4º Capítulo

569 30 74
                                    

Esse lugar é esquisito, tem uma vibe meio pesada.

As paredes são pintadas por um verde escuro com detalhes em marrom, acredito que seja a camuflagem do exército. O chão é de lajotas verdes escuras. Estou no que parece ser algum tipo de recepção, é grande. Um pouco a minha frente, está uma escada em formato de caracol, alta.

Do meu lado esquerdo, um corredor escuro, do lado direito, outro corredor escuro, esse lugar não tem iluminação? Na minha frente, um quadro imenso, uma pintura clássica do quadro "Independência ou Morte". Atrás de mim, a porta pela qual entrei.

O soldado anda em direção a escada, sigo-o. Subo as escadas um pouco depressa, ele anda rápido. No teto, vejo grandes luminárias que iluminam o local.

Depois de subir vários degraus de escada, chego com o soldado no que parece ser os quartos, do lado esquerdo, do lado direito e no meio, outros longos corredores escuros, atrás de mim, um pouco afastado da escada, um corredor menor e para minha surpresa, diferente dos outros corredores, esse é bem iluminado.

Ele entra no corredor esquerdo, novamente, apresso os meus passos, ele continua caminhando até parar no fim do corredor. Só existem portas de um único lado, nesse corredor, pelo que contei, são 3 portas. Ele abre a última porta e abre passagem para eu entrar.

Meu coração palpita forte, minhas mãos suam, minhas pernas tremem, não sei o que esperar do outro lado da porta. Entro um pouco sem jeito, o quarto é bem iluminado, o que me causa uma boa impressão. O quarto é grande, tem duas beliches, uma do lado esquerdo, outra do lado direito, no centro há um guarda-roupa, grande. Percebi que as paredes tinham cartazes de alguns artistas homens, e muita, muita mulher nua. A pintura verde escura, novamente por todo o quarto, e no teto, uma grande bandeira do Brasil pintada. Olho para o beliche direito, há dois garotos que parecem estar focados em algum jogo, os dois conversam entre si. O soldado pisa forte no chão. Os dois rapidamente escondem os celulares e olham para o garoto. Tento segurar minha risada.

— Muito bem, soldados, que bonito, hein! — Ele diz.

— Senhor, estávamos só conversando. — Um deles diz, espera, ele era o garoto que estava com o soldado embaixo, há pouco tempo, soldado Queiroz, lembro.

— Pro chão, já, 40 flexões, OS DOIS! — Grita o soldado Cavalcante.

Os dois garotos rapidamente deitam-se no chão e ficam na posição de flexão, eles olham para o soldado que tenta disfarçar um riso.

— Permissão para começar, senhor! — O soldado Queiroz pede.

— Permissão concedida, comecem! O soldado Cavalcante concede.

Eles começam, os dois fazem dez flexões bem rápidos, o soldado Cavalcante grita os números para os dois, enquanto eles fazem as flexões. Tento não rir, não quero ser o próximo, pelo que percebi, o soldado Cavalcante quem manda aqui.

— Quarenta! — Os dois garotos gritam.

— Quem fala sou eu, PORRA! — Cavalcante grita. Me assusto com seu grito.

— Desculpa, senhor! — Os dois dizem.

— Desculpas negada, mais vinte flexões! — Ele ordena.

Os dois continuam fazendo suas flexões, a essa altura, os dois estão suados e vermelhos, consigo sentir o cansaço deles. Fico um pouco nervoso, não quero viver assim, não quero viver aqui, sou um perfil péssimo para esse lugar.

— QUARENTA, de pé, um, dois! — O soldado diz, pondo fim a sua tortura.

— TRÊS, QUATRO! — Os garotos gritam. Eles se levantam, o que estava a pouco tempo lá embaixo me encara, desvio meu olhar.

UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora