CULPADO!

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NO CAPÍTULO ANTERIOR...

- Tenente Ludmilla, você reconhece este homem? - Ele pergunta, colocando uma foto sobre a bancada.

- É um dos agentes que estava conosco na fazenda.

- Qual o nome dele?

- Wilson Davis.

- E a senhora sabia que este homem era o responsável por passar informações a Dimitri?

- Não, eu não sabia.

- Você já havia trabalhado com ele antes?

- Não que me lembre.

Volto a me sentar ao lado de Brunna e ela segura minha mão, apertando com força e eu somente retribuo o gesto.

- A acusação chama ao tribunal o mandante da execução a sangue frio de Renato Smith. O senhor Romulo Mello.

...

Brunna e eu nos encaramos ao mesmo tempo, completamente atordoadas. O burburinho dos demais ali presentes volta, assim que o homem que havia sido apresentado segundos atrás, entra algemado, sendo carregado por dois guardas. Eles o jogam no banco das testemunhas.

- Ordem! - A juíza diz, batendo o martelo. - Ordem no tribunal!

Quando todos finalmente se calam, o advogado de acusação volta a falar.

- Senhoras e senhores, o homem que acaba de entrar por essa porta, é o mandante do crime, a pessoa que encomendou a morte de Renato Smith, mas vocês provavelmente o conhecem de outro lugar. - Ele vai até sua mesa, pegando o que parecia ser o poster de um filme. Nele, Renato e Romulo pousavam lado a lado. - Romulo Mello é um ator sucedido. Já fez diversas peças de teatro, filmes, participações em show de TV, enfim... Sempre esteve na mídia. Com fãs e muito dinheiro, é de se pensar que ele tem tudo. Certo? - Ele guarda o poster no mesmo lugar e volta a se aproximar do acusado. - Senhor Romulo, onde conheceu Renato Smith?

- Em uma peça da Broadway a alguns anos atrás.

- E como foi esse encontro?

- Ele era novo na cidade e na peça, então me aproximei, lhe oferecendo ajuda caso precisasse.

- Qual era o tipo de relação que vocês tinham?

Ele suspira, se aproximando do microfone enquanto se ajeita na cadeira.

- Renato e eu nos tornamos amigos. Nos ajudávamos a ensaiar para as peças, passando textos e fazendo a marcação. No começo, os ensaios eram no próprio teatro, e depois passou a ser em meu apartamento.

- E depois disso?

- Como ele ainda não tinha dinheiro suficiente pra se bancar, depois que me contou sua história acabei o acolhendo em minha casa. O deixei ficar comigo por algumas semanas, até que arrumasse algo só seu. Em poucas semanas já estávamos juntos.

- Juntos como?

- Nós namoramos, por alguns meses.

- É mesmo? Porque de acordo com o o relato de pessoas próximas, vocês tiveram somente um caso. Não era algo duradouro.

- Nós ficamos juntos por dois meses.

- Mas nunca chegou a ser uma relação oficializada. Certo?

- Bem, nunca houve um pedido...

- Após esses dois meses em que moraram juntos, o que houve?

- Ele se mudou. Alugou um apartamento pra morar com a prima.

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