Capítulo 12: Dayana

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Não sei o que aconteceu na quadra, mas foi estranho.

Em um instante estávamos fazendo piadinhas e rindo como amigos, e no outro estávamos próximos demais o que me fez duvidar a nossa "amizade".

Eu conseguia sentir o peito de Theodore subindo e descendo com sua respiração contra as minhas costas, e a sensação de ter a sua mão praticamente engolindo a minha foi o que fez parecer que aquele momento demorou uma eternidade. O porquê eu já não sei, mas o tempo passou mais devagar quando senti a sua respiração no meu pescoço, e quando nos afastamos eu ainda sentia o calor que seu corpo irradiava nas minhas costas, embora eu já estivesse em casa esperando ele voltar da quadra há um tempo, não dando tempo para ele conseguir me seguir.

Assim que a porta da sala se abriu e o meu namorado passou por ela, meus olhos se desviaram para a TV na minha frente, embora estivesse desligada. Eu simplesmente não sabia se seria capaz de fazer contato visual com ele sem sentir uma pontada de vergonha.

- Eu... eu vou subir... para tomar banho. – Ele quebrou o silêncio e a única coisa que eu consegui fazer foi balançar a cabeça concordando.

Quando ele voltou para a sala, Theodore se sentou na outra ponta do sofá, deixando um espaço entre nós dois. Na intenção de amenizar o clima estranho, eu perguntei:

- O-o que você acha de a gente, sei lá... cozinhar?

Ele levantou o olhar das suas mãos que se retorciam no colo, e olhou para mim com um certo brilho de animação nos olhos.

- Pode ser! – Ele respondeu com a voz um pouco hesitante.

Levantei do sofá e fui até a cozinha sendo seguida por Theodore. Ele colocou uma música no celular (aparentemente ele só funcionava na base da música) e começamos a cozinha. Ele se responsabilizou em fazer macarrão enquanto eu picava o frango para o estrogonofe.

Nós cozinhamos em um silêncio confortável, ambos concentrados nas vozes que cantavam no fundo, de vez em quando conversando, rindo ou às vezes usando um ao outro de cobaia para provar a comida.

Fomos para a cama cedo, mas ficamos conversando, até que o assunto acabou e ficamos em silêncio.

Comecei a arrumar os travesseiros no meio de nós dois, quando Theodore falou:

- Você sabe que essa barreira não serve para nada, não é?

Deitei minha cabeça no travesseiro depois de ajeitar o meu "forte de travesseiros" e olhei para ele com uma expressão de dúvida.

- É... é que hoje de manhã... eu acordei com você deitada no meu peito. – Ele disse, evitando olhar para mim e com a voz hesitante.

Senti meu rosto esquentar e reagi imediatamente dando uma risada sarcástica.

- Eu nunca faria isso, então, respondendo a sua pergunta, a barreira serve para alguma coisa, sim! – Eu disse me virando de costas, ouvindo ele fazer o mesmo.

- Se você diz... Boa noite, Day! – Ele disse, enquanto eu resmungava um "boa noite".

No outro dia, acordei com as minhas costas coladas no peito nu de Theodore.

***

Tinha chego sexta-feira, o dia do jogo do Theodore, e eu finalmente iria conhecer os seus pais. Eu estava nervosa, não estava pronta para passar a primeira semana de férias da faculdade com os meus supostos sogros.

Além disso, eu não sabia como me comportar, o que dizer ou o que não dizer.

Passei o dia inteiro pensando nisso, preocupada em alcançar as expectativas dos pais do meu namorado, já que era essa a minha parte do acordo.

O jogo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora