Manco o caminho todo até chegar ao meu quarto. Paro em frente a porta e tento segurar a imensa dor que sinto. Minhas mãos apertam minha barriga tentando amenizar a dor. O forte gosto de sangue na boca me deixa nauseado.
Eu não devia ter acreditado nele, no fundo eu sabia que não era uma boa ideia, mas eu queria me entender com ele, se é que eu fiz algo. Eu sei que sou o culpado por isso.
Mal consigo abrir meu olho esquerdo. O choro está entalado em minha garganta. Me encosto na porta do quarto e deslizo o corpo até chão. Por um momento, esqueço tudo e desabo.
Choro de dor, da dor física, da dor da culpa por não ter me defendido, da dor de ter que passar por isso sem meus pais. Eu estou só e eu não sei lidar com isso. Soluço forte, me rendo a isso que é mais forte que eu.
Escuto a porta sendo aberta, me afasto rapidamente e me ponho de pé. A porta é aberta e vejo Augusto me encarar, assustado.
— Levi! — Grita. — O que aconteceu? — Augusto se aproxima.
Apenas o abraço e desabo em seus ombros.
— E... eu não quero ficar mais aqui, me tira daqui. — Tento dizer em meio aos soluços.
— Calma, cara. — Ele diz e me afasta.
Augusto toca em meu rosto.
— Ai! — Afasto suas mãos.
— Desculpa. — Ele fala. — Levi, entra. — Ele diz.
Entro no quarto com ele. Me sento na cama abaixo da minha. Augusto se senta ao meu lado. Tento acalmar meu choro.
— Eu odeio esse lugar. — Falo enquanto olho para o chão.
— Não é só você.
Olho para ele. Augusto tem um olhar sereno.
— Quem te machucou? — Augusto pergunta, preocupado.
— Eu caí.
— Ponte! — Ele me chama. Olho em seus olhos. — Conta outra, essa não cola, me diz a verdade.
— Eu não posso
— Qual é, cara!
— Eu estou com medo. — Digo.
— Eu estou aqui com você, não vou deixar nada de ruim acontecer com você.
— Eu posso te abraçar? — Pergunto.
— Pode. — Augusto responde.
Abraço-o de uma vez e desabo em seus braços mais uma vez.
— Foi o Paz...
— AQUELE FILHA DA PUTA! — Augusto desfaz o abraço e fica em pé.
— Não foi só ele. — Falo.
— Quem mais? Hein? — Ele se exalta.
— Parece que ele se chama Kaio... e tinha mais um, só que ele não foi, Murilo, eu acho. — Respondo.
— DROGA! — Augusto soca o colchão.
— Não diz que eu falei, por favor. — Peço.
— Relaxa, eu não vou dizer nada.
A porta do quarto é aberta.
— Oi, gente. — Pedro entra no quarto.
— Oi. — Digo.
— Meu Deus! — Pedro arregala os olhos e se aproxima. — O que aconteceu contigo, Levi?
— Aqueles arrombados! — Augusto responde.
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UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)
RomanceLevi é um adolescente de 17 anos um pouco fora do comum, um garoto tranquilo, alegre e carinhoso, vive uma linda e afortunada vida, tem tudo do bom e do melhor. Mas tudo muda quando um trágico acidente acontece e ele perde seus pais. Levi acorda no...