Capítulo 14: Dayana

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Acordei com uma sensação gelada nas minhas costas. Era bom, mas eu não sabia de onde vinha, então estiquei minha mão até o meio das minhas costas e, por baixo do uniforme de Theodore, que usei como pijama, encostei em algo que parecia com dedos.

Passei minhas unhas por cima da blusa, escutando, em seguida, o garoto ao meu lado resmungar alguma coisa e senti a mão, que descobri ser do Theodore, descer para a minha lombar, deixando um rastro de arrepios pela minha pele.

Percebi que estava deitada no peito do jogador ao meu lado e, embora minha mente gritava para eu me afastar, me aconcheguei mais na pele quente e nua em que estava deitada, sentindo Theodore acompanhar os meus movimentos e se ajeitar para ficar mais confortável.

A mão que não estava embaixo da minha blusa foi até o meu cabelo e começou a brincar com os meus cachos em um movimento meio sonolento.

Levantei meu olhar e vi que ele ainda dormia, embora sua mão estivesse se movimentando contra o meu couro cabeludo sem parar.

Senti que devia retribuir o carinho que recebia, então estendi minha mão e comecei a brincar com o cabelo bagunçado de Theodore. Escutei ele soltar um suspiro satisfeito e afundar o nariz no meu cabelo.

Ficamos assim por um tempo, até que me senti um pouco entediada e decidi descer minha mão até sua orelha, onde se encontrava seu brinco, e comecei a rodar a pedrinha brilhante de um lado para o outro. Era um movimento sem objetivo e meio sem graça, mas me distraiu um pouco do meu tédio.

O tempo foi passando e continuamos deitados nos braços um do outro, até que acabei me distraindo e puxando o brinco do garoto, fazendo o acordar assustado.

A mão que estava emaranhada em meus cabelos cobriu imediatamente a minha, afastando os meus dedos enquanto os substituía com seus próprios.

- Isso doeu! – Ele disse com voz rouca por ter acabado de acordar e com os olhos ainda fechados enquanto franzia suas sobrancelhas.

A voz de Theodore sempre foi profunda e meio rouca, mas não consegui evitar sentir um arrepio subir pela minha espinha ao ouvir a voz dele mais rouca ainda por conta do sono que eu o tirei sem intenção.

- Desculpa! – Eu respondi com a voz baixa – Não queria ter te acordado.

- Não tem problema. – Ele disse com a voz mais suave dessa vez e envolvendo minha cabeça com seu braço, me puxando para perto e depositando um beijo na minha testa – Bom dia!

- Bom dia! – Respondi, envolvendo seu torso com meus braços e ajeitando minha cabeça no seu peito novamente.

Naquele momento eu já tinha decidido ignorar por completo o alerta vermelho da minha mente que implorava para eu me afastar dele e decidi me concentrar na sensação boa de estar aconchegada nele, ouvindo o coração dele acelerado e...

O coração dele acelerado?! Isso era por causa de mim? Da nossa proximidade?

Não! Eu não teria esse efeito nele. Ou será que eu teria?

Impossível! Theodore era o tipo de garoto que pegava sem se apegar e ele não deixaria uma garota qualquer ter algum efeito sobre ele. Se bem que-

- Bom dia, pombinhos! – Meus pensamentos foram interrompidos pela mãe de Theodore passando pela porta, nos assustando, fazendo com que nos afastássemos imediatamente – Vamos sair desse quarto, tomar um café da manhã, trocar de roupa. O dia lá fora 'tá' lindo e não vou permitir ninguém ficar vegetando na cama.

- Mãe! – Theodore reclamou com a voz um pouco manhosa e arrastada.

- Sem reclamações! Vamos, vamos! Sem preguiça, saiam dessa cama. – Minha "sogra" disse batendo palmas para nos despertar.

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