Sollaria Hopper nunca foi uma garota fácil de lidar, talvez por causa da sua complicada família, uma mãe que abandonou ela, um pai agressivo, uma irmã que odeia brigas e um irmão problemático, o qual era bem parecido com ela. Mas fora isso, ela tent...
Chapter Three - Stay With Me "Cinema" Sollaria's point of view
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O pesadelo veio envolto em cheiro de terra molhada e gasolina, não foi um susto comum, foi uma premonição visceral, na minha mente, era fim de tarde, a luz dourada do crepúsculo se transformando em tons sanguíneos enquanto um homem sem rosto arrastava um corpo inerte por uma escada escura, os sapatos batendo contra os degraus de madeira, e o corpo era do Vance. Eu tentava gritar, mas o som ficava preso na garganta, um nó de pânico absoluto.
Por isso, acordei com um sobressalto, meu coração martelando contra as costelas como um pássaro enjaulado. O suor frio colava minha camiseta nas costas, e o eco do pesadelo ainda reverberava em minha alma
A onda de sequestros. Os avisos na escola. A imagem do corpo desamparado do meu irmão sendo arrastado para a escuridão.
A razão evaporou, e meu corpo agiu puramente por instinto, saindo da cama, meus pés descalços encontrando o chão gelado do corredor escuro, que estava silencioso, mas não em paz, era o silêncio pesado e opressor que sempre vinha depois de uma das tempestades do nosso pai, mesmo assim continuei ate chegar no quarto do Vance, onde eu empurrei sem bater e la estava ele, de costas para mim, os músculos das costas relaxados no sono, a respiração profunda e regular, fazendo um alívio doído cortar minha respiração, mas logo a imagem do meu sonho voltou a minha mente, por isso, corri para a janela, minhas mãos trêmulas verificando a tranca com uma agressividade desesperada, e para meu alívio estava trancada
- Mas que merda você tá fazendo, Lira? - a voz dele surgiu da cama, um rosnado rouco e cheio de sono
Eu congelei, minhas mãos ainda pressionadas contra o vidro frio
- Me desculpe... - a voz saiu um fio de som - Eu só vim ver se você estava bem. Já vou embora
Virei-me para fugir, a vergonha queimando meu rosto, mas ele se virou na cama, esfregando os olhos com os nós dos dedos
- Por quê?
- Porque o quê?
- Por que você veio ver se eu tava bem no meio da porra da noite?
- Eu tive um pesadelo - confessei, encolhendo os ombros - Um pesadelo muito ruim.
- Se não fosse ruim, não seria um pesadelo - ele resmungou, pragmaticamente, deixando a cabeça cair no travesseiro com um baque surdo
A culpa apertou meu peito
- Desculpa ter te acordado - repeti, me virando novamente para sair
- Lira
Parei no mesmo lugar, porque o tom dele havia mudado, a raiva do sono havia dado lugar a algo mais suave, mais consciente. Ele esfregou o rosto com as mãos, e mesmo no escuro, eu pude ver seus olhos escaneando meu rosto, minha postura rígida, meus punhos cerrados