The Ring

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•Brian•

Lisa estava no meu colo enquanto esperávamos Smiley voltar com notícias de Ery. A mesma estava desacordada e com aparência cadavérica naquela cama de sempre da enfermaria desde que a trouxe de volta para a mansão.

Lisa se escondia em meus braços para não ver sua tia naquele estado. Era doloroso demais para a pequena encarar aquela cena, mas não queria sair do lado de minha amada para ficar com ninguém, então passava o dia na enfermaria comigo, esperando algum sinal de vida de Ery.

— Venha pequena, está na hora de comer. — Jeff estendeu as mãos e ela foi para seus braços de bom grado. Sempre pensamos que ela teria medo dele, mas a pequena Meyer o adora.

— Ery, acorda por favor. — Toby brincava com os dedos magros da súcubo — A gente explode alguns prédios abandonados pra se divertir, depois fazemos waffles...

Ele continuou falando, mas minha mente viajava enquanto acariciava o rosto que tanto amava. Não demorou para Tim arrastar nosso amigo para fora, ele sabia que eu precisava de um tempo sozinho.

— Prometo vir todos os dias aqui, ok? — disse, mesmo sabendo que não me escutaria — E quando acordar, vou te dar o anel de noivado mais lindo que já viu. — levei sua mão para meus lábios, beijando-a — Ele terá um rubi, como sempre sonhou...

Meu monólogo foi interrompido por Offenderman aparecendo ao nosso lado, levando as mãos diretamente ao rosto da filha. Parecia em estado de choque, procurava algo no corpo da filha, mexendo a cabeça de um lado para o outro.

— Onde está o anel? — ele me fitou, mas não sabia do que estava falando — Smiley! Eu preciso da sua ajuda agora!

— O que foi? — o médico parecia entediado.

— Abra a barriga dela, preciso saber se está a salvo ou não. — seu desespero era notório. Smiley não relutou e atendeu ao pedido, dando luvas para Offenderman procurar o que buscava no estômago da filha.

Um sorriso de alívio de pôs quando retirou um anel de dentro de Ery. Tinha um suporte para uma jóia, mas a mesma não se encontrava no metal.

— Ela vai acordar, só precisa se recuperar. — disse enquanto lavava o anel.

— O que é isso, Offenderman? — perguntei, fazendo a criatura se virar para mim.

— Há algum tempo busquei uma jóia da alma com os primos de Ery, pedi para que colocassem em um anel e dei de presente a ela. — me entregou o objeto — Como pode ver, não há mais nenhuma pedra. Ery engoliu o anel para não levantar suspeitas de seu plano contra a assembléia. Quando a substância foi injetada no organismo, a jóia se dissolveu, dando mais uma chance para que ela viva.

Suspirei aliviado. Não foi uma missão suicida, ela sabia bem o que estava fazendo. Era notório o orgulho na voz do outro, eu mesmo não pensaria em algo desse nível, mas ela conseguiu cumprir sua vingança com maestria.

Smiley terminou de fechar os pontos enquanto balançava a cabeça negativamente. Todos nós ficávamos surpresos de como a mente de Ery funcionava.

— Então seu corpo estará em coma por tempo indeterminado enquanto o veneno estiver presente. — Smiley pegou algo para medir a pressão de minha amada — Pelo estado dela, acordará em alguns meses.

— Meses?! — me exaltei — Pelo menos irá acordar...

Depositei um beijo em sua bochecha e fui até a sala, onde Jeff estava todo sujo de comida e Lisa ria ao seu lado no sofá.

— Ela aprendeu a cospir. — me disse antes que eu perguntasse — Quando se sentiu satisfeita colocou o restante da comida na boca e disparou como uma metralhadora.

Apenas ri da situação, não tinha mais o que fazer, afinal. Levei Lisa para cima e lhe dei um banho, a mesma ficou sonolenta com a água quente, querendo ir para o berço. Atendi seu pedido e esperei que dormisse, cantarolando até garantir que estivesse em sono profundo.

Busquei outras pessoas pela casa e acabei esbarrando com Blader e Lins. A morena estava apreensiva com o estado da irmã.

— Ela vai acordar. — ela arregalou os olhos com minha fala — Ery tinha um plano desde o início, então Smiley deu alguns meses para que se recupere e volte a falar pelos cotovelos.

— Por Dhegar, ela não podia falar o plano para nos deixar mais tranquilos? — ela indagou, frustrada.

— Parece que esse hábito é de família, não? — Lins sorriu para a namorada, que o fuzilou com o olhar.

— Não vou me meter na briga de casal, preciso comprar algo para quando minha amada acordar. — me virei, mas a voz de minha cunhada me fez parar.

— Posso saber o que seria?

— Um anel de noivado, cunhadinha. — ela torceu o nariz pelo modo que a chamei — O mais lindo que eu encontrar ainda não será o suficiente para combinar com a beleza de Ery.

Ery | Slender's ProxyOnde histórias criam vida. Descubra agora