Chuva de meteoros

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Wade estava no topo de um prédio, a noite estava tão estrelada quanto a poluição deixava ver. Ele ouviu no jornal que teria chuva de meteoros durante a madrugada e decidiu vir preparado. Havia uma garrafa de chocolate quente, uma manta e tacos com e sem pimenta. Normalmente Wade não teria se preocupado com tudo isso, mas ele convidou Peter para assistir a chuva de meteoros com ele.
​Peter Parker, o Homem-Aranha, o amigão da vizinhança, o benfeitor. Os dois se tornaram amigos no último ano e a muito custo o herói revelou o seu nome.
​O mercenário não sabia se o garoto viria, mas trouxe algo que o deixasse confortável. Não sabia explicar, mas amava Peter. Mesmo que nunca tivesse visto seu rosto ou beijado a sua boca, sabia que o amava. O protegeria de tudo que pudesse!
​– Trouxe comida? – Peter perguntou assustando Wade que desenhava em seu caderno cor de rosa.
– AAAAAAaaa – Wade gritou como uma garotinha. – Por que você sempre me assusta?
– É você que nunca me ver chegar.
​Peter sentou ao lado do mercenário e encarou o caderno. Wade havia desenho uma miniatura do Homem-Aranha beijando o Deadpool. Ele riu e observou Wade sob a máscara. 
​– Gostou, Petey?  É você me beijando. – Explicou Wade.
​Peter encarou a cidade e não respondeu, há meses ele fugia das investidas de Wade, há meses se escondia dos próprios desejos e sentimentos, não podia se relacionar com um mercenário, ele era o Homem-Aranha!
​– Gostei, ficou lindo. – Ele não queria magoar o mais velho.
​– E por que ficou triste quando olhou o desenho?​
​– Não devíamos ser amigos. – Ele disse e levantou. Wade levantou também. – Você não deveria nos desenhar aos beijos.
​– E por que não? Porque eu sou um mercenário?
​– Sim! Wade, eu sou um herói. Eu não deveria andar com você... Eu não deveria...
​– Eu sei que eu não sou bom o suficiente para você, Baby boy. – Disse jogando o caderno no chão. –  Eu sei que não importa o que eu faça, eu nunca estarei a sua altura. Todos os dias eu acordo querendo ser melhor, por você! Todos os dias eu queria não ser esse maracujá queimado só para poder te ver sem máscara.
​Peter estava chorando e tinha certeza que Wade também estava, o problema é que não dava para chorar de máscara sem sufocar. O tecido grudava no nariz e impedia a respiração. Peter começou a sufocar e tirou a sua máscara desesperado em busca de ar.
​– Petey, você está bem?
​O garoto respirava com dificuldade, mas sinalizou que estava bem. Ele ergueu a cabeça e encarou Wade. Pela primeira vez em meses Wade via o rosto de Peter.
​– Estava sufocando com a máscara, mas estou bem agora.
​Wade estava encantando olhando para Peter, ele estendeu a mão para tocá-lo, mas a parou no ar.
​– Você é perfeito, Baby boy. É inacreditável. Você tem o rosto angelical, cabelos lindos e olhos tão fofinhas quanto os de uma criança.
​– Não exagera... – Disse Peter. – Você deveria me deixar te ver já que me fez tirar a máscara.
​– Ai Petey, você deveria ser comediante. Você não quer me deixar te desenha me beijando, imagina se visse meu rosto, não falaria mais nem comigo.
​Wade sentou novamente na borda do prédio e suspirou sentindo-se derrotado.
​– Wade... – Peter tentou falar, mas o Deadpool ergue a mão.
​– Eu fiz isso tudo aqui para você porque eu nunca me importei com alguém como eu me importo com você, eu nunca amei ninguém assim... Agora que eu vi teu rosto aumentou a minha vontade de fuder teu rabo, mas também me deu a certeza de que você jamais me desejaria igual. Você é perfeito demais... Se quiser ir embora, eu não vou impedir, eu só vou chorar mesmo.
​– Wade...
