Meus olhos se abriram rapidamente quando toda aquela lembrança se dissipou. Dedos longos e quentes tocavam minhas mãos, fazendo-me fechar a palma sobre a outra que mantinha contato.
— Obrigada por me mostrar tudo enquanto eu estava desacordada. — sorri para o outro, que me tomou em um abraço — Perder essa parte da vida de Lisa foi realmente doloroso para mim.
— Não foi nada, mamãe. — Beryl me levantou nos braços, indo até a sala de Offenderman, onde os outros se reuníam para o vigésimo aniversário de meu filho.
— Eu posso andar sozinha, tudo bem? — ele ia protestar, mas o interrompi — Se me chamar de velha novamente, vai virar churrasco!
— Certo, certo. — levantou as mãos em rendição, um sorriso debochado brotava em seus lábios. Me colocou no chão, bem em frente a Brian que nos esperava no pé da escada.
— Moleque, eu ainda não esqueci que você me chamou de pau mandado quando sua mãe estava desacordada. — Brian chegou, dando um cascudo em nosso filho.
— Ele não errou. — Blader soltou o sobrinho dos braços do loiro, socando o mesmo — A coisa linda da titia está bem? Se quiser eu acabo com seu pai agora mesmo.
— Por que você fala como se eu não tivesse aqui?! — meu marido parecia em choque.
— Consegue ouvir esse barulho? Deve ser um mosquito... — maninha olhava para os lados como se procurasse algo, nos fazendo rir.
— Feliz aniversário, maninho! — Lisa surgiu pela porta, pulando em Beryl. Lhe entregou uma pequena caixa, que logo meu filho abriu e revelou três pulseiras que combinavam — São pulseiras da amizade, vamos ficar juntos pra sempre assim como a mamãe e a tia Blader!
A ruiva cresceu ouvindo Blader e eu nos chamarmos de "maninha" mesmo que não fôssemos realmente irmãs, então se inspirou para o apelido para chamar Beryl e Mia assim também.
— Mia, vem colocar sua pulseira! — o loiro gritou para a prima, que correu até eles e pôs o acessório combinando.
Ver esses três crescidos me deu um orgulho gigantesco. Se tornaram pessoas incríveis, desenvolveram rápido os poderes e são o novo trio de ouro de Slenderman.
— Acha que estou velha, meu bem? — me virei para Brian, com a voz um pouco chorosa.
— Somos imortais, nossa aparência não muda. — ele sorriu ao me ver revirar os olhos — Está cada dia mais gostosa, isso sim. — me abraçou pela cintura e sussurrou ao pé da minha orelha, me fazendo arrepiar.
Sorri enquanto inalava seu perfume, feliz por estar com o mesmo homem que sempre amei e constituí minha amável família. A noite caía e estava bastante calor, fazendo as janelas não darem conta de dissipar a temperatura quente que nos incomodava.
— Quero uma foto da família completa pra botar na sala. — Beryl disse animado — Tia Blader, nada de ficar invisível, hein.
— O que você não me pede sorrindo que eu faça chorando? — cruzou os braços quando o viu gargalhar.
— Acho que o ditado não é bem assim. — me pus ao lado de minha irmã, vom uma mão em seu ombro.
— Você entendeu. — ela bufou — Vamos, quero comer logo os brigadeiros da mesa.
— Vai me dizer que aqueles papéis vazios no canto não são obra sua? — apontei para alguns enfeites, que deveriam ter doces ali — Mas tudo bem, eu também devo admitir que roubei alguns.
Nos contentamos em rir e nos organizar no sofá para uma foto. Nela estava meu pai, meus tios, Blader, Lins, Mia, Lisa, eu, Brian e Beryl. Os mais novos se sentaram no chão, nós quatro nos esprememos no sofá e as criaturas sem face se mantinham em pé para caberem na foto.
— Jeff, se você cortar nossas cabeças da foto igual no aniversário passado, farei o mesmo com você. — meu pai sorria de forma assustadora — Mas não na foto.
— Então se abaixem, porra. — ele olhava entediado, enquanto o quarteto obedecia a ele — Digam "proxy"! — o flash nos atordoou por um momento — Slenderman, não dá pra colocar uma cara melhor? Tá feio.
— Eu não vou responder para não estragar o clima do aniversário do Beryl, mas saiba que mais tarde iremos conversar. — meu tio respondeu sem ânimo.
— Vamos cantar o parabéns, temos missão amanhã! — meu filho se levantou animado.
Nos reunímos na mesa de jantar e cantamos alegremente, enquanto Beryl mantinha a expressão sem saber o que fazer. Quando assoprou as velas, seus olhos brilharam e eu me perguntei o que meu filho havia pedido de tão especial.
— O primeiro pedaço é da mamãe, se não ela chora. — cortou e me entregou.
— Exagerado. — bufei e mordi a fatia, saboreando o recheio de brigadeiro.
— Você chorou ano passado. — Blader me recordou.
— E no retrasado... — Brian sorriu ao me ver brava.
— No anterior também. — meu filho sorria em deboche, me olhando desafiador.
— Por que eu fui parir um mini Brian? — suspirei, segurando o riso — Meu Dhegar, ainda tem resquícios do Garthos, esse garoto parece com todo mundo, menos comigo.
Algumas gargalhadas depois, todos nos ajudaram a arrumar a casa e foram para a mansão, deixando apenas nós cinco naquele sofá, assistindo um filme qualquer e passando o resto do dia mais especial de toda a minha vida com minha família.
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Ery | Slender's Proxy
FanfictionAo tentar viver uma vida normal, a bastarda e líder da família Meyer volta a ser perseguida pelo seu tio, que deseja tê-la trabalhando para si novamente. Um incidente a faz retornar ao seu caótico passado na mansão Slenderman e reviver toda a dor e...