Sollaria Hopper nunca foi uma garota fácil de lidar, talvez por causa da sua complicada família, uma mãe que abandonou ela, um pai agressivo, uma irmã que odeia brigas e um irmão problemático, o qual era bem parecido com ela. Mas fora isso, ela tent...
Chapter sixteen — Stay With Me "Promessa" Kayla's point of view
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O mundo havia encolhido para o comprimento de uma calçada empoeirada, em frente à casa mal-assombrada que era a nossa última esperança, cada segundo era uma agulha sob a minha pele. A polícia invadira a casa em frente a do Sr. Shaw e o silêncio que se seguiu era mais estridente que qualquer sirene. Eu me sentei no meio-fio, o cimento áspero arranhando minhas calças, ao meu lado Gwen se encolhia tremendo, e eu não tinha nenhum conforto para oferecer, porque meu próprio corpo era um fio esticado, prestes a arrebentar.
- Você está bem? - a pergunta saiu automaticamente, um sussurro rouco
Era o meu papel na minha relação com meus irmãos: cuidar deles, mesmo quando meu mundo estava desmoronando.
- Estou - Gwen mentiu, seus olhos enormes vidrados na porta da casa - Só estou ansiosa. Espero que... que essa seja a casa certa. Espero que eles estejam vivos!
Vivos. A palavra ecoou no vazio do meu peito. Por favor, Deus, ou qualquer coisa que esteja lá em cima. Devolva minha irmã. Não me leve os dois.
- Eu também, Gwen - respondi, minha voz tão fraca que quase se perdeu no ar - Eu também
Foi então que o silêncio foi quebrado, era um alvoroço repentino vindo de dentro da casa, vozes altas e urgentes. Meu coração parou e, em seguida, disparou como um animal enjaulado batendo contra as grades das costelas, e logo policiais surgiram, gritando ordens e então, eu o vi. O detetive Brown, saindo da escuridão da casa com alguém nos braços, era uma figura pequena, imóvel, ensopada de sujeira e algo mais escuro... sangue, meus olhos, treinados por anos a vigiar meus irmãos, reconheceram aquela forma mesmo na ruína. O cabelo loiro, agora embolado e escuro de terra, mas ainda assim... era dela.
Era a minha Lira.
- LIRA! - o grito rasgou-se da minha garganta, um som primitivo que eu nem sabia ser capaz de fazer
Eu me levantei tão rápido que o mundo girou, enquanto Gwen ficou paralisada ao meu lado, uma mão tapando a boca, seus olhos arregalados de incredulidade. Eu corri, ignorando os policiais, ignorando o mundo porque meu universo era aquele corpo frágil sendo deitado na maca, então logo cheguei ao lado do detetive Brown, minha respiração um completo caos
- Ela está viva - a pergunta saiu um jato desesperado, minhas mãos tremulas tentando tocar o rosto pálido e sujo da minha irmã. Deus, ela estava tão leve - Minha irmã está viva?!
O detetive Brown me olhou, e sua expressão era uma mistura de alívio e uma pena profunda que fez meu estômago embrulhar
- Está - ele disse, sua voz grave - Mas o estado dela é crítico. Onde está o seu pai, garota?
A pergunta foi um golpe baixo, e a raiva, um sentimento que eu raramente permitia, borbulhou por um segundo.
- Ele não veio - respondi, a raiva queimando meu rosto - Disse que... que isso aqui não ia dar em nada