Capítulo 09 - Tudo Por Você

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PARTE II – DURANTE A TEMPESTADE



01/03/2018, 06:02

Av. Telles, Rio de Janeiro – RJ

Edifício Otavio Cortês – 601 A


Nos últimos tempo o trabalho despertou hábitos noturnos que eu mesmo desconhecia ter. Tem sida na madrugada que as melhores ideias surgem na minha mente e podem fluir pelos meus dedos ágeis para a tela do notebook. É na penumbra do meu quarto, debaixo das grossas cobertas de algodão e com o Pedro ronronando durante o sono ao meu lado que venho colocando no papel as ideias para o segundo livro. Tem quem diga que a criatividade tem seus próprios costumes, não tenho como discordar disso já que a acabo de descobrir que a minha pode ser noturna.

Então o sono fica em segundo plano e tudo passa a girar em torno dos personagens que criei.

"As ruas da capital estão tomadas pela poeira dos destroços do que um dia foram os prédios que abrigavam o alto poder do país. Tudo que um dia foi o símbolo do progresso da nação, agora está resumido a ruínas. Isaac teve certeza de que nem o mais antigo morador do lugar teria dificuldade de se localizar depois de tal devastação e quanto mais a noite se aproximava mais difícil parecia se encontrar ali. A única coisa que se mantinha de pé era o grande pilar que indica o marco central da cidade e é nesse ponto que os sobreviventes do ataque se reúnem.

A frente das primeiras linhas de batalha, Isaac caminhava com a arma presa junto ao corpo, pronto para atirar se visse qualquer movimento inimigo, mas frente a enormidade do último ataque sabia que não sobraria resistência na cidade que pudesse justificar a sua preocupação. Não havia uma batalha a seguir, só a conquista da cidade e de seus cidadãos que seriam agora reféns do movimento.

— Prossigam, não parem! — ordenou o general a suas costas.

O esquadrão seguiu desviando dos escombros e dos corpos dos habitantes que não conseguiram fugir dos bombardeios aéreos ou escapar das minas terrestres distribuídas pelo local. A verdade é que a maioria deles não tivera chance alguma de se salvar, as defesas da cidade não tinham nem sido acionadas, o exército não estava a postos e nenhum morador tinha sido instruído a se abrigar. Eles apenas haviam sido abandonados para morrer por seus líderes, que a muito já tinham fugido e deixado eles como iscas para o ataque inimigo.

Já era noite quando finalmente se juntaram as outras tropas no centro do que restara da cidade. A vista descampada fazia com que as estrelas iluminassem os seus passos, Isaac se ajoelhou sobre a pedra esculpida por escravos dos grandes senhores e agradeceu aos astros por cumprir sua missão. Foram as estrelas que disseram que eles tomariam o centro do país e que ele caminharia para a vitória, e conforme sua previsão tudo se cumpria.

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