5º Capítulo

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Depois da vergonha que passei no quarto dois, Cavalcante, Queiroz e eu voltamos ao nosso quarto. Vou logo ao guarda-roupas para organizar a minha farda e vestir a de agora.

— Qual farda eu devo usar agora? — Pergunto um pouco confuso.

— A de sala de aula. Queiroz responde enquanto arruma sua cama.

— E qual é?

— Essa. — Cavalcante responde se aproximando de mim. Põe sua mão sobre o uniforme maior.

Estou desacreditado que terei que vestir uma farda imensa, apenas para assistir as aulas. Ponho as outras fardas mais leves na minha gaveta e pego de volta a farda que terei de usar.

— Você quer ajuda, soldado? — Cavalcante pergunta, ele me olha de cima a baixo e solta um riso. Talvez tenha percebido minha confusão.

— Por favor. — Respondo.

— Também quero ajudar. — Queiroz se mete no meio. Pela primeira vez me sinto um pouco bem com eles dois.

— Você tem que tirar sua roupa, primeiro. — Cavalcante fala, me encarando.

Arregalo meus olhos, me assusto com o que ele acabou de dizer.

— Vou ao banheiro...

— Não vai dar tempo, fica de cueca e ponha a calça, primeiro. — Cavalcante me corta.

— Mas...

— Qual é, Ponte!? Todo mundo aqui é macho. — Queiroz fala.

Meu rosto esquenta, os dois me encaram. Tiro minha camisa, primeiro, os dois continuam me olhando, porém, se expressão alguma. Abaixo minha calça, ainda bem que minha cueca é box. Percebo Queiroz franzir a testa e logo desviar seu olhar.

— Dá para vocês dois ao menos olhar para algum lugar que não seja minhas pernas? — Pergunto um pouco irritado.

— Beleza. — Queiroz diz.

— Foi mal. — Cavalcante fala.

Visto a calça rapidamente. Fecho o zíper, abotoo o botão e ponho o cinto. É uma calça verde escura, de tecido grosso.

— Pronto.

— Agora vista essa suadeira branca e depois você põe a gandola. — Cavalcante diz se referindo a uma camisa branca, de manga curta e uma espécie de jaqueta, só que do exército, verde escura, também.

Ponho a suadeira, logo depois a gandola, depois Queiroz me dá o cinto, coloco-o em volta da minha cintura e o fecho. Me sento na cama e os meninos me ajudam a calçar o meu coturno, preto. Ao mesmo tempo que eles colocavam, Cavalcante me explicava dos cuidados que eu teria que ter com ele, tenho que mantê-lo engraxado e não usar o coturno sujo nas aulas, pois os professores reparam em tudo, segundo ele.

Calçado o meu coturno, ponho o último acessório, que aliás, odiei, para variar, uma boina, verde escura, que não me espanta, tudo aqui tem esse verde, meio musgo, escuro.

— Agora, você é um soldado completo! — Queiroz comenta. Rio do seu comentário, ele parece ser um garoto bem legal, seu jeito meio espontâneo me deixa um pouco mais confortável.

— Vamos nos vestir, soldado. — Cavalcante fala a Queiroz que concorda.

Eles tiram suas camisas ao mesmo tempo, não reparo muito, mas pelo que reparei, os dois tem os corpos malhados, peitorais grandes e a barriga cheia de gomos, mas a barriga de Cavalcante me chama mais atenção, bem do lado esquerdo, tinha um sinal, parecia um coração.

— O que você tanto me olha, Ponte? — Cavalcante me assusta com sua pergunta.

Queiroz solta uma alta gargalhada, novamente fico nervoso, desvio meu olhar dele, imediatamente.

UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora