LEVI PONTE
Augusto não falou nada durante o caminho todo, isso estava me deixando ansioso e paranoico, sei que ele não faria mal nenhum a mim, mas por quê esse silêncio todo?
Eu o acompanhava do seu lado direito, caminhava tentando disfarçar os tremores nas pernas, as fortes palpitações no peito, estar com ele me gerava um caos, mas era um caos diferente do que sentia com Ítalo, o Augusto é diferente, ele ter um ar misterioso. Talvez eu esteja me apaixonando por ele, me apaixonando por um menino, nunca pensei que isso me aconteceria, mas aconteceu, quer dizer, sei que não é algo imprevisível, mas não é previsível, isso só acontece.
Mas o que eu sou? Homossexual? Bissexual? Ou alguém curioso? Eu preciso me entender, não quero ficar a mercê de interpretações de fora, eu quero ser o eu sei que sou, dizer quem sou sem medo, não para os meninos do internato, muito menos aos professores ou a minha tia, eles sequer podem saber, aqui ser fora do padrão não me ajudaria em nada, muito pelo contrário, só me causaria problemas e quero distância de problemas.
Olho um pouco para céu para esquecer meus pensamentos incessantes, o azul escuro da noite mexe comigo, é como se fosse o oceano nas alturas, hipnotizante, as nuvens avermelhadas são assustadoras, mas elas são lindas, o vento estava mais agressivo hoje, entrava nos meus ouvidos ferozmente, como quem estivesse avisando, a sensação está boa, um pouco fria, mas um frio que aconchega.
Ele para, finalmente Augusto me olha no rosto, estamos em frente a um prédio diferente dos outros, aliás, afastado dos dois prédios principais, afastado da quadra, mas não tão distante, talvez caminhamos por três minutos. O prédio é mais estreito, em formato redondo e bem mais alto que os outros, diria que uns cinquenta metros de altura. Olho para cima, quase fiquei tonto, a nossa frente tinha uma porta trancada por correntes, Augusto pega algo em seu bolso, ele tira uma chave.
— O que está fazendo? — Questiono, não queria entrar em problemas pro invadir algum lugar restrito.
Augusto permanece em silêncio.
— Augusto? — Toco seu ombro. — Alô? Ei? — Fico na sua frente bem na hora que ele colocava as chaves no cadeado.
— Você pode por favor sair da minha frente? — Ele pede educadamente.
Franzo a testa em negação, queria irritá-lo.
— Não. — Respondo.
Augusto ri. Que sorriso lindo! Penso em como sou sortudo por conhece-lo.
— Não se preocupe, não há ninguém aqui. — Augusto diz e me tira da frente das correntes. Suas mãos fortes tocam meu ombro me afastando para seu lado.
— Se formos pego a culpa é toda sua! — Aviso.
— Não seremos, relaxe! — Ele diz.
Augusto tira as correntes depois de ter destrancado o cadeado, ele abre a porta de ferro, estava escuro, não conseguia ver o que estava dentro, mas isso muda logo quando Augusto aperta algum interruptor, a escuridão dá lugar a luz, é um prédio um pouco grande, tinha apenas escadas que levavam a algum lugar em cima, nada mais que isso.
— Que lugar é esse? — Pergunto.
— Bem vindo a antiga torre de vigia do internato. — Augusto responde andando até o primeiro degrau da escada.
A escada subia em formato de caracol, é bem longa até o topo.
— Vamos lá pra cima? — Pergunto apontando meu dedo para o alto.
— Sim, senhor. — Ele responde e começa a subir os degraus.
— Não me chame de senhor. — Repreendo-o.
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UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)
RomansLevi é um adolescente de 17 anos um pouco fora do comum, um garoto tranquilo, alegre e carinhoso, vive uma linda e afortunada vida, tem tudo do bom e do melhor. Mas tudo muda quando um trágico acidente acontece e ele perde seus pais. Levi acorda no...