19º Capítulo

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LEVI PONTE

Abro os olhos mas só vejo borrões, meu ouvido soava como um apito, estava zonzo. Sinto que estou deitado. Minha visão voltava aos poucos, conseguia notar algumas sombras próximo a mim, eram três.

— Ele acordou! — Avisa a voz, era a voz de Ítalo.

Sinto pega em minhas mãos.

— Não toque nele, ele precisa de espaço. — Agora era a voz de Augusto.

— Calma, meninos. — Uma voz feminina falava.

Agora podia enxergar melhor, Augusto, Ítalo e a Enfermeira Pilar, os três estavam próximos a mim. Eles me encaram.

— Onde estou? — Minha voz saiu falha. — Estou com sede. — Falo.

Sinto uma forte pontada na cabeça. Fecho os olhos e ponho minhas mãos na testa.

— Calma, soldado, você está na mata, aqui é uma enfermaria improvisada. — Pilar responde.

— Você caiu da torre, caiu de um lugar alto, Ponte. — Ítalo me relembra.

Um flashback me tira por um momento, lembro-me de Bartolomeu, do seu chute.

— Eu cai sem querer. — Minto.

Não queria mais confusão.

— De novo essa história de "sem querer". — Augusto diz. Olho para ele e sorrio.

— Quem ganhou a missão?

— Como assim? Você não lembra? — Ítalo me questiona, assustado.

— Não muito, minha cabeça dói quando tento lembrar.

— Você ainda está sob efeito dos remédios, fique calmo e não se esforce, Levi. — Pilar se aproximava.

Ela é uma mulher tão doce.

— Você ganhou a missão, soldado. — Augusto diz. — Estou orgulhoso de você.

Ele sorri para mim. Meio que sinto meu rosto ruborizar.

— Eu também estou muito orgulhoso de você, venceu, você é muito corajoso. — Ítalo diz.

Olho para suas mãos, estavam enfaixadas. Recordo-me dele ensanguentado. Ele nota meu olhar.

— Você está bem? — Pergunto.

— Vou ficar, soldado, não se preocupe. — Responde.

— Precisamos descobrir quem fez isso a você, foi muito grave. — Pilar comenta. — Se não fosse minhas vacinas antitetânicas que eu trouxe por precaução você estaria morto!

Augusto tosse forte.

— Está tudo bem? — Pergunto a ele.

— Sim, foi só a rajada de vento.

— Me sinto péssimo por só dar trabalho a vocês dois. — Falo.

Os dois riem ao mesmo tempo.

— Como seu chefe de equipe é meu deve cuidar de você. — Ítalo diz e segura minha mão esquerda.

— Sou seu chefe de quarto, é minha missão zelar pelo seu bem, soldado. — Augusto segura minha mão direita.

Fico com muita vergonha, quero me enterrar.

— Seu pé vai precisar de cuidados, Levi, eu fiz os curativos mas não te dei a vacina ainda, preciso te dar o quanto antes. — Pilar fala.

— Claro, tudo bem! — Concordo.

UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora