Insegurança

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Wade estava conversando com Vanessa há uma hora, os dois ainda eram amigos, mesmo depois do fim da relação. Peter não tinha tanta maturidade quanto achava. Ele viu o pôr do sol pela janela do apartamento do namorado enquanto o ouvia conversar ao telefone. O clima estava frio, apesar do sol. Peter olhava os últimos raios solares desenhando luzes no cômodo enquanto ouvia mais uma gargalhada de Wade. De repente ele começou a se questionar se Wade sorria tanto assim com ele, se Wade o ligaria para conversar por horas caso os dois terminassem ou mesmo se Wade o amava mais do que amou Vanessa.

Peter estava emburrado no sofá quando Wade finalmente desligou a chamada. Os dois estavam juntos há seis meses e essa não era a primeira ligação, mas ultimamente estava mais frequente. Vanessa confiava em Wade, sentia-se segura, Peter até entendia isso, mas estava com dificuldades para lidar com o que aquilo causava nele. O Homem-Aranha não queria atrapalhar a amizade dos dois, também não queria ser infantil, mas não estava sabendo lidar com a proximidade mesmo que não física entre o ex-casal.

– Ela estava superanimada com o novo emprego – Disse Wade sorrindo – e mais, acha que em breve vai ter grana o suficiente para vir nos visitar.

Peter não ousou mudar a expressão. Ele não queria Vanessa nessa casa, onde ela já morou e teve momentos com Wade. Não queria vê-los próximos ou juntos, não queria sentir esse medo de perdê-lo novamente.

– O que você tem? Por que está tão quieto e emburrado?

– Nada. – Se limitou a dizer.

– Petey, você não pode ficar calado se algo estiver errado. Amor, preciso que fale o porque está assim. – Wade sentou no sofá ficando de frente para o namorado e imediatamente Peter começou a chorar.

O garoto chorava como se o peso daquilo estivesse dentro dele há meses, Wade o abraçou confortando. O maior o acalentava surpreso.

– Ei, eu estou preocupado, Baby boy.

– Você ainda ama a Vanessa? – Ele conseguiu perguntar ainda soluçando em meios as lágrimas involuntárias.

Wade entendeu tudo em segundos. Ele encarou a parede amarela da sala vendo o abajur mostarda que Peter comprou para decorar a sala. Viu as almofadas que eles dois compraram juntos enquanto passeavam pela cidade em busca de um sofá novo. Em tudo ali tinha um pouco de Peter e um pouco dos dois.

– Baby boy, eu amo a Vanessa. Ela é uma amiga especial porque foi alguém importante na minha vida, ela também não tem ninguém além de mim e está extremamente feliz porque eu estou feliz. E sabe por quê eu estou feliz?

Peter balançou a cabeça negativamente. Os olhos estavam vermelhos e inchados pelo choro recente. Ele apertava uma almofada nervoso enquanto encarava os olhos azuis de Wade.

– Amor, eu estou feliz porque eu tenho você. Por que eu te amo e te amar me fez ser melhor. Nao há nada e nem ninguém que eu ame mais que você, Petey. Se a minha amizade com a Vanessa te ofende ou te deixa inseguro é porque você não confia em mim ou não entendeu ainda que eu te amo. E isso é uma falha minha.

– Não, amor, você é perfeito comigo. Eu não soube lidar com a amizade vocês por puro medo de te perder. Eu fiquei me comparando e comparando a nossa relação... Você sorrir muito quando fala com ela, eu...

– Petey, você é o amor da minha vida. Tudo que eu vivi com Vanessa me ensinou a te amar e a te respeitar. Se eu não tivesse passado pela experiência de viver um relacionamento caótico com ela eu não seria tão estável com você hoje. Vanessa está no passado, não há nada nela que me deixe duro. Você me enfeitiçou, meu pau só quer você.

– Me desculpa por essa crise, eu te amo. Eu tenho medo de ficar sem você.

Peter puxou Wade para um abraçou e se acomodou em suas pernas, ficando numa posição favorável.

– Você nunca vai ficar sem mim, bebê. Eu te amo, Pivete-Aranha. – Ele riu. – Agora mesmo você me dominou apenas sentando assim, empinado, e me abraçando desse jeito fofo e pervertido.

Peter riu e puxou o namorado para um beijo intenso. Já era noite na cidade, o abajur estava acesso e as sombras dos dois dançavam nas paredes em puro sincronismo.

– Pervertido.

– Aproveitando essa chance, eu quero fazer algo que a Vanessa me aconselhou. Ela estava certa o tempo todo sobre isso. – Peter ficou curioso. Wade se remexeu com Peter ainda em suas pernas e pescou algo no bolso traseiro do jeans que vestia. Era um anel. – Eu ganhei isto quando fiz o meu primeiro trabalho honesto. Esse foi o pagamento. Eu só fiz esse trabalho honesto porque você mudou a minha vida, então para oficializar que eu sou sua cadelinha, você aceita se casar comigo?

– Óbvio! Eu aceito, amor. Eu.. ai meu Deus, ele me pediu em casamento! – Peter gritou depois de saltar das pernas de Wade e correr pela sala.

Wade ficou de pé e encaixou a aliança no dedo anelar de Peter.

– Você é só meu e eu te amo. Meu pau e meu coração são seus, Petey, desde que eu te vi pela primeira vez.

Peter pulou nos braços de Wade que o segurou pelas coxas e o beijou intensamente. Os dois voltaram para o sofá sem nenhum dúvida ou medo do que queriam fazer.

Aventuras de SpideypoolOnde histórias criam vida. Descubra agora