7º Capítulo

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A atenção de todos está voltada a nossa mesa. Os dois se encaram, a essa altura, Augusto estava em pé, todo sujo de comida e Ítalo continuava em pé.

Pedro é o único que continua a comer.

Me levanto, finjo não estar nervoso, mas até para levantar não consigo disfarçar a tremedeira nas minhas pernas.

— Gente, é melhor pararem. — Tento dizer, mas minha voz sai tremendo.

— Parar? Ora! — Augusto bufa de raiva. — Você viu o que esse idiota fez no meu uniforme? — Diz.

— Pedro, ajuda aqui. — Peço a ele que termina de morder sua maçã.

Pedro se levanta e pega em Augusto.

— Idiota é você, seu merda. — ítalo diz.

Pedro é jogado de lado com força, Augusto dá um soco em Ítalo que quase cai para trás. Ítalo cospe saliva com sangue na mesa e acerta um soco na barriga de Augusto.

— Ajudem! — Grito.

Dois garotos correm até a nossa mesa, Augusto estava em cima de Ítalo, a essa altura, os dois rolam por cima um do outro, trocas de socos de ambos fazem seus rostos ficarem roxos.

Me afasto da mesa abrindo espaço para os garotos. É Bruno e Murilo.

Bruno pega Augusto com força e o afasta de Ítalo, que é pego por Murilo.

— SEU MOLENGA, SEU BICHA! — Augusto grita, apontando o dedo para ítalo que tenta sair dos braços de Murilo.

— QUAL O SEU PROBLEMA SEU FILHA DA PUTA!? — Ítalo grita, de volta.

— QUE PORRA É ESSA? HEIN? — O professor que há pouco dava aula na minha sala, chega.

— Foi esse arrombado quem começou! — Augusto diz.

— Mas eu estava de boa, o Ponte me chamou e você começou tudo. — Ítalo retruca.

O professor me encara sério.

— Quer dizer que você mal chegou aqui e já está caçando confusão, Ponte? — O professor pergunta.

— Não, senhor...

— Não foi culpa dele, senhor. — Pedro me corta.

— Então, de quem foi? Hein, soldado Queiroz? — Ele pergunta se aproximando de Pedro.

— Foi do Augusto. — Pedro responde, Augusto cospe no chão.

— Mas quem jogou comida no Augusto foi o Ítalo. — Bruno diz.

— Puta que pariu! Vocês não viram nada disso não? — O professor pergunta. Enquanto olha para todos. — Seus merdas, eu quero vocês dois na sala da Coronel, agora! — Ele ordena.

— Sim, senhor. — Ítalo responde.

O professor caminha até mim e se aproxima.

— Eu estou de olho em você, Ponte, pisa na bola comigo e eu faço sua vida um inferno, aqui. — Ele diz.

Engulo seco. Os meninos levam os dois atrás do professor. Eles se retiram do pátio. Todos voltam a comer normalmente, porém, o sinal toca, dando fim ao intervalo.

Pedro pega a sua bandeja e leva de volta a mulher, faço o mesmo e entrego-a para ela.

Caminho ao lado dele rumo a saída do pátio.

— Ei, vocês dois! — A merendeira chama.

— Oi? — Pedro diz.

— Não pensa que só porque não estiveram na briga que vão se safar dessa, garotos, limpem a mesa de vocês dois, agora! — Ordena.

UM GAY NO INTERNATO MILITAR (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora