Sollaria Hopper nunca foi uma garota fácil de lidar, talvez por causa da sua complicada família, uma mãe que abandonou ela, um pai agressivo, uma irmã que odeia brigas e um irmão problemático, o qual era bem parecido com ela. Mas fora isso, ela tent...
Chapter Five - Stay With Me "Baseball" Sollaria'spoint of view
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Três semanas.
Vinte e um dias desde que o mundo desabou. A casa havia se tornado uma urna de vidro, onde cada som era abafado e cada movimento era calculado, a ausência do Vance não era mais um evento agudo; era uma condição crônica, uma atmosfera pesada que todos respiramos. A polícia não tinha pistas, o caso estava frio e meu pai havia se enterrado ainda mais fundo no trabalho e na garrafa, sua presença um fantasma raivoso que assombrava os cantos da casa.
Eu havia me tornado uma especialista em desaparecer, ia para a escola, sentava no fundo da sala, comia sozinha no refeitório e voltava para casa direto para o meu quarto. Finn, Gwen e Robin ainda tentavam, mas minhas respostas monossilábicas e minha postura fechada eventualmente os mantinham à distância, era mais fácil assim, mais seguro.
Até hoje.
Kayla entrou no meu quarto sem bater, uma violação do nosso tratado de silêncio. Eu estava deitada na cama, encarando o teto, como fazia na maioria dos dias.
- Levanta - ela disse, e sua voz não era um convite. Era uma ordem
Virei a cabeça, e a vi parada na porta, segurando um par de jeans e uma camiseta limpa. Seu rosto estava determinado, mas seus olhos estavam cansados de me carregar, e eu sabia.
- Para quê?
- Você vai sair
Um riso amargo escapou de mim
- Não vou
- Não é um pedido. É uma afirmação. Você não sai daqui há semanas. Você mal come. Você está... definhando!
- E daí? - minha voz saiu como um rosnado - O que você quer que eu faça, Kayla? Vá ao shopping? Compre uma sorvete? Finja que está tudo bem?
- Ninguém está pedindo para você fingir! - ela retorquiu, sua voz elevando-se - Mas você também não pode desistir! O Vance não iria querer...
- NÃO FALE SOBRE O QUE ELE IRIA QUERER, PORRA! - eu gritei, sentando-me na cama de um salto - Você não sabe! Ninguém sabe! Ele não está aqui para nos dizer, está?!
Kayla não recuou, em vez disso, ela deu um passo à frente, seus próprios punhos se cerrando
- Eu sei que ele não iria querer você trancada neste quarto, se consumindo em culpa e ódio! Ele passou a vida toda tentando te proteger para isso? Para você se tornar... isso? - ela gesticulou para mim, para a desordem do quarto, para a escuridão que eu cultivava
- Eu não vou sair por aí fazendo de conta que o mundo não parou, Kayla! Eu não vou!
- A vida não parou, Lira! - ela gritou de volta, seus olhos verdes faiscando - Dói, e é uma merda, mas não parou! E se você não sair dessa cama agora, ela vai passar por cima de você e te deixar para trás!