Amizade?

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Wade não parava de me seguir. Esse maluco há semanas surgia do nada aonde eu estivesse, o que particularmente me deixa irritado. Eu não considero que tenhamos uma amizade, mas Deadpool vive repetindo que está apaixonado por mim desde o primeiro momento que me viu, o que é bem estranho porque na primeira vez que nos vimos eu quebrei o nariz dele.

– Spider-man, me espera. Eu trouxe chimichangas! – Ele berrou atrás de mim.

– Por que você não me deixa em paz, Deadpool? – Falei irritado sentando na mureta de um prédio qualquer no centro da cidade.

Wade finalmente me alcançou e sentou-se ao meu lado, como eu já esperava. Engraçado como ao mesmo tempo que ele me irritava, me dava segurança. Era bom tê-lo por perto, eu até já esperava sua companhia. Só depois que Wade chegou percebi o quão solitário eu era.

– Spiderzinho, você tá com fome? – Perguntou chacoalhando os pés para fora do prédio.

Ri da cena porque era, no mínimo, cômica.

– Por que me disse seu nome? – Respondi com outra pergunta.

Wade dividiu a comida comigo e eu a peguei sorrindo. Deixei ele tomar o tempo que precisasse para falar. Esses momentos com ele eram tragicamente confortáveis e tranquilos. Mesmo com a boca imunda e as cantadas imorais, Wade era muito protetor e carinhoso comigo. Eu não queria admitir, mas a companhia dele até me deixava feliz.

– Porque eu gosto de você. Eu cofio em você. – Ela falou sério pela primeira vez desde que nos conhecemos.

Engoli o último pedaço de chimichangas e pensei na resposta dele. Wade não só me contou seu nome como me levou a sua casa, ele realmente confiava em mim. Tirando os momentos de loucuras com as vozes o atormentando, as passadas de mão pelo meu corpo e o fato de ele não ter filtro entre o cérebro e a boca, eu até que cofiava e gostava dele também.

Ergui uma mão lentamente até minha máscara e desisti. Era cedo demais e eu não poderia me arriscar tanto.

– Meu nome é Peter Parker. – Disse no impulso.

– Petey. Que lindo. Até seu nome é lindo. Combina com sua bunda porque ela é linda também, redondinha, carnuda e...

– Meu Deus, Wade, apenas pare. – Falei sentindo meu rosto arder. – E é Peter.

– Petey... delícia de nome. Vou gemer a noite toda por você. – Disse e imediatamente eu deferi um tapa em seu braço.

– Tarado pervertido. – Wade riu.

– Qual a sua idade, Baby boy?

– Baby boy? – Repeti. Wade apenas deu de ombros e me encarou como se ainda esperasse uma resposta.

– Trinta.

– Petey, não acreditaria se me dissesse 25.

– Dezenove. Estou no primeiro ano da faculdade. – Respondi me sentindo orgulhoso de mim mesmo.

– Tão novinho e já na faculdade, que orgulho de você, Baby boy. Acabei de te imaginar...

– Não! – O parei antes de qualquer pornografia esquisita sair daquela boca imunda e Wade gargalhou ao meu lado.

– Qual é Petey? Me deixe falar o que pensei.

– Não. Com certeza era alguma coisa sexual e escandalosa.

– Bom saber que você me conhece tão bem, Baby boy.

Rolei os olhos e encarei toda a cidade. Era noite e estava fazendo um clima agradável, porém eu estava exausto da última luta e tinha muitos trabalhos atrasados.

– Preocupado? – Wilson perguntou me encarando.

Um suspiro cansado saiu dos meus lábios e estalei a coluna.

– Estou atrasado com as coisas da faculdade, além de estar muito cansado fisicamente. Você tem sorte de ser imortal.

– Ser imortal é uma merda. Não há vantagem, as vezes eu só queria morrer. Me tornei um maracujá queimado, ninguém gosta de mim e eu preciso perseguir a única pessoa que amo em todo o mundo. – Desabafou.

Por um segundo a dor nas palavras dele me fizeram calar. Wade já havia passado por muitas coisas e não era mais alguém que se pode considerar normal. As vozes e toda a loucura não me deixam mentir. E isso, as vezes, me fazia esquecer que ele ainda era humano e tinha sentimentos.

– Desculpe. Eu ão quis ser um escroto. E eu gosto de você. – Wade se remexeu ao meu lado quase caindo de cima do prédio em grande excitação.

– Gosta? Petey, você gosta de mim? Posso foder você? Prometo que....

– Ei, calma aí. Eu gosto da sua companhia, mesmo irritante você me faz rir e me protege e sempre traz comida. – Digo sorrido debaixo da máscara.

– Que Petey interesseiro!

– Não posso fazer nada se você me viciou nessas comidas mexicanas. – Brinco.

– Se você quiser tenho mais na minha casa... Quer ir comigo até lá? – Perguntou se debruçando sobre o meu ombro.

– Para de ser tarado. – Estapeio sua mão ousada em minha coxa.

– Ai que homem difícil... Você ainda vai implorar pra eu te foder.

Gargalhei me jogando do parapeito em meios aos risos escandalosos que dava.

No susto Wade gritou por mim e se jogou me abraçando.

– Seu idiota! Nao pode se jogar de prédios! Você é maluco? – Grito com ele sentindo-o me abraçar com ainda mais força.

– Mas você caiu, Petey.

– Eu não caio nunca, tenho teias!

Com isso lancei minhas teias e segurei Wade para não vê-lo se quebrar todo no chão. De prédio em prédio voei com aquele ex-mercenário agarrado a mim e sabe, nem foi tão ruim assim.

Aventuras de SpideypoolOnde histórias criam vida. Descubra agora