmente doce, invadiu nossas narinas
- A garota brava, deixando o garoto quieto tocar nela. E tão concentrados... - sua mão enluvada se ergueu rápido como uma serpente, e seus dedos envolveram o pulso que Finn havia acabado de segurar. Ele puxou meu braço para si, examinando a pele como um cientista estudando uma amostra rara - O que ele estava escrevendo aqui, querida? Segredinhos doces? Promessas?