Naquela noite, eu não consegui dormir muito bem. Já haviam passado alguns dias que eu e Dayana estávamos dividindo a cama e confesso que acostumei a adormecer com ela por perto.
Acordei com uma enxaqueca insuportável e dores no corpo, por não ter conseguido dormir, além de estar cansado e ainda um pouco preocupado com Dayana.
Desci as escadas e encontrei meus pais sentados no balcão da cozinha tomando café da manhã.
- Bom dia! – Eu falei com a voz cansada, enquanto trocava um soquinho com o meu pai e beijava o topo da cabeça da minha mãe.
- 'Tá' tudo bem, filho? Dormiu bem? – Minha mãe perguntou, ficando com uma expressão preocupada no rosto quando balancei a cabeça negativamente – O que aconteceu?
- A Day dormiu na casa de uma amiga dela. Fiquei preocupado. – Respondi à pergunta da minha mãe.
Estava preparando o meu café da manhã quando meu celular começou a tocar com uma ligação chegando. Fui ver e era a minha namorada me ligando.
- Bom dia, Theodore! – Escutei a voz dela do outro lado do telefone.
- Bom dia, Day! Dormiu bem?
- Dormi, sim! E você?
- Sim, sim! Dormi bem!
Escutei meu pai pigarreando e quando me virei vi que estava com os olhos semicerrados parecendo bravo por eu ter mentido para ela.
- Ummm, quando você quer que eu vá te buscar? Eu estava pensando em... – Fui interrompido por Dayana antes mesmo de terminar minha frase.
- Oh, não! Pode ficar tranquilo! As meninas vão me levar de volta para casa à tarde. Ummm... eu estava pensando em, sei lá... te apresentar as meninas?
- Hoje? – Perguntei, recebendo um resmungo em resposta – Pode ser! Quando?
- Vou passar no apartamento à tarde e, então podemos ir juntos para a cafeteria!
- Ok! Até mais tarde!
No meio do dia Dayana chegou no apartamento e tive que me segurar para não a abraçar quando a vi passar pela porta.
Estávamos eu, meu pai e minha mãe sentados no sofá assistindo um filme e, assim que a porta abriu e a Day passou por ela, meus pais deram um espaço para ela sentar ao meu lado. Minha mãe bateu no espaço vazio indicando para a minha namorada se sentar lá e ela o fez.
- Como foi na casa da sua amiga? – Sussurrei, para apenas eu e ela escutarmos a nossa conversa.
- Foi legal. Só 'tô' um pouco cansada. Ficamos acordadas por bastante tempo e estava até agora na rua. – Ela sussurrou de volta.
- Quer descansar um pouco, antes de a gente ir ver suas amigas? – Perguntei, recebendo um aceno de cabeça lento dela em resposta – Vem, deita aqui! Mais tarde eu te chamo! – Eu disse, colocando sua cabeça em meu ombro e envolvendo a sua cintura com o meu braço.
Dayana se ajeitou, afundando mais a cabeça no meu pescoço, enquanto eu puxava suas pernas para ficarem no meu colo, a deixando mais confortável.
No final da tarde fomos para a cafeteria onde a amiga dela trabalhava e as outras estavam nos esperando, e passamos o resto do dia com elas.
Em nenhum momento elas "suspeitaram" de alguma coisa entre eu e Day o que foi bom já que ela parecia bem nervosa com isso.
Voltamos para casa quase no início da noite e fomos direto para o nosso quarto, onde nos deitamos e dormimos imediatamente.
***
Alguns dias depois, meus pais saíram para comemorar o aniversário de namoro dele, deixando eu e Dayana sozinhos em casa.
A nossa ideia era eu iria fazer a pipoca enquanto ela escolheria o filme que iríamos assistir. Mas enquanto eu tomava banho, a luz do campus acabou deixando todos os apartamentos e as ruas no breu.
A água do chuveiro estava gelada, mas eu já estava terminando o meu banho, então continuei a enxaguar o meu cabelo.
Terminei o meu banho, e saí do box. Eu estava terminando de me secar quando escutei a voz de Dayana da sala, mas achei que não era nada.
- TEDDY! – Escutei ela gritar da sala depois de um tempo, com a voz um pouco trêmula – TEDDY, CADÊ VOCÊ? – Percebi que, embora ela estivesse gritando, a voz dela estava fraca, parecia que estava chorando e sua fala veio seguida de um soluço, sem contar o tom de desespero e medo que tinha em sua voz.
Meu coração se apertou com o medo que tinha na voz de Dayana e imediatamente terminei de me secar para conseguir ajudá-la.
- TEDDY! Por favor! – Escutei a voz dela falhar no final, soando mais como um sussurro.
- JÁ 'TÔ' INDO, DAY! ME ESPERA! – Gritei do quarto enquanto vestia minha calça de moletom, tentando tranquilizá-la.
Desci a escada correndo com a lanterna do celular iluminando o caminho e sentindo o meu coração bater rapidamente em preocupação.
Ao chegar no pé da escada encontrei Dayana sentada no chão da sala, encolhida, chorando e o corpo tremendo, enquanto suas mãos pressionavam sua cabeça e os seus olhos estavam fechados fortemente, com as sobrancelhas franzidas.
Corri até ela e me sentei no chão a envolvendo em meus braços imediatamente. A puxei para o meu colo, enquanto encostava as minhas costas no sofá, e deitei sua cabeça no meu peito, escutando seu choro e sentindo seu corpo tremer violentamente nos meus braços.
- Shh, shh! Eu 'tô' aqui! Calma! – Eu sussurrei, tentando acalmá-la, enquanto balançava seu corpo de um lado para o outro lentamente nos meus braços – Calma, amor! Respira fundo! 'Tá' tudo bem!
Eu não sabia mais o que fazer e estava sentindo meus olhos arderem com lágrimas de preocupação.
- Eu não... 'tô' conseguindo... respirar, Theodore! – Ela disse meio ofegante, ainda chorando e segurando a cabeça com as mãos.
- 'Tá' tudo bem! 'Vamo' lá. Me acompanha, ok? – Eu disse, enquanto a ajeitava no meu colo, deixando ela sentada nas minhas pernas, e encostando a minha testa na dela, segurando suas mãos, e respirando fundo para que ela me acompanhasse.
Depois de um tempo, a respiração dela voltou ao normal, mas ela ainda chorava, porém com menos intensidade, e seus olhos continuavam fechados.
Soltei seus pulsos, que eu estava segurando para afastar suas mãos de sua cabeça, e descansei minhas mãos em sua cintura, enquanto ela colocava seu braço envolta dos meus ombros e escondeu seu rosto no meu pescoço.
- Você quer subir para o quarto? – Eu perguntei com a voz baixa, sentindo sua cabeça balançar positivamente contra o meu pescoço.
Me levantei do chão com ela ainda no meu colo, e a carreguei até o nosso quarto. Chegando lá, a coloquei deitada na cama e me deitei ao seu lado, um pouco longe dela, mas logo a senti se aproximando de mim e escondendo o rosto no meu peito nu, enquanto abraçava o meu torso fortemente.
- Você quer conversar sobre o que foi aquilo? – Eu perguntei, mantendo a voz baixa, enquanto fazia carinho no seu cabelo.
- Agora não! – Ela respondeu com a voz abafada pela minha pele, enquanto eu concordava com a cabeça.
- Ok! Se você quiser conversar, eu 'tô' aqui. É só me falar quando estiver pronta! – Eu disse, depositando um beijo na sua testa logo em seguida.
Naquele momento desejei poder protegê-la de todo o mal. E eu a protegeria!
Nota: Desculpe pela demora para postar esse capítulo. Tive dificuldades em escrever algumas partes, mas espero que gostem!
A fobia da Dayana é nomeada de nictofobia, que é o medo excessivo do escuro, e alguns sintomas físicos e emocionais que foram citados são: pressão na cabeça, falta de ar, grande agonia e medo em ambientes escuros, e sentimento de falta de controle sobre seu medo. Existem outros sintomas, mas achei melhor citar apenas esses.
Obgg pela leitura!!
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O jogo do amor
Romance"Quer namorar comigo?" Essas foram as palavras que iniciaram a primeira conversa deles. Dayana e Teddy estudam na mesma faculdade, mas nunca tiveram uma interação. Até que um dia Teddy faz um pedido inusitado para Dayana. A proposta era fingir um na...