Abrir os olhos e ver Brian ainda adormecido me deu uma nostalgia indescritível. Ele estava de bruços, os cabelos desgrenhados e os braços por baixo do travesseiro. A respiração baixa e profunda indicavam que talvez não iria acordar tão cedo.
Olhei meu relógio de pulso e o mesmo marcava seis da tarde, então resolvi ir até Smiley e ver se eu poderia ir para casa ver meu pai.
- Todos os aspectos do seu corpo aparentemente estão normais. Talvez seja melhor não usar os poderes com tanta frequência, mas recomendo teleportar até a casa de Offender para se poupar do esforço da caminhada. - o médico disse após algumas anotações e exames.
- Obrigada. - sorri para o mesmo - Posso te pedir alguns calmantes? Estou um pouco ansiosa.
- Quer falar sobre? - arqueou uma sobrancelha enquanto me fitava com as íris rubros.
- Acho que estou prestes a superar um trauma por completo, pensei sobre o assunto agora e senti meu coração palpitar.
- Entendo, aquele trauma. - Smiley pareceu buscar em suas memórias o ocorrido - Me permite dar um conselho?
- Claro, Smiley.
- Muito bem. - ele suspirou e retirou a máscara - Vou tentar falar em uma língua que nós dois entendemos bem, já que não somos aptos a olhar pelo lado psicológico. Quando um animal ou um humano sofre uma lesão grave, o que deve ser feito?
- Fisioterapia é sempre recomendado. - respondi, ainda não entendendo onde ele queria chegar.
- Exato. E o que se faz na terapia?
- Movimentos repetitivos para fortalecer a musculatura e evitar que sequelas fiquem, basicamente.
- Então, doutora. - ele enfatizou com um sorriso amigável - A lesão, mesmo que seja emocional, não deve ser evitada, mas tratada. Soltar-se aos poucos fará com que ganhe autoconfiança.
- Foi o conselho sexual mais sutil que já recebi. - não contemos as risadas - Obrigada, doutor.
- De nada. - ele mexeu na gaveta ao seu lado e tirou uma cartela - Reabasteci o estoque de medicamentos, mas não conte para sua irmã. Estes calmantes devem ser usados em último caso, apenas em crises muito fortes.
Assenti e desapareci da enfermaria, vendo-me na casa de Offenderman. O cheiro de café e tabaco pairava sobre o ar e eu me sentia acolhida naquele ambiente como nunca antes. Ao dar alguns passos, puder ver meu pai lendo calmamente o jornal na companhia de Kagekao enquanto dividiam uma pizza recém feita.
- Graças à Dhegar! - Offenderman abaixou o jornal ao notar minha presença - Slenderman me falou que sofreu um ataque durante a missão de ontem, estava morrendo de preocupação.
- Tudo nos conformes, passei no Smiley antes de voltar. Foi apenas um susto. - sentei-me na cadeira que estava na ponta da mesa para ficar de frente para ambos.
- Está tão sorridente, o que aconteceu? - o tom de dúvida pairava na voz de Kagekao.
- Tenho evoluído, me sinto bem comigo mesma. - as memórias da noite passada ainda estavam frescas em minha mente - Se não se importam, irei pro meu quarto. Preciso descansar meu pobre corpo dolorido.
- Vou te acompanhar, quero falar algumas coisas com você. - o fitei com uma sobrancelha arqueada - É coisa pouca, não precisa se preocupar.
Dei de ombros e subimos as escadas, sentando na cama com cobertores rosados.
- Ai meu Dhegar, não me diga que é hora "daquela conversa". - fiz uma cara de espanto e caí na gargalhada.
- Sim, é hora de saber de onde vem os bebês. - um sorriso enorme estampou o rosto de Offender.
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Ery | Slender's Proxy
FanficAo tentar viver uma vida normal, a bastarda e líder da família Meyer volta a ser perseguida pelo seu tio, que deseja tê-la trabalhando para si novamente. Um incidente a faz retornar ao seu caótico passado na mansão Slenderman e reviver toda a dor e...