2º Capítulo

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James parecia um garoto alegre, extrovertido e que gostava muito de conversar. Ele estava contando sobre seus pais trabalharem muito e não terem tempo para ele, um ponto em comum comigo, coincidência?

— Seus pais são os donos? — Pergunto a James enquanto provo uma bolinha de queijo servida por um dos garçons, ainda pouco.

— São.

— Meu pai é vice-presidente, então, acho que eles devem se conhecer. — Digo.

— Com certeza. — Ele diz e prova seu suco. —Mas, Levi, me conta, o que você faz no seu tempo livre?

— Eu tenho um telescópio, então eu gosto de olhar os astros. — Respondo dando um gole no meu suco de maracujá.

Uma coisa que eu amo fazer quando estou me sentindo só, é ver os planetas, as luas, as estrelas. A astronomia é surreal de linda. Me lembro do meu primeiro telescópio, quando ganhei com 7 anos.

— Que irado!

— E você, James?

— Bom, cara, eu gosto de jogar futebol. — Ele responde. Minha expressão logo muda para desacreditado. — E essa sua cara, o que foi?

— Eu odeio futebol!

— Não acredito, cara! — James arregala os olhos. — Por quê?

— Eu não gosto de sensação se suar e de ficar correndo atrás de uma bola apenas para chutá-la em um quadrado com rede. — Falo enquanto pego outra bolinha de queijo.

— Você é gay?

Me engasgo com a bolinha de queijo, James me pega de surpresa com sua pergunta nada discreta.

— Não! — Respondo recuperando o ar aos poucos. Olho ao meu redor e vejo que ninguém olhou tal absurdo e nem a mim, engasgado.

— Você não gosta de suar? Que tipo de cara não gosta de suar? Tipo...!?

— James, eu só não gosto, cara. — Falo indignado.

— Sei, mas se for, tá suave. — James fala com um olhar provocador.

— Eu não sou gay, James! — Aumento o tom de voz. — Só não gosto de futebol e nem de suar, ok!?

— Ok, não está mais aqui quem falou, cara! — James se dá por rendido.

— Que bom!

O silêncio paira no ar, fica um clima esquisito, pego mais uma bolinha de queijo e a levo a boca. Mastigo com James me encarando, o que me deixa meio desconfortável.

— Eu sou bissexual. — James diz. Olho para ele incrédulo com sua revelação nada sútil.

— Olha, que legal. — É a única coisa que consigo dizer.

— Pois é, me descobri hoje.

— Como assim? Hoje?

— É, adivinha quem me despertou? — James pergunta me olhando maliciosamente. Meus batimentos aceleram!

— Q... quem?

— O pianista, já viu como ele é gato!? — James fala e olha para o pianista.

— Ele tem uma ótima aparência. — Comento.

Por que diabos ele está falando isso!? Tomo mais um gole de suco, estou quase para fugir dessa mesa!

— Eu estou tirando uma com a sua cara, Levi! — James diz e começa a rir.

— Engraçado, você, hein!?

— Ih, ficou com raiva?

— Não, só não vi graça, também. — Respondo encarando-o sério.

UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora