Depois da vergonha que passei no quarto dois, Cavalcante, Queiroz e eu voltamos ao nosso quarto. Vou logo ao guarda-roupas para organizar a minha farda e vestir a de agora.
— Qual farda eu devo usar agora? — Pergunto um pouco confuso.
— A de sala de aula. Queiroz responde enquanto arruma sua cama.
— E qual é?
— Essa. — Cavalcante responde se aproximando de mim. Põe sua mão sobre o uniforme maior.
Estou desacreditado que terei que vestir uma farda imensa, apenas para assistir as aulas. Ponho as outras fardas mais leves na minha gaveta e pego de volta a farda que terei de usar.
— Você quer ajuda, soldado? — Cavalcante pergunta, ele me olha de cima a baixo e solta um riso. Talvez tenha percebido minha confusão.
— Por favor. — Respondo.
— Também quero ajudar. — Queiroz se mete no meio. Pela primeira vez me sinto um pouco bem com eles dois.
— Você tem que tirar sua roupa, primeiro. — Cavalcante fala, me encarando.
Arregalo meus olhos, me assusto com o que ele acabou de dizer.
— Vou ao banheiro...
— Não vai dar tempo, fica de cueca e ponha a calça, primeiro. — Cavalcante me corta.
— Mas...
— Qual é, Ponte!? Todo mundo aqui é macho. — Queiroz fala.
Meu rosto esquenta, os dois me encaram. Tiro minha camisa, primeiro, os dois continuam me olhando, porém, se expressão alguma. Abaixo minha calça, ainda bem que minha cueca é box. Percebo Queiroz franzir a testa e logo desviar seu olhar.
— Dá para vocês dois ao menos olhar para algum lugar que não seja minhas pernas? — Pergunto um pouco irritado.
— Beleza. — Queiroz diz.
— Foi mal. — Cavalcante fala.
Visto a calça rapidamente. Fecho o zíper, abotoo o botão e ponho o cinto. É uma calça verde escura, de tecido grosso.
— Pronto.
— Agora vista essa suadeira branca e depois você põe a gandola. — Cavalcante diz se referindo a uma camisa branca, de manga curta e uma espécie de jaqueta, só que do exército, verde escura, também.
Ponho a suadeira, logo depois a gandola, depois Queiroz me dá o cinto, coloco-o em volta da minha cintura e o fecho. Me sento na cama e os meninos me ajudam a calçar o meu coturno, preto. Ao mesmo tempo que eles colocavam, Cavalcante me explicava dos cuidados que eu teria que ter com ele, tenho que mantê-lo engraxado e não usar o coturno sujo nas aulas, pois os professores reparam em tudo, segundo ele.
Calçado o meu coturno, ponho o último acessório, que aliás, odiei, para variar, uma boina, verde escura, que não me espanta, tudo aqui tem esse verde, meio musgo, escuro.
— Agora, você é um soldado completo! — Queiroz comenta. Rio do seu comentário, ele parece ser um garoto bem legal, seu jeito meio espontâneo me deixa um pouco mais confortável.
— Vamos nos vestir, soldado. — Cavalcante fala a Queiroz que concorda.
Eles tiram suas camisas ao mesmo tempo, não reparo muito, mas pelo que reparei, os dois tem os corpos malhados, peitorais grandes e a barriga cheia de gomos, mas a barriga de Cavalcante me chama mais atenção, bem do lado esquerdo, tinha um sinal, parecia um coração.
— O que você tanto me olha, Ponte? — Cavalcante me assusta com sua pergunta.
Queiroz solta uma alta gargalhada, novamente fico nervoso, desvio meu olhar dele, imediatamente.
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UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)
RomanceLevi é um adolescente de 17 anos um pouco fora do comum, um garoto tranquilo, alegre e carinhoso, vive uma linda e afortunada vida, tem tudo do bom e do melhor. Mas tudo muda quando um trágico acidente acontece e ele perde seus pais. Levi acorda no...