​– Mas se você sentir qualquer coisa por mim, Petey, fique. Eu sou doido, tenho vozes na minha cabeça e sou um monstro, mas eu sei que você sente algo, eu sei que quando te toco você gosta, eu sei que quando está nos meus braços você se sente seguro. Se isso tudo for verdade, Baby boy, fique.
​Wade não teve coragem de olhar novamente para trás, tinha medo de ver Peter indo embora. Aquela dor partiria seu coração em tantos pedaços que talvez em toda a eternidade ele não conseguisse juntas todos outra vez.
​Sentiu as lágrimas arderem em seus olhos e tentou não gritar. Ouviu os passos de Peter se distanciando e arrancou a máscara caindo num choro intenso. Não se importou que ele pudesse ouvir, tudo que queria era colocar aquela angustia para fora. Ouviu os ecos das vozes e tudo parecia ainda pior, absorto em seu inferno particular não percebeu que o Homem-Aranha estava pendurado no prédio, ao seu lado.
​– Estou aqui, me perdoa. Wade...?
​Peter pulou sentando-se nas pernas de Wade e o abraçou. Wade o abraçou e por alguns minutos esqueceu que estava sem máscara. Peter notou seus incríveis olhos azuis. As mãos do garoto passeavam pelo rosto de Wade limpando as lágrimas e ele aproveitou para beijar as bochechas em forma de carinho.
​– Você voltou... Petey, fechar os olhos, eu estou sem máscara.
​– Nada disso, eu gosto do que vejo.
​– Não sabia que tinha tesão em aberrações.
​– Você não é uma aberração. Você tem olhos lindos. Eu gosto ver sua real beleza.
​– Bateu a cabeça quando saltou do prédio? – Peter fez uma careta como resposta. – Por que voltou? Ficou com pena dos meus gritos?​
​Peter se ajeitou nas pernas de Wade e acabou rebolando sem querer.
​– Voltei porque estou apaixonado. Eu não posso mais esconder esse sentimento, nem de mim e nem de você. Eu estou apaixonado por você, Wade Wilson. Mercenário, anti-herói, boca suja e mente poluída... eu estou perdido.
​– Não quero mais ser um mercenário, Petey. Tenho trabalhos a concluir, mas depois eu saio fora. Quero merecer estar com você. E quero te foder também. Podemos transar agora?
​– Que time errado! Não podemos! Eu nunca fiz isso com homem, eu tenho medo!! Não me pressiona!
​Wade riu descaradamente.
​– Calma, deixa de ser doido, eu sei como fazer. Não vou te machucar... só depois, quando você pedir, porque você vai pedir. Você tem muito uma carinha de quem fala ​"Vai Wade, me fode. Me arregaça."
​O rosto de Peter estava em chamas.
​– Eu te odeio tanto, Wilson.
​Wade riu e o abraçou.
​– Me beija. – Pediu.
​Sua voz estava rouca de prazer, profunda. Peter sentiu seu corpo inteiro responder aquele chamado.
​Ele tocou o rosto de Wade com as duas mãos e se aproximou fechando os olhos.  O beijo de Wade era calmo, lento e excitante. Totalmente diferente do que Peter esperava. Ele não foi bruto ou violento em nenhum momento. Suas mãos seguravam a bunda de Peter e acariciavam sem força alguma, era de fato carinho.
​O garoto gemeu e rebolou sentindo pau de Wade crescer abaixo de si, o beijo diminuiu e ele se afastou sem ar.
​– Se você rebolar desse jeito enquanto me beija, eu vou te foder até você gritar.
​– Por que você tem que estragar o clima falando essas coisas?! – Resmungou Peter fazendo Wade sorrir.
​–Vem, deita aqui, a chuva de meteoros vai começar.
​Os dois deitaram na manta que Wade trouxe, Peter apoio a cabeça no peito do maior e Wade o abraçou de lado. Pequenos meteoros começaram a aparecer do céu infinito diante deles e Peter desejou nunca mais estar em outro lugar que não fosse nos braços do Wade.

Aventuras de SpideypoolOnde histórias criam vida. Descubra agora