Capítulo 6: Dayana

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Dois dias depois da nossa conversa no apartamento do Theodore, começamos a "namorar".

Assim que acordei, senti que muita coisa mudaria para os próximos meses. Levantei da cama e me arrumei. Coloquei uma blusa mais larga preta, um shorts jeans e botas pretas no pé. Fiz um rabo de cavalo alto e fui em direção ao pátio da faculdade para esperar por Theodore.

Desde quando combinamos o nosso namoro falso começamos a "passar um tempo juntos" para que as pessoas não desconfiassem de nada quando vissem a gente juntos como um casal nos corredores.

O avistei em um banco, embaixo de uma árvore e fui até ele. Quando parei na sua frente, uma mão sua voou para a minha cintura, puxando meu corpo mais perto do seu para que ele conseguisse dar um beijo na minha bochecha. Fiquei um pouco surpresa com o movimento repentino, mas não deixei transparecer caso tivesse alguém nos assistindo.

Assim que seus lábios de separaram do meu rosto consegui escutar alguns assobios e "uuuull" de comemoração atrás de mim e, quando me virei, com sua mão ainda na minha cintura, dei de cara com todo o time de basquete nos encarando.

- Não sabia que o capitão tinha uma gata dessas! – Um dos jogadores, que tinha escrito "Wayne" em um de seus cadernos, disse com um sorriso malicioso e se aproximou, ficando perigosamente perto de mim.

Ele era alto, como todos ali (talvez seja porque são jogadores de basquete?), tinha cabelo preto, que caía sobre sua testa em ondas, e uma pele bronzeada, enquanto seus olhos eram castanhos, quase pretos.

Assim que uma de suas mãos foi em direção ao meu rosto para segurá-lo e dar uma boa "inspecionada" em mim, senti a mão de Theodore apertar a minha cintura e me puxar para o lado, fazendo com que minhas costas batessem em seu peito.

- Mais respeito, Wayne! – O meu "namorado" disse, colocando uma mão no peito do garoto na minha frente o empurrando para longe de mim – Não queira saber o que vai acontecer se ela ficar desconfortável com qualquer um de vocês.

O tal do Wayne levantou as mãos em falsa rendição, se afastou de mim e deu um sorriso debochado enquanto falava:

- Desculpa aí, capitão. Não sabia que ela era sua propriedade. Você me desculpa, gatinha?

Assim que aquelas palavras saíram da boca daquele garoto senti uma raiva enorme borbulhar dentro do meu peito e tive que me segurar para não dar um soco bem dado na sua cara.

Escutei Theodore respirar fundo e quando olhei para cima vi um músculo na sua mandíbula saltado. Ele parecia estar com muita raiva.

Antes que ele pudesse agir, vimos Tom passando pelo grupo de jogadores, indo na nossa direção. Ele parou no meio de nós dois, comigo ao seu lado direito e o meu namorado ao seu lado esquerdo, e colocou seus braços ao redor de cada um de nossos ombros.

- Por favor, Wayne! A Day não é propriedade de ninguém, muito menos a gatinha de ninguém. – Ele disse, me abraçando mais próximo ao seu corpo – Parabéns para o casal!

Tom nos soltou e foi em direção ao garoto e passou o braço envolta do seu pescoço o puxando para longe de nós, cochichando algo no seu ouvido, enquanto o resto do time se aproximava para me conhecerem.

Quando todos os garotos se afastaram, vi um jogador, que estava com Tom e Theodore naquele dia no refeitório, se aproximando e sorrindo para o meu namorado.

- Cara, você não ia me contar que 'tá' namorando? – O garoto perguntou.

- Umm, faz pouco tempo que oficializamos. – Ele disse com um sorriso tímido – Bom, Dylan, essa é a Dayana, minha namorada e, Day, esse é o Dylan, meu melhor amigo.

- Prazer! – Dylan disse com um sorriso radiante.

Depois de um tempo, Brooke também se juntou a nós e, depois de eu apresentá-la ao meu namorado, ela se afastou um pouco, indo conversar com o Thomas.

Eu segurei a mão de Theodore, chamando sua atenção, e falei:

- Eu preciso ir para a minha aula de química! A gente se encontra no almoço?

Não queria passar o almoço com o famoso número 9 e seus amiguinhos convencidos do basquete, mas combinamos que seria melhor fazermos algumas coisas juntos para ninguém desconfiar.

- Você não precisa ir sozinha! Eu e os meninos precisamos ir para a quadra e a sua sala é caminho para lá.

Eu sabia que faria mais sentido irmos para as nossas aulas juntos, então apenas concordei com a ideia dele, embora quisesse, e conseguisse, ir para a minha aula sozinha.

Senti sua mão se deslizando até a minha cintura, enquanto ele chamava o seu time para ir para quadra. A única coisa que me deixava um tanto confortável com todos esses garotos eram os meus amigos Tom, que fazia parte do time também, e Brooke, porém assim que me virei para procurar por eles, os vi saindo, conversando, na outra direção, provavelmente, indo para a aula de Brooke.

No caminho, fui em silêncio. Não me sentia muito confortável perto de pessoas que eu não conhecia e eu também não queria puxar muito assunto. Porém meu namorado não deixou isso passar.

- Ei! Você 'tá' bem? – Ele perguntou com a voz baixa, apertando um pouco a minha cintura para que a minha atenção fosse voltada para ele.

Eu apenas concordei com a cabeça e continuei andando em silêncio.

Depois de um tempo ele voltou com suas perguntas:

- Foi alguma coisa que eu fiz? Você ficou desconfortável com o que o Wayne fez? Você 'tá' incomodada com o meu braço envolta da sua cintura? Se você quiser, eu posso tirar! Oh, você 'tá' passando mal? – Theodore perguntou com um tom desesperado e preocupação transparecendo no seu olhar.

- Eu 'tô' bem, Teddy. – Usei seu apelido só para se caso algum de seus "cobaias" escutasse a nossa conversa – Eu só não quero me intrometer na conversa de vocês. E, sei lá, não me sinto muito confortável com pessoas que eu não conheço.

Ele balançou a cabeça e tirou o braço da minha cintura, colocando a mão na minha enquanto seu polegar fazia movimentos de vai e vem nas costas da mesma. Durante o resto do caminho, ele manteve sua mão na minha, movimentando seu polegar, numa forma de me confortar.

Quando chegamos na minha sala ele soltou a minha mão, segurou o meu rosto com as duas mãos e deu um beijo suave na minha testa, falando logo em seguida:

- Tenha uma boa aula! Tchau, meu amor! Te vejo no almoço. – Ele disse enquanto se afastava com os garotos.

Calma! Do que ele me chamou?

O jogo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora