Capítulo 8: Dayana

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Assim que me sentei na mesa para almoçar, bufei internamente. Eu tive a grande sorte de sentar perto do Wayne.

Passaram alguns minutos desde o momento que comecei a comer e senti seu corpo se aproximando do meu. Olhei para o lado e percebi que Theodore estava concentrado na conversa com Tom.

Depois de um tempo, escutei uma voz sussurrando no meu ouvido:

- E aí, gatinha! Que tal você dar um pé na bunda do capitão e vir para mim?

Senti meus ombros se tencionando de raiva, mas não fiz nada, além de dizer:

- Não, obrigada. 'Tô' feliz com o meu namorado.

- Aaaah 'vamo' lá, linda! – Ele disse acariciando o meu rosto com as costas dos dedos – Você sabe que eu sou melhor que o ursinho Teddy aí. Em todos os sentidos, se é que me entende! – Ele completou com uma risadinha maliciosa, enquanto sentia suas pernas se arreganharem embaixo da mesa.

Fiquei chocada com a audácia que aquele garoto tinha de dizer essas coisas para mim, enquanto meu namorado estava bem do meu lado, e não consegui responder nada, apenas fiquei o encarando com as sobrancelhas juntas em uma expressão de nojo.

- Oh, princesa, não faça essa cara de nojo. Você e eu sabemos que você 'tá' curiosa para tirar a prova. Se você quiser, meu apartamento fica do lado do seu amado. – Ele disse, dando uma piscadinha para mim ao final da sua frase.

Ninguém nunca tinha dado em cima de mim desse jeito, ninguém nunca foi tão nojento assim, então fiquei sem reação. Bom, sem reação era uma expressão muito forte. Eu fiquei sem fazer nada porque não queria ser expulsa da melhor faculdade da cidade por espancar um garoto. Assim é melhor!

Me aproximei de Theodore e sussurrei em seu ouvido:

- Preciso ir embora! Quero sair daqui, por favor!

Sua atenção foi voltada para mim e seu braço esquerdo seguiu seu caminho para a minha cintura. Seu rosto tomou uma expressão preocupada enquanto olhava para mim.

- O que aconteceu? – Ele perguntou, só para eu escutar.

- Nada, eu só queria sair daqui. A gente pode?

- Mas você nem terminou de comer. Você vai passar mal se não comer. – Ele disse, com a voz ainda preocupada.

Eu me virei para o meu prato e comecei a brincar com a comida na minha frente. Tudo o que o Wayne me disse tirou o meu apetite.

Senti a mão do meu namorado apertar a minha cintura, chamando a minha atenção.

- Huh? – Eu olhei para ele e vi a mesma expressão preocupada em seu rosto.

- Dayana, o que aconteceu? Estávamos na fila agora há pouco e você me disse que estava morrendo de fome. Por que não 'tá' comendo a sua comida?

- Eu já disse que não é nada!

- E você acha que eu vou acreditar? – Ele perguntou, olhando para mim com as sobrancelhas levantadas – Eu não vou brigar com você, rir da sua cara ou falar que é frescura, se você me falar o que aconteceu.

- É só que... – Ele balançou a cabeça me incentivando a continuar falando – O Wayne falou algumas coisas e ele me deixou desconfortável.

- Ok! – Ele parou um momento, provavelmente, pensando – Vem para cá. Deixa eu sentar do lado dele.

Assim que trocamos de lugar, escutei Theodore chamando o garoto.

- Ei, cara! – Ele disse, enquanto colocava o braço envolta do ombro do Wayne, o puxando para perto, com uma expressão irritada – Fiquei sabendo que você falou algumas coisas para a minha garota. Se importa em repetir o que disse para ela?

Vi os olhos de Wayne passarem do rosto de Theodore para os meus olhos e de volta para o meu namorado com uma expressão ligeiramente assustada.

- E-eu apenas disse que... que você é um ótimo ca-

Wayne foi interrompido pelo meu namorado que falava com uma voz baixa, mas com muita raiva.

- Você acha mesmo que eu vou cair nesse seu papinho? Você fez a minha namorada ficar desconfortável e você acha que eu vou acreditar no que você 'tá' me falando? – Theodore virou para mim, suavizando sua voz imediatamente – O que ele falou para você, amor?

- Ele falou para eu terminar com você e ficar com ele, porque ele é melhor que você, "em todos os sentidos". – Eu disse, fazendo aspas com os dedos.

Assim que as últimas palavras saíram da minha boca, consegui ver os olhos dele se escurecerem e ficarem cheios de raiva.

Forçando uma risada e mantendo um sorriso irritado no rosto, Theodore disse:

- Você não tem limites, Wayne? Você tem algum respeito? 'Vamo' lá, cara, não deve ser tão difícil assim ter respeito por uma mulher.

Nesse momento, todos da mesa já estavam assistindo a cena, até Tom, que parecia nada feliz com o que estava acontecendo. Bom, nenhum dos meninos pareciam felizes com que estava acontecendo.

Dylan que estava atento a cada movimento do melhor amigo e do outro jogador, levantou do seu lugar e foi até onde os dois estavam, colocando uma mão no ombro de Wayne, o apertando tão forte que os nós de seus dedos ficaram brancos.

- Vem, Wayne! 'Vamo' conversar lá fora. – Ele disse com a voz calma e baixa, enquanto acenava com a cabeça na direção da porta do refeitório.

Wayne imediatamente se levantou e seguiu Dylan para o lado de fora da instituição, enquanto a atenção dos outros garotos voltavam para seus pratos de comida, a atenção de Tom voltava para Brooke que estava ao seu lado perguntando se ele estava bem, já que ele parecia bem irritado com o que o garoto disse para mim, e a atenção de Theodore voltava para mim.

- Desculpa não ter ouvido o que ele falou para você. Espero que agora ele pare. – Ele disse com a voz baixa, deixando essa conversa apenas entre nós dois.

- Você não precisa se desculpar por isso. Obrigada por resolver a situação, Theodore. Eu estava quase pulando no pescoço daquele garoto. – Disse, fazendo com que o meu namorado risse e revirasse os olhos por causa do seu nome.

- Eu já disse que prefiro que você me chame de Teddy. – Ele disse, ainda sorrindo, colocando um braço envolta da minha cintura, enquanto empurrava o meu prato de volta para mim, para que eu comesse.

- E eu já disse que não vou te chamar assim quando ninguém estiver por perto.

Voltei a comer, mais confortável sem o Wayne para me encher o saco, e vi Teddy (qual era o problema com o nome dele?) sorrir para mim enquanto se inclinava e dava um beijo na minha têmpora, tirando meu cabelo do meu ombro e o colocando para trás no processo.

A ação me assustou um pouco. Estávamos apenas fingindo, mas ele continuava com a "atuação" o tempo inteiro.

Por que ele agia com tanta naturalidade? Por que ele era tão atencioso e carinhoso, mesmo quando ninguém estava nos olhando?

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