Capítulo 4: Dayana

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Assim que cheguei no meu apartamento no campus, recebi uma ligação da Vitória, minha melhor amiga.

- Oi, gatinhaaa!! - Ela disse do outro lado da linha e já sabia o que ela queria, até porque consegui ouvir Lisa rindo no fundo e também ouvi o sorriso malicioso de quem estava aprontando na voz da Vi.

- Oi, Vi! Oi, Lisa! - Eu respondi, com um sorriso no rosto.

- Então... tínhamos uma proposta para você! - Lisa disse, com um certo receio na sua voz.

- Manda!

- O que você acha... de... talvez, assim, só se você quiser... ir em um encontro que arranjamos para você? Ele é um cara legal! É amigo do Logan e é bem bonitão! - Vitória disse, me fazendo bufar e revirar os olhos.

Já faz alguns meses que as minhas amigas estão arranjando encontros para mim. Elas vivem me falando que eu devia aproveitar e sair com caras bonitos e que eu devia "conhecer 'novos ares'".

Amo as minhas amigas, mas eu simplesmente odeio quando elas querem dar uma de cupido para cima de mim.

- Meninas, vocês sabem que eu não gosto quando vocês arrumam um encontro para mim e que eu quase nunca vou! - Eu disse, fazendo com Vitória e Elisa resmunguem em desaprovação do outro lado da linha - E hoje, para a tristeza de vocês, vai ser mais um encontro que eu vou recusar. Me desculpem!

- Chata! - Ambas falaram em uníssono e desligaram o telefone na minha cara.

Soltei uma risada e fui tomar um banho para dormir. Hoje tinha sido um dia um pouco cansativo demais e um banho me ajudaria a relaxar. Pretendia dormir a noite inteira.

Mas assim que me deitei na cama, meu cérebro decidiu pregar uma peça em mim.

Quando eu tinha uns 14 anos descobri que tinha fobia de escuro, uma coisa que muitos acham banal, mas que me deixou várias noites em claro.

Meu quarto era um dos cômodos mais escuros do meu apartamento e, geralmente, eu dormia com uma parte da minha janela aberta, deixando as luzes dos postes na rua entrarem e iluminarem o meu quarto o suficiente para eu não entrar em pânico. Porém nas últimas semanas, o poste que ficava bem na minha janela queimou, fazendo com que nem o vidro aberto ajudasse a me acalmar.

Não querendo esperar as lágrimas encherem os meus olhos ou o pânico travar a respiração na minha garganta, desci rapidamente para a sala, com um travesseiro e uma coberta embaixo do braço. A sala era um cômodo que tinha iluminação da rua e nenhuma luz estava queimada, então eu poderia dormir tranquila lá.

Fiquei a noite inteira me revirando tentando encontrar uma posição confortável no sofá pequeno, o que fez com que eu acordasse no outro dia mais cansada do que quando fui dormir.

***

Passei o dia inteiro parecendo um zumbi, me arrastando pelos corredores.

Na hora do almoço, eu e Brooke fomos para o refeitório juntas e nos sentamos em uma mesa mais no canto, um pouco longe das pessoas.

- Amiga, você 'tá' bem? Você parece cansada e não falou nada o dia inteiro. - Brooke disse, me olhando preocupada.

- Não dormi muito bem essa noite, mas eu 'tô' bem, sim. Obrigada por se preocupar. - Eu disse, deitando a cabeça nos meus braços que estavam apoiados na mesa.

Assim que terminei de falar senti alguém se sentando do meu lado e logo o cheiro de colônia masculina leve atingiu o meu nariz, me fazendo levantar a minha cabeça e encontrar os olhos do Tom.

- Boa tarde, gatinha! Você 'tá' bem? - Ele perguntou, enquanto acariciava o meu cabelo, o tirando do meu rosto.

- Uhumm! - Eu disse, acenando a minha cabeça positivamente.

O jogo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora