•6 meses depois•
— Quem é a princesinha da titia? — eu dizia boba enquanto encostava a cabeça na barriga de minha irmã.
— Você fala como se ela pudesse responder. — Blader ria enquanto dava mais uma colherada no brigadeiro, o prato estava apoiado em sua barriga.
— Ela pode, só não consegue. — apoiei o queixo nas mãos, olhando encantada para o ventre em minha frente — Não é, Mia?
Consegui ver o momento exato que ela chutou e fez maninha dar um salto pelo susto. Se arrumou novamente no sofá, passando a mão nos cabelos.
— Pelo visto, ela pode mesmo. — passou a mão pela pele exposta — Ou não aguenta mais você fazendo essa voz de retardada.
— Acho que quem não aguenta é você, maninha. — ela revirou os olhos, passou a mão na testa em seguida quando viu Brian entrar pela porta da frente com Lins.
— Onde está a coisa mais linda do tio? — meu amado me acompanhou, fazendo Blader bufar.
— Na minha barriga, ainda falta pra sair. — maninha ficava cada vez mais irritada.
— Os hormônios da gravidez estão bem aflorados, nem a presença do Lins faz ela ficar mais calma. — sussurrei para Brian.
— Você fala como se eu não pudesse ouvir, Ery! — ela se levantou e nos empurrou para o chão, o loiro acabou caindo em cima de mim.
O ruivo a levou para o quarto e eu e Brian fomos chamados para uma missão na cidade. O objetivo era eliminar algumas pessoas que procuravam informações sobre Slenderman, quase o mesmo de sempre desde que maninha engravidou.
Um acordo de paz foi feito entre meu tio e Zalgo. Eu mesma fiz o pacto, guardando o sangue de ambos comigo.
Toquei o ombro de Brian e nos teleportei até o fim da floresta. Um mal estar me tomou, fazendo com que eu desse dois passos para trás e fechasse os olhos pela dor de cabeça que sentia.
— Está tudo bem? — Brian me segurou pela cintura.
— Um pouco tonta e enjoada, faz tempo que não uso os poderes. — sorri para acalmá-lo, mas a dor continuava a me incomodar.
Assentiu e fomos até um velho depósito em uma parte mais isolada. Algumas pessoas estavam se reunindo lá, talvez tentariam uma invocação pelas velas e papéis com as páginas de meu tio espalhadas pelo chão.
Com o olhar, pedi que Brian fosse para o outro lado para analisarmos melhor a situação. Não poderíamos deixar nenhum vivo, ou então haveria alguma testemunha para dizer que o ritual deu certo e as suspeitas seriam ainda maiores para cima de nós.
Analisei as possibilidades: algumas velas estavam próximas demais da parede de madeira, seria a oportunidade perfeita para um "incêndio acidental".
Trouxe as chamas para mais perto, fazendo o fogo subir pelo local. Corri até a porta para trancá-la, mas Brian já havia posto o pé de cabra para que não conseguissem abrir.
— Agora é só esperar, meu bem. — ele levantou a máscara e sorriu para mim — Ainda se sente mal?
— Um pouco. — tossi pela fumaça no local — Vou comprar alguns remédios na farmácia, talvez ajude.
— Talvez... — ele parecia um pouco tenso — Mas poderíamos comprar outra coisa, não acha? — franzi o cenho olhando para ele — Enjôo, tontura... Talvez Lisa ganhe um irmão.
Arregalei os olhos e ele sorria bobo. Ele poderia estar certo e isso me criou diversas esperanças, mas ao mesmo tempo tinha medo de ser apenas coincidência.
Quando ouvimos a sirene dos bombeiros, liberamos a porta e corremos para o lado oposto, dando a volta e chegando em um local isolado da cidade. Quando nos misturamos com as outras pessoas, compramos o necessário e fomos caminhando pela floresta, já que meu amado não permitiu que eu usasse os poderes até termos certeza do que seria meu mal estar.
Fizemos o caminho em silêncio. Nenhum dos dois sabia exatamente o que dizer ou esperar naquele momento.
Para minha surpresa, meu pai estava na porta da mansão fumando um cigarro. Nos recebeu com um sorriso, mas estranhou quando escondi a sacola atrás de mim.
— O que estão aprontando? — ele se levantou e me abraçou.
— Talvez já tenhamos aprontado. — sorri amarelo enquanto tirava o teste da sacola.
Seu sorriso se desfez por um momento, mas logo reapareceu ainda maior.
— É bom fazer agora, já estou ansioso. — ele me pegou pela cintura e me levantou, andando até meu quarto.
— Por Dhegar, eu posso andar sozinha! — tentava me soltar enquanto ria de nervoso.
— Vai agora fazer xixi nesse palito! — ele ordenou um pouco alto demais.
Mesmo relutante, fiz o que ele mandou e saí do banheiro, deixando o teste lá até dar o tempo. Para minha surpresa, meu pai reuniu quase todos no quarto para que eu dissesse o que estava acontecendo.
— Eu estava dormindo... — maninha fazia um coque no cabelo bagunçado.
— Por que isso do nada? — Lisa deu um longo bocejo.
— Você não precisava trazer todos aqui! — tentei brigar com Offender, mas era impossível pela sua animação.
— Bem, Ery está fazendo um teste de gravidez. — Brian finalmente disse, passando o braço pelos meus ombros.
Todos ali se calaram e olharam para mim, eu só tremia pelo nervosismo.
— Vou ser titio de novo? — os olhos de Jeff brilharam.
— Não sabemos, pode ser alarme falso. — abracei Brian e afundei meu rosto em seu peito.
— Pelo tempo, já dá pra saber. — Blader sorria ansiosa — Posso pegar o teste? — assenti com a cabeça.
Ela passou por nós e entrou no banheiro, demorando um pouco pra sair. Ao atravessar o arco de madeira, seus olhos brilhavam como nunca vi antes.
— Parabéns, nossa sincronia vai até na gravidez. — virou o teste, mostrando os dois traços bem aparentes.
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Ery | Slender's Proxy
FanfictionAo tentar viver uma vida normal, a bastarda e líder da família Meyer volta a ser perseguida pelo seu tio, que deseja tê-la trabalhando para si novamente. Um incidente a faz retornar ao seu caótico passado na mansão Slenderman e reviver toda a dor e...