Capítulo 5: Teddy

154 12 0
                                    

Eu estava nervoso!

Dayana tinha aceitado fingir ser minha namorada, então em alguns dias, eu seria um casal com a garota que me deixava completamente nervoso. E, ainda por cima, naquela noite ela estaria na minha casa. Só eu e ela.

Eu estava andando de um lado para o outro, freneticamente, na minha casa, conferindo se tudo estava certo para que a casa não estivesse uma bagunça quando ela chegasse.

Estava voltando da cozinha, que era separada da sala por apenas um balcão médio, quando ouvi alguém batendo na porta. Provavelmente, era Dayana, e apenas o pensamento dela me esperando do outro lado da porta me deixou completamente nervoso. Minhas mãos começaram a suar e meu coração acelerou.

Fui até a porta e abri encontrando Dayana olhando para mim. Ela estava linda. Usava um cropped preto e uma mom jeans com um All Stars preto e seus cachos soltos caindo como cascatas sobre suas costas. Linda!

- Oi! – Eu disse, sorrindo para ela e dando espaço para ela conseguir entrar no meu apartamento – Eu não sabia o que você gostava, então fui na opção segura, pizza. Tudo bem para você?

Ela concordou com a cabeça e se sentou no meu sofá enquanto olhava para mim como se esperasse que eu falasse o que realmente tínhamos que falar, mas como não falei nada ela começou:

- Eu acho melhor você agir na frente do Tom, do mesmo jeito que agirá na frente das meninas.

- Oh, sim! Precisamos conversar sobre isso... e, bom, algumas outras coisas também. – Eu disse, me dirigindo ao seu lado e me sentando no sofá deixando uma distância entre a gente para que ela se sinta confortável.

- Bom, umm... se você quiser, você pode começar com as coisas que você quer que eu faça ou estabelecer os seus limites e depois conversamos sobre como vai ser com as minhas amigas.

- Ok! Bom, tem algumas coisas que acho que são bem importantes discutirmos. – Eu comecei tentando organizar meus pensamentos e tentando encontrar as palavras para dizer o que eu queria – Umm, acho melhor você começar a me chamar de Teddy. Não gosto muito do meu nome – Ela ia me contrariar, mas a interrompi, completando – Só para as pessoas não desconfiarem de nada, principalmente meus pais e o Tom.

- Ok, mas não espere que quando formos só nós dois eu vou te chamar pelo apelido, Theodore! – Ela disse enfatizando o meu nome.

Revirei os olhos com a "provocação", mas decidi não falar nada. Como eu fui parar nessa situação?

- Tanto faz. Você tem que ir nos meus jogos e nos treinos. Se não, Golden vai com certeza começar a desconfiar e contar para as suas amiguinhas que você 'tá' mentindo.

- Golden? – Ela perguntou, me olhando com uma expressão de dúvida.

- É como chamamos o Tom no time. Continuando, acho melhor usarmos alguma coisa como símbolo do nosso compromisso um com o outro, tipo uma aliança, mas isso eu posso dar um jeito sozinho, só 'tô' te avisando que vamos usar alguma coisa.

Ela concordou com a cabeça, sinalizando que concordava com a ideia, estava me ouvindo e ainda sinalizando para eu continuar.

- Temos que começar o nosso "relacionamento", já que meus pais vão chegar semana que vem e talvez as pessoas desconfiem. E tem mais uma coisinha. Meus pais vão ficar no meu apartamento durante a semana e eles, com certeza, esperam que nós estejamos dividindo o apartamento. – Disse, dando de ombros. Eu sabia que eles esperariam isso, mas não sabia o porquê - Então acho melhor você trazer as suas coisas no final de semana, para já ir se acostumando. Só para deixar claro, você vai ter que dividir o quarto e, consequentemente, a cama comigo.

- Ha! 'Vamo' lá, senhor "vamos dividir a cama". Se você quer tanto que eu venha para cá, ok, mas eu trago as minhas coisas três dias, no máximo, antes da chegada dos seus pais. E esse negócio de dividir a cama, teremos delimitação de espaço. – Ela disse, toda mandona, e eu não ousei contrariar – A minha parte é mais simples. Demonstração de afeto em público, com limites. Não quero ser aquele tipo de casal meloso, mas também não quero pessoas desconfiando de nós dois.

- O que seria afeto com limite? – Perguntei, querendo que ela me desse exemplos para que eu não passasse dos limites com ela.

- Não sei, quando nos encontrarmos você pode me cumprimentar com um beijo na bochecha ou eu faço isso, quando estiver conversando com seus amigos e eu estiver por perto, você pode segurar a minha mão ou colocar o braço envolta do meu pescoço, não sei. Reconheça que eu 'tô' lá, para não arranjar confusão com o Thomas. Ele com certeza brigaria com você, se você me tratasse mal. E, já esclarecendo, selinhos só em último caso. Se você achar necessário, posso "liberar" na frente dos seu pais ou talvez quando nos vermos e tivermos muita plateia, mas só em casos extremos e nada mais do que um selinho rápido.

Eu concordei com a cabeça. Não ousaria discordar de uma palavra que aquela mulher falava. Ela parecia ser bem decidida sobre o que queria e bateria o pé até o fim para ser do jeito que ela queria, então continuei seguindo o fluxo.

- As minhas amigas. Ok, elas se chamam Vitória e Elisa e com certeza serão piores do que Tom se você me tratar mal. Então seja educado e carinhoso, mas não precisa me tratar como frágil porque isso eu, sem dúvida, não sou. Para simplificar as coisas, do mesmo jeito que você agir na frente dos seus pais, do Tom e de todo o resto, você age na frente das meninas.

- Ok. Mais alguma coisa? Tipo, por quanto tempo você quer fingir isso? – Eu pergunto, balançando um dedo entre nós dois.

- Não sei, dois meses? No máximo. Assim podemos terminar de um jeito bem trágico, porque aí minhas amigas vão achar que não 'tô' bem para encontros com pessoas desconhecidas e vão parar.

Concordei com a cabeça e na mesma hora em que terminamos de combinar tudo a nossa comida chegou. Peguei a caixa de pizza, paguei pela comida e levei até a mesa de centro.

Comemos enquanto ainda ajeitávamos alguns detalhes e ao final da noite tínhamos um acordo bom e benéfico para os dois. Nos despedimos e ela foi embora, me deixando sozinho com todos os meus pensamentos.

Será que os meus pais vão acreditar nisso? Será que as amigas dela vão acreditar nisso?

O jogo do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora