Família Rogers-Stark

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  Peter estava tão confuso, depois que Wade o beijou e ele fugiu não sabia como encará-lo outra vez. Steve deferiu um golpe e se fosse pelo sensor aranha ele teria caído feio.

– Peter, acorda! Se concentra, filho.

– Desculpa, pai. – Voltou a pose de combate.

– O que está acontecendo com você hoje? Deixou cair café na mesa, quebrou um robô do seu pai, está viajando durante o treino...

– Wade me beijou.

– Eu tô ficando louco ou ouvi "Wade me beijou"? – Tony ralhou ao entrar.

– Papai! – Peter se assustou ao vê-lo.

– Peter, Wade não é companhia para você! E agora você me vem com essa de beijo? – Tony rolou o olhos e entornou o copo de whisky que segurava.

– Antony, são 11h da manhã, pare de beber. – Ordenou Steve.

– Ah, agora você tá falando comigo? Ontem quando eu tentei conversar você não quis me ouvir. – Respondeu infantil.

Steve suspirou pondo as mãos na cintura, ele odiava quando Tony era infantil ou quando discutiam na frente do garoto.

– Depois conversamos, Peter precisa de atenção.

O Capitão América o cortou e encarou o filho.

– Pai, por que vocês estão brigando? Eu nunca vi vocês dois chateados antes.

– Não fique preocupado, é que Tony as vezes me tira a paciência. – Respondeu sorrindo para o filho.

– Eu tiro a sua paciência? Não fale como se eu não estivesse aqui! – Tony estava bravo.

Na noite anterior ele viu Steve e Barnes tendo uma conversa íntima e se sentiu traído ou ofendido. Ele sabia da amizade e do carinho dos dois, mas não conseguia controlar o ciúme.

– Antony, agora não.

– Sim, senhor! Quem sou eu na sua lista de prioridade. – Cuspiu as palavras.

– Na frente do meu filho você não é nada, então vê se para de ser infantil. Peter está com problemas! – O Capitão disse sem perder o autocontrole.

– Achei que fôssemos uma família, achei que eu também pudesse participar da conversa e saber dos problemas do nosso filho, mas pelo que vejo não significo nada. – Disse e deu as costas para os dois.

– Pai! – Peter gritou. – Espera!

Peter correu a toda velocidade e abraçou o pai de costas.

– Converse com seu papai, acho que não estou em condições de aconselhar você, filhote. – Tony sorriu e puxou o filho para um abraço de verdade.

– Não vai embora, vocês não podem brigar assim... – Peter chorou. – Não podem me deixar.

Steve e Tony se encaram trites e culpados. Peter já havia perdido muito, eles entendiam o medo dele. Steve limpou as lágrimas que estavam em seus olhos e se aproximou dos dois.

– Ei, não repita isso, Pete. Nunca deixaríamos você, mesmo que deixássemos de ser um casal, nunca deixaríamos de ser uma família. – Steve falou deixando Tony perplexo.

O Homem de Ferro nunca cogitou que Steve pensasse em deixá-lo, seu coração doeu. Ele nunca pensou em abandoná-los, sua família era sua prioridade. Tony sentiu a garganta presa.

– Não podem deixar de ser um casal também, papai. Isso não vale. – Revidou o garoto.

– Não deixaremos de ser um casal e nem de ser uma família, filho. A culpa é minha, eu estou estressando seu papai. Prometo que vamos conversar e vai ficar tudo bem. – Tony falando para Peter, mas encarava Steve.

– É claro que vamos ficar bem. – Confirmou o loiro. – Agora me fale sobre Wade.

Tony rolou os olhos, mas não teceu nenhum comentário, deixou que o filho falasse. Peter encarou os dois com as bochechas rosadas e apertou os dedos nervoso.

– Como eu estava dizendo, Wade me beijou. – Clareou a garganta. – E antes que falem mil coisas sobre ele, saibam que Wade não é como faz parecer. Ele é bom comigo. Ele cuida de mim e me traz todas as comidas que eu gosto. Apesar de ser um boca suja e não filtro algum, ele nunca me tocou a força ou me obrigou a algo. Ele me beijou quando estávamos brincando e sorrindo juntos, durante uma lutinha inocente. Eu não recuei.

– E o que aconteceu depois? – Tony quis saber.

– Eu fugi. Corri e deixei Wade sozinho.

– Sabe filho, vocês deviam conversar. – O homem de ferro disse surpreendendo os dois. – As vezes a gente corre o risco de perder alguém que nos ama de verdade por não ter uma escuta ativa, por não conversar.

– E se você gosta mesmo dele – Steve completou – dê uma chance para o amor.

– Vocês acham, papais?

Os heróis sorriram confirmando.

– É claro que eu acho ele muita pervertido, imoral, burro e inferior a você, mas...

– Tony! – Steve o advertiu.

– Mas, se existe amor e ele é mesmo tão bom para você, eu quero ver. Quero que o traga aqui e quero aprovar o namoro de vocês.

– Namoro? Pai! Eu nem sei se ele quer me beijar outra vez. – Peter estava com o rosto tão vermelho que agora suas orelhas estava da mesma cor.

– Ele vai querer, você é lindo, perfeito, inteligente, incrível, bem-humorado.

– E com um pai muito babão. – Steve e Peter gargalharam. – Pete, vá no seu tempo, mas vá. Viva, filho.

– Eu vou mandar uma mensagem pra ele. – Disse ainda corado e saiu disparado rumo a saída da sala de prática. – Vou marcar um encontro.

Steve e Tony se encararam.

– E você, vai me perdoar?

Steve suspirou e deu dois passos encochando Tony contra uma mesa. O Homem de ferro sentiu seu coração correr feito um maratonista e abraçou o corpo forte do marido. Steve suado, de regata e com os cabelos bagunçados seria sempre a sua perdição.

– Se você agir de forma tão infantil outra vez, se for ciumento sem motivos e fazer escândalo na frente do nosso filho, eu não vou mais te perdoar. Nosso relacionamento têm 10 anos, não estrague-o por conta do ciúme. Você é tudo que eu quero.

Essa última frase fez o corpo de Tony se ascender. Steve se encaixou entre as pernas de Tony e segurou seu rosto o beijando. Tony relaxou e correspondeu. Ele estava com saudade do marido, o desejou a noite toda, mesmo estando com raiva.

– Senti saudade, Stee.

– Eu também senti, Antony.

– Eu acho que você precisa de um banho, o que acha de subirmos?

– Acho uma ótima ideia. – Sorriu.  

Aventuras de SpideypoolOnde histórias criam vida. Descubra agora