A noite chegou mais rápido do que temia, estava aflito, meio enjoado devido a ansiedade, não consigo imaginar os riscos que corro por estar mais perto de vencer.
Os meninos no entanto, estão felizes, brincam um com o outro sobre armadilhas que fariam com as equipes adversárias.
Sigo-os apenas escutando.
Ítalo e Pedro alumiam o ambiente selvagem da mata com apenas um fósforo, cada.— Por que você está tão calado, Ponte? — Ítalo pergunta.
— Não tenho o que dizer. — Respondo, seco. Não estava afim de conversar, só quero terminar essa maldita missão.
Pedro bufa rindo.
— Ele está com medo, cabo. — Comenta.
— Relaxe, soldado, estamos seguros, nada irá nos acontecer enquanto eu for o líder. — Ítalo diz, convencido por suas habilidades um tanto duvidosas.
— Nem armadilhas preparamos, eles com certeza já devem ter feito alguma coisa. — Comento.
— Ele tem razão, cabo. — Pedro concorda.
— Verdade, soldado, boa! — Ítalo para de andar por um instante.
Ele entrega o palito de fósforo a Pedro. Ítalo olha ao redor das grandes árvores como se estivesse procurando por algo.
Apenas o observo, não entendendo absolutamente nada.— Vou procurar algumas madeiras e folhas de bananeiras, não demoro. — Ele diz e anda para frente.
Olho o chão e parecia estar mexido, mexido por algo ou alguém. Estranho mas não comento.
Fecho os olhos por um momento, me concentro para ficar mais calmo.— AI! AI! AI! PORRA!..
Abro os olhos abruptamente. Ítalo estava a poucos metros de mim, caído no chão, sem se mover, apenas gritando.
Pedro e eu corremos para socorrê-lo.— Cabo? O que aconteceu? — Pedro pergunta, ele vira o cabo.
Me deparo com umas das cenas mais pesadas que já vi.
Sinto medo e náusea.— AI, MEU DEUS! — Pedro fala.
Ítalo estava com as duas mãos sangrando sem parar, sua pele estava para fora.
Me afasto o mais rápido possível dali e corro para atrás de alguma árvore, não consegui segurar, acabo vomitando com a cena que acabei de ver. Respiro fundo e ando até os meninos.
Ítalo urrava de dor.
Meus batimentos estavam a mil, não conseguia não olhar para seus ferimentos, Pedro estava tirando sua camisa.— AI, AI, TÁ DOENDO MUITO! — Ítalo grita.
Me abaixo e me aproximo de seu rosto. Não sabia o que fazer, mas tinha certeza do que dizer.
— C.. calma, cabo, vai ficar tudo bem, estamos aqui com você. — Digo, passando minhas mãos em seu rosto.
Seus olhos estavam vermelhos e encharcados, seu rosto suava.
— Vou tentar estancar o sangue, você precisará tapar a boca dele, isso vai doer. — Pedro me avisa.
Aceno e concordo.
Pedro passava sua camisa branca nas duas mãos de Ítalo, a camisa rapidamente perdeu sua cor e deu cor ao vermelho do sangue de Ítalo.
Ponho minhas duas mãos tapando a boca dele. Ele se contorce e respira ofegante.
Sinto medo e muita pena de Ítalo, a essa altura já não me importava em ganhar essa missão, só quero ajudar para ele.— Você vai ficar bem, eu prometo. — Sussurro e ele respira mais devagar.
Olho para os lados e vejo o objeto que causou as perfurações nas mãos de Ítalo.
Eram duas pontas de ferro, enferrujadas. Estavam cobertas pelo sangue dele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)
RomansaLevi é um adolescente de 17 anos um pouco fora do comum, um garoto tranquilo, alegre e carinhoso, vive uma linda e afortunada vida, tem tudo do bom e do melhor. Mas tudo muda quando um trágico acidente acontece e ele perde seus pais. Levi acorda no...