AGENTE ESPECIAL.

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Agência do FBI - Nova York, 8h12.

Tiro meu copo de café do encaixe da cafeteira e viro tudo em só gole. Acordei com um torcicolo fodido e isso tá me dando incríveis dores de cabeça. Saio da sala, jogando o copo de isopor no lixo e caminho pelo extenso e gélido corredor. Cumprimento alguns colegas de trabalho com um breve aceno de cabeça e antes que pudesse entrar na sala de computadores, sinto finos dedos cutucarem meu ombro, justamente aonde dói.

- O quê, porra? - Rosno pra garota a minha frente e ela sorri.

- Bom dia pra você também.

- Não enche, Daiane. Fala logo o que quer.

- Eu nada, mas o chefe quer te ver.

- O que é dessa vez?

- Vai ter que ir até lá pra saber, ele não quis me dizer.

Reviro os olhos e começo um novo caminho. Entro por outra porta, que me dava acesso a um cômodo com seis mesas, um agente em cada uma delas. Caminho até o final do cômodo, parando em frente a porta de vidro temperado e bato. Uma voz rouca vinda do outro lado me manda entrar e assim o faço.

- Chefe. - Cumprimento-o, fechando a porta atrás de mim e dou um passo a frente. - Queria me ver?

- Sim, Oliveira. Tenho um caso especial pra você.

- Chefe... - Suspiro fundo tentando manter o controle e sinto a fisgada no pescoço. - As minhas férias...

- Eu sei! E peço perdão por isso, mas não tinha como ser outro.

Ele pega uma pasta bege e joga sobre a mesa virada pra mim. Me aproximo pegando a pasta e abro. A folha inicial continha dados de uma pessoa e uma foto 3x4.

- O que devo fazer?

Ele se senta na cadeira relaxando as costas e então aponta para a poltrona a minha frente. Me sento, ainda prestando atenção na ficha.

- Brunna Gonçalves Coelho, 23 anos, natural de Houston, Texas. - Ele repete as informações da ficha e eu levanto os olhos o encarando. - Prima de Renato Smith, o ator morto a dois dias atrás. Ela estava na casa quando tudo aconteceu, deu depoimento ao investigador do caso, que trabalha conosco, e nos passou o retrato falado do assassino. - Folheio o arquivo, chegando na segunda parte e então, vejo o desenho que continha uma incrível riqueza de detalhes.

- Ainda não entendo o que eu tenho a ver com isso.

- Essa moça é a testemunha principal de um crime quase perfeito, Oliveira. Não existe outra pessoa que possa nos ajudar além dela, o sistema de segurança da casa não captou nada e não havia funcionários lá. - Ele suspira forte. - Ela viu o rosto do sujeito, a fisionomia, ouviu a voz, é a testemunha chave pra que isso seja desvendado.

- E?

- Brunna foi colocada no programa de proteção à vítima. E você, minha jovem... - Ele se debruça sobre a mesa de vidro, entrelaçando os dedos. - Você foi a escolhida pra ser a agente que a acompanhará, até que o sujeito seja preso.

Fecho a cara sentindo a dor de cabeça aumentar. Aquele torcicolo crônico, maldito, me impedindo de movimentar o pescoço da forma certa. Encaro de novo a primeira folha do arquivo relendo tudo novamente. A moça era bonita, jovem, a foto mesmo sendo tirada na delegacia estava incrivelmente charmosa. Um verdadeiro encanto para os olhos. Fecho o documento e encaro meu chefe.

- E o que eu tenho que fazer?

- Você cuidará de sua segurança. Garantirá que a testemunha não corra nenhum risco de vida, a acompanhará vinte e quatro horas por dia e irá zelar pelo bem dela. Até o caso ser encerrado, e então você estará livre.

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