Eu: Bonnieeee!!
Eu corri em sua direção por puro instinto, não tive tempo para pensar no que fazer, apenas tive o impulso de correr enquanto via aquele isqueiro cair lentamente. Minha cara de desespero representava bem tudo o que eu sentia naquele momento, a angústia tomava conta de mim e o medo tentava me paralisar, mas eu resistia a tudo isso e continuava me mexendo. Então saltei com uma pequena fagulha de esperança que eu ainda podia salvá-la daquilo, daquilo...o que era aquilo? Ou melhor...quem era aquilo? Eu não sei.
O isqueiro aceso caia bem devagar de encontro ao seu corpo coberto por álcool, ao mesmo tempo em que eu flutuava no ar após ter saltado em sua direção. E por muito pouco eu consegui agarra-lá com meus braços, e fomos indo abraçados ao chão, enquanto o isqueiro batia nas minhas costas apagando-se completamente e caindo na madeira junto com a gente. Bonnie apagou instantaneamente, e eu me levantei devagar observando que havíamos caído exatamente no lugar em que aquela mulher tinha sido encontrada queimada. Tive um sensação que alguém nos observava naquele momento, como se a espreita houvesse algo que assistia tudo aquilo acontecer, talvez a mesma coisa que fez aquilo com a Bonnie. Então olhei ao nosso redor com intuito de achar algo, mas a única coisa que vi foi o isqueiro apagado no chão e uma casa silenciosa.
Além disso, eu estranhei o fato de ninguém ter escutado absolutamente nada que aconteceu ali...sei que todos estavam nos seus devidos quartos, mas seria impossível não escutar eu quase gritando enquanto falava com a Bonnie. Muito estranho...mas o importante é que livrei a Bonnie de algo muito ruim que poderia ter acontecido, porém...ela continuava desacordado no chão e eu não sabia o que fazer. Me perguntava o tempo todo se eu deveria chamar alguém para me ajudar ou se eu deveria ficar calado para não assustar ninguém. Sinceramente os únicos que acreditariam no que eu dissesse seriam o Will e a Ashley.
Eu: Bonnieee! Bonnie! Fala comigo! -me ajoelhei do seu lado-
Colocava meu dois dedos em seu pescoço para sentir a pulsação, e graças a Deus eu senti...ela estava bem, apenas desacordada por conta da pancada na cabeça ao cair no chão.
Eu: ufa! Graças a Deus que você está bem! -abaixava minha cabeça fechando os olhos aliviado-
Nesse instante eu escutei a escada ao meu lado ranger a madeira com passos firmes e lentos. Um frio percorreu minha espinha do início ao fim, e logo associei que aquilo que nos observava vinha ao nosso encontro.
Miller? -voz feminina e suave ecoava da escada-
Escutei isso vindo do mesmo lugar em que a madeira rangia a cada passo dado. Mesmo assustado abri meus olhos e levantei minha cabeça na direção da voz...e vi algo que me tranquilizou muito...
Ashley: Miller?? O que aconteceu aqui? -segurava o corrimão espantada-
Eu: eu...ê...eu -comecei a gaguejar-
Ashley: o que você fez com ela?? Que cheiro de álcool é esse? -me interrompeu descendo a escada rapidamente-
Eu: eu...eu não fiz nada com ela.
Ashley: então o que aconteceu aqui? Me falaaa!
Eu: eu não fiz nada de mal a ela! Pelo o contrário, eu a salvei! É...é...alguma coisa veio atrás dela. Algo tentou matá-la!
Ashley: Miller!! Se acalmaaa -ajoelhava-se do meu lado e segurava meus dois braços- para com isso! Você está muito alterado!
Eu: eu alterado???? -agarrei sua cabeça com as duas mãos- Você por acaso viu o que aconteceu aqui porra??? -elevei a voz quase gritando com ela-
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Cursedwalk: O Legado Da Morte
HorrorO ano é 1986, e sete jovens, recém formados, decidem comemorar o término do ensino médio na fazenda Cursedwalk, a 80 Km da cidade de Woodhand, da família Booker, um local com um passado misterioso e macabro. Eles imaginam que será dias de pura comem...