O jogo do amor

Capítulo 22: Dayana

Estávamos apenas eu e Theodore conversando na quadra, quando, de repente, ao se virar de costas para mim, para colocar sua blusa na arquibancada, uma pessoa colidiu contra seu corpo, quase o derrubando no chão.

A pessoa, que logo descobri ser uma menina, envolveu seus braços envolta da cintura nua de Theodore, escondendo o rosto em seu peito e começou a chorar alto.

Meu namorado, que se assustou com o aparecimento brusco, demorou alguns segundos para envolver o corpo da pessoa em resposta, mas logo vi seus braços abraçando os ombros da garota.

- Me protege, Theo! Ele 'tá' atrás de mim! – Escutei uma voz familiar, abafada pela pele de Theodore, e o apelido que ninguém usa, apenas uma pessoa. Layla.

Sério?! Dentre todas as pessoas, tinha que ser a Layla a estar agarrada com o Theodore agora?

- Ei, ei! Calma! Quem 'tá' atrás de você? – Ele perguntou, afastando o corpo da garota e segurando seu rosto entre as mãos para poder olhá-la nos olhos.

- Wa-Wayne! – Ela disse com a voz sufocada por soluços.

Por estar atrás dos dois, consegui ver os ombros Theodore se tensionando ao ouvir o nome do garoto.

- 'Tá' tudo bem! Ele não vai fazer nada com você, ok? – Ele disse, a abraçando próxima ao seu corpo, acariciando suas costas, tentando tranquilizá-la.

Não podia negar que estava sentindo um pouco de pena dela, já que Wayne já havia mexido comigo, mas não foi muito longe por causa de Theodore e os outros meninos, enquanto ela não tinha ninguém para protegê-la e, com certeza, Wayne poderia ter feito algo pior com ela.

Porém, assim que vi ela levantar seu rosto do peito de Theodore e me olhar com um sorriso malicioso nos lábios, percebi que seu choro era falso, e toda aquela história de Wayne estar atrás dela, também.

Layla voltou a esconder seu rosto no torso do garoto e pude ouvir seus soluços, e tive que me segurar para não revirar os olhos de sua encenação besta.

Depois de um tempo com a loira chorando no ombro, escutamos uma voz masculina, também familiar, dizer, um pouco distante, com um tom brincalhão e um fundo de malícia:

- Layla! Cadê você, lindinha? Aparece, vai, sai de onde 'tá' escondida! Eu prometo que não vou fazer nada com você.

Escutei Layla soltar um gritinho agudo, "assustado" ao ouvir a voz de Wayne, e a vi se esconder atrás de Theodore, mantendo seu corpo próximo as costas do garoto na sua frente, enquanto dizia com a voz trêmula e baixa:

- Theo, não deixa ele me achar! Por favor! Eu quero ele longe de mim.

Antes que Theodore pudesse fazer qualquer coisa, Wayne apareceu na quadra, com um sorriso no rosto que se parecia muito com o que Layla havia me enviado alguns minutos antes.

- Aaaah, princesa! Metendo outras pessoas na nossa brincadeira? Isso é trapaça! – Wayne disse, ainda com o sorriso no rosto.

- Wayne, acho melhor você não dar mais nem um passo na direção dela! – Theodore disse com um tom de ameaça na voz, estendendo uma mão para trás e mantendo Layla perto do seu corpo.

O garoto riu da ameaça e, em um movimento rápido, correu até a garota e a levantou do chão pela cintura, a carregando para longe do alcance do meu namorado.

- THEO, ME AJUDA! – Layla começou a gritar, enquanto se debatia nos braços de Wayne.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Theodore já havia avançado na direção do garoto e o atingiu com um soco no nariz, o fazendo cambalear para trás e soltar a garota no chão, para segurar seu nariz que começara a sangrar com o impacto.

Meu namorado correu na direção da loira e a levantou pelos braços, a afastando de Wayne.

- Ok, ursinho Teddy! Dessa vez eu vou embora, mas saiba que da próxima, a garota vai comigo.

Theodore ficou por um tempo abraçado com Layla, tentando a tranquilizar, até que ela começou a falar que estava bem e precisava voltar para casa.

Ele se virou para mim com uma cara de preocupado, mas não falou nada.

- Umm, acho melhor a gente voltar. Já 'tá' quase na hora do almoço. – Eu disse, com a voz baixa, indo em direção ao nosso apartamento, ouvindo Theodore me seguir, porém com uma certa distância.

Aparentemente, Layla tinha vindo para ficar e pegar o que não era dela.