— É isso — eu elogio, acenando encorajadoramente enquanto Lovegood imita o movimento da varinha que acabei de demonstrar a ela. — Acho que você está pronta.
Ela franze a testa, parecendo pensativa e preocupada.
— Não quero ser responsável pela morte de ninguém — ela sussurra com os lábios trêmulos, afastando-se de mim para empilhar cuidadosamente os pergaminhos nos quais escreveu tudo o que lhe expliquei nas últimas semanas.
Estou surpreso com a sinceridade dela, especialmente comigo.
— É o único jeito, Lovegood — eu respondo, dando de ombros. — Eu sobrevivi à Exit e certamente não serei o único.
— Sim, mas você fez isso voluntariamente. — Ela franze o nariz ansiosamente. — Foi sua própria escolha arriscar morrer em primeiro lugar. Isso foi incrivelmente corajoso da sua parte, a propósito.
Sua gentileza renovada me faz bufar de frustração.
— Eu não tinha outra escolha, tinha? Eu deveria ter continuado como todos os anos anteriores, sabendo que há uma solução afinal? Só porque eu não tinha certeza se sobreviveria?
— É exatamente por isso que foi corajoso — ela insiste, me dando um olhar que me diz que falsa modéstia não é bem-vinda. — Você estava com medo, mas fez mesmo assim. E agora você está aqui. Nada mais importa.—
Alguns dias eu sinto que Lovegood é a única pessoa no Acampamento Black que realmente me vê. Ela é claramente louca (e muito confiante e gentil com um Comensal da Morte e assassino que certamente matou algumas pessoas de quem ela gostava ou pelo menos conhecia bem), mas ela me vê, porra. Mesmo sem estar ciente de todos os meus motivos particulares, ela parece apreciar o esforço que me custou para chegar aqui depois de tantos anos. Ela entende o quão grande foi o risco e simpatiza com o medo que suportei. Mas, acima de tudo, ela reconhece o significado do ato em si.
Quanto mais penso nisso, mais apertado fica o meu peito, então mudo rapidamente de assunto.
— Se os rebeldes realmente conseguirem capturar alguém em Bristol, você terá que ser rápida — continuo, como se ela não tivesse dito nada. — De qualquer forma, o pré-requisito para tentar Exit é que o ataque passe despercebido pelo maior tempo possível. Ou em outras palavras: ninguém deve escapar. Assim que o Lorde das Trevas descobrir que Bristol foi atacada, ele tentará usar a Marca Negra para invocar aqueles que estavam lá. E se isso não funcionar, a próxima coisa que ele fará é tentar rastreá-los. Você não quer que ele faça isso enquanto eles estiverem na sala de trauma com você.
— Ninguém deve escapar — ecoa Lovegood, mordendo o lábio inferior.
Para esclarecer, balanço a cabeça lentamente.
Qualquer Comensal da Morte que resistir à prisão terá que morrer.
— Mas mesmo que ninguém escape, terei que me apressar — ela acrescenta, incerta.
É metade afirmação, metade pergunta.
— Absolutamente. Eu disse a Potter que seria melhor não realizar Exit aqui na sede, mas até onde eu sei eles ainda não decidiram um local alternativo.
Nós nos encaramos em silêncio por alguns segundos. No calor do momento, decido dar algum conforto a Lovegood.
— Falarei com Granger se tiver a chance. Tenho certeza de que se ela souber no que prestar atenção, ela avaliará a situação corretamente. Ela não colocará você em risco.
Lovegood assente, uma estranha combinação de preocupação e alívio em seu rosto. O último provavelmente porque ela sabe que Granger terá tudo sob controle. Mas o primeiro? Não tenho a menor ideia, mas não vou investigar.
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EXIT | Dramione
FanfictionDraco deserta para a Resistência. Sua Marca Negra se foi, ele renuncia à Oclumência, a morte diminui. E mistérios o intrigam. Granger é um mistério. Um mistério sombrio, magnífico e inspirador. [Universo Alternativo de Guerra. Sete anos após a Batal...