3º Capítulo

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Abro os olhos devagar, vejo uma luz forte invadir os meus olhos, sinto que estou deitado, me movo com um pouco de dor no corpo, olho ao redor e vejo um quarto, ao que parece, um quarto de hospital, no centro, uma televisão, ligada em um canal qualquer, do meu lado esquerdo, uma enorme janela de vidro com vista para a cidade, do meu lado direito, uma porta, fechada.

Não consigo lembrar do que aconteceu, só sei que meu corpo dói, minha cabeça parece que vai explodir. Me sinto um pouco ansioso, afasto os lençóis que me cobrem, me sento na cama, me arrasto devagar até a ponta. Escuto a porta sendo aberta. Uma mulher, alta, de uniforme um pouco incomum me encara.

— O que pensa que está fazendo? — Ela me encara.

— Onde estou? Quem é você? Eu quero ir embora! — Falo e tento me por de pé.

Meus pés parecem dormentes, me desequilibro, sinto as mãos da mulher me segurarem.

— Você ficou maluco, garoto? — Ela levanta o tom de voz, fico um pouco assustado.

Cabelos escuros, amarrados, uniforme preto, uma mulher que devia estar na casa dos seus 50 e tantos anos, essa é a mulher que me carrega e me põe sentado novamente a cama.

— Eu já disse que quero ir embora, cadê os meus pais? — Pergunto com um nó na garganta.

— Seus pais morreram, você sofreu um acidente na noite passada e está órfão.

Pareceu como um tiro, suas palavras me calaram por um longo período, tento digerir tudo, minha mente começa a relembrar de flashes, eu estava na festa da empresa com meus pais, a gente estava indo para uma lanchonete, eu vi papai bater em algo, vi ele sendo arremessado, consigo escutar o grito de mamãe por meu nome.

Meus olhos incham, as lágrimas escorrem pelo meu rosto involuntariamente, meu peito aperta, minha garganta aperta ainda mais, fico sem ar, uma crise imensa ataca meu corpo. Isso não é verdade, não pode ser, eles estavam bem, estávamos bem.

— NÃO, NÃO, NÃO, NÃO! ISSO NÃO É VERDADE!

— É a verdade, não mentiria para você. — Ela diz sentando-se em uma cadeira do meu lado. Seu rosto sem expressão me causa ânsia.

— CALA A SUA BOCA! VAI EMBORA DAQUI!

— Vou chamar o médico. — Diz levantando-se.

— MÃE! PAI! ALGUÉM ME TIRA DAQUI!

Meu peito dói muito, só consigo chorar e clamar por ajuda. Isso não está acontecendo comigo, não está.

Meu pai, minha mãe, eles estavam felizes, eu estava feliz. Isso é um pesadelo e eu quero acordar, eu preciso acordar. Me ponho no chão e abro a porta do quarto.

— Levi? — O amigo da empresa que papai trabalha aparece em minha frente.

— Sai daminha frente! — Empurro-o.

— Levi, cara. — Olho para o lado e vejo James, ele me olha com um olhar triste.

Corro até ele e o abraço com força.

— Me diz que isso é mentira, cara, me diz, por favor!

— Cara...

— Isso não pode estar acontecendo, são meus pais, eu perdi meus pais, eles morreram, James.

— Aí está ele. — A mulher que antes estava no meu quarto fala, ao lado dela, um homem que parecia ser o médico.

— Você precisa descansar, rapaz. — Diz me afastando de James.

UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